Leia a crítica do filme Amor Bandido (2025), do Prime Video - Flixlândia (1)

‘Amor Bandido’, uma bala perdida no cinema de ação

Filme é estrelado por Ke Huy Quan

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A recente revitalização da carreira de Ke Huy Quan, culminada com seu merecido Oscar, trouxe uma onda de entusiasmo e expectativas para o mundo do cinema. Depois de roubar a cena em Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (2022), o ator, que iniciou sua jornada na infância ao lado de Indiana Jones, volta aos holofotes como protagonista em Amor Bandido.

O filme, dirigido pelo estreante Jonathan Eusebio e produzido por David Leitch (John Wick, O Dublê), prometia ser uma explosiva mistura de comédia romântica e ação desenfreada, um veículo perfeito para a carisma e as habilidades marciais de Quan.

No entanto, a realidade se mostra bem menos empolgante. Apesar do talento incontestável de seu elenco, que inclui a também vencedora do Oscar, Ariana DeBose, Amor Bandido se revela uma produção descompromissada, preguiçosa e, no final das contas, decepcionante.

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Sinopse

Em Amor Bandido, Ke Huy Quan interpreta Marvin Gable, um corretor de imóveis pacato e bem-sucedido que leva uma vida suburbana de aparente normalidade. Sua rotina tranquila é virada de cabeça para baixo quando ele recebe um misterioso cartão de Dia dos Namorados de sua antiga paixão e ex-parceira de crime, Rose (Ariana DeBose).

A reaparição de Rose traz consigo o mundo sombrio que Marvin havia abandonado, revelando que o corretor é, na verdade, um ex-matador de aluguel. Agora, ele é forçado a lutar por sua vida e proteger Rose de uma horda de assassinos e criminosos excêntricos, incluindo seu próprio irmão, Knuckles (Daniel Wu), que não perdoa a traição do passado.

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Crítica

É desolador ver como Amor Bandido subaproveita o potencial de seu elenco estelar. Ke Huy Quan, com seu carisma inegável e sua habilidade para transitar entre a comédia e a ação, entrega uma performance esforçada, mas que acaba sendo uma pálida repetição de seu personagem em Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo.

O filme confia demais na simpatia do ator, transformando Marvin em uma caricatura de “cara legal” que se esforça para não matar seus oponentes e usa um suéter de coraçõezinhos. Infelizmente, essa simpatia não é o suficiente para salvar o filme de um roteiro raso, que se recusa a desenvolver seus personagens ou a nos dar um motivo real para nos importarmos com eles.

Ariana DeBose, outra joia do Oscar, se mostra ainda mais decepcionante. Sua personagem, Rose, a suposta femme fatale, carece de charme e, crucialmente, de química com Quan. O filme tenta compensar a falta de conexão entre os protagonistas com diálogos expositivos e voice-overs constrangedores que explicam o que os personagens sentem, em vez de mostrar. Esse artifício preguiçoso apenas reforça a fragilidade do romance, que é a espinha dorsal da história.

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crítica do filme Amor Bandido (2025), do Prime Video - Flixlândia (1)
Foto: Divulgação

Ação sem peso e a estética vazia

Como era de se esperar de um diretor com experiência como coordenador de dublês, as cenas de ação são o ponto principal de Amor Bandido. Elas prestam homenagem ao cinema de artes marciais, especialmente ao estilo de Jackie Chan, usando elementos do cenário de forma criativa. No entanto, mesmo neste aspecto, o filme peca.

A violência parece envergonhada, os golpes parecem falsos e o diretor Jonathan Eusebio, talvez em uma tentativa de esconder as imperfeições, utiliza uma edição frenética e filtros que embaçam a imagem. O resultado é uma ação que, apesar de tecnicamente coreografada, não tem peso, impacto ou emoção, parecendo mais uma coreografia ensaiada do que uma luta de verdade.

A direção também tenta ser estilosa, com o uso de luzes de neon e ângulos de câmera inusitados, como dentro de um micro-ondas, mas essa abordagem não passa de um adorno vazio. É um “cosplay” de cinema de ação que imita a superfície do gênero sem capturar sua essência. O filme quer ser “diferentão”, à la Trem-Bala (2022) ou até mesmo Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, mas acaba apenas sendo mais uma produção genérica e esquecível.

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Comédia que não causa risos

Se o romance é inexistente e a ação é burocrática, a comédia em Amor Bandido é praticamente nula. O roteiro, escrito por Luke Passmore, Josh Stoddard e Matthew Murray, não consegue criar uma única linha de diálogo que arranque um sorriso genuíno do espectador. A comédia se resume a algumas situações esquisitas e a tentativas forçadas que simplesmente não funcionam. O filme se leva a sério demais em alguns momentos, e em outros, tenta ser irreverente de uma forma que não condiz com a narrativa.

A falta de sintonia entre o elenco e o tom do filme é palpável, com alguns atores interpretando o material de forma séria demais, enquanto outros parecem completamente perdidos. A dor de ver grandes talentos como Ke Huy Quan e Ariana DeBose presos em um filme tão fraco e sem graça é, de fato, o único sentimento que a produção consegue evocar.

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Conclusão

Amor Bandido é um filme que falha em quase todas as suas propostas. Como comédia romântica, é raso e sem química. Como filme de ação, é burocrático e sem impacto. É mais um exemplar da tendência de filmes “espertinhos” que misturam gêneros sem aprofundar nenhum deles, caindo na armadilha da superficialidade e da irrelevância.

Apesar de um elenco de prestígio, o filme não consegue se sustentar, desperdiçando o talento de seus protagonistas e a oportunidade de criar uma obra à altura do recente sucesso de Ke Huy Quan. A única salvação é a prova de que Quan continua sendo um ator excepcional, bom de luta e capaz de trazer carisma para um material que não o merece. No fim das contas, a maior dor que Amor Bandido causa é a de ver o potencial de dois grandes atores sendo jogado fora em uma produção tão medíocre.

Onde assistir ao filme Amor Bandido?

O filme está disponível para assistir no Prime Video.

Veja o trailer de Amor Bandido (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Amor Bandido, do Prime Video?

  • Ke Huy Quan
  • Ariana DeBose
  • Daniel Wu
  • Mustafa Shakir
  • Lio Tipton
  • Cam Gigandet
  • Marshawn ‘Beastmode’ Lynch
  • Sean Astin
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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