Anaconda 2025 resenha crítica do filme Flixlândia (2)

[CRÍTICA] Selton Mello brilha, mas nova ‘Anaconda’ rasteja no lugar comum

Foto: Sony Pictures / Divulgação
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Sabe aquele ditado “não se mexe em time que está ganhando”? Pois bem, Hollywood costuma ignorar essa regra, mas no caso de Anaconda, o time nem estava ganhando tanto assim. O clássico de 1997 era aquela bagunça deliciosa, um filme B que virou cult justamente por ser exagerado, com uma cobra animatrônica e Jon Voight fazendo caretas.

Agora, em 2025, a Sony decidiu que era hora de revisitar a franquia, mas com uma pegada “meta”. Dirigido por Tom Gormican (o mesmo cara que fez O Peso do Talento, aquele filme do Nicolas Cage interpretando ele mesmo), esse reboot tenta ser uma sátira inteligente da indústria e dos remakes, mas acaba se perdendo na própria piada. A ideia no papel até parecia boa, mas a execução deixa a desejar, entregando um produto que não sabe se quer assustar ou fazer rir.

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Sinopse

A trama gira em torno de quatro amigos de Buffalo, Nova York, vivendo o auge de suas crises de meia-idade. Temos Griff (Paul Rudd), um ator fracassado que acaba de ser demitido de uma ponta numa série médica; Doug (Jack Black), um videografista de casamentos frustrado que sonha em ser o próximo John Carpenter; Kenny (Steve Zahn), que está tentando se manter sóbrio; e Claire (Thandiwe Newton), recém-divorciada e bancando a aventura.

Quando Griff descobre que os direitos de filmagem de Anaconda estão disponíveis e baratos, ele convence o grupo a ir para a Amazônia (que na verdade foi filmada na Austrália) para fazer um remake independente do filme que eles amavam na adolescência.

Chegando lá, eles contratam um barco caindo aos pedaços pilotado pela misteriosa Ana (Daniela Melchior) e encontram um tutor de cobras excêntrico, Santiago (Selton Mello). O problema é que a brincadeira de fazer cinema vira um pesadelo real quando eles topam com uma anaconda de verdade, além de terem que lidar com criminosos locais.

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Resenha crítica de Anaconda (2025)

A metalinguagem que perdeu a graça

A premissa é, no mínimo, curiosa: personagens ineptos tentando refilmar um clássico trash dentro do próprio universo do filme. O diretor Tom Gormican tenta replicar a fórmula de seu trabalho anterior transformando o filme numa grande piada interna sobre Hollywood, direitos autorais e a obsessão por reviver franquias mortas.

Só que, diferentemente de obras como Trovão Tropical ou Os Picaretas, aqui a sátira carece de dentes. O roteiro fica batendo na tecla de “olha como somos espertos e autoconscientes”, com Doug e Griff discutindo “temas” e arcos de personagem enquanto correm perigo de morte, mas o humor muitas vezes soa forçado e preguiçoso. A ideia de que a Sony é a vilã por bloquear a distribuição do filme deles é um toque engraçadinho, mas não sustenta a narrativa.

Anaconda 2025 resenha crítica do filme Flixlândia
Foto: Sony Pictures / Divulgação

Elenco de peso em piloto automático (com uma exceção brasileira)

Ver Paul Rudd e Jack Black juntos deveria ser garantia de ouro na comédia. E, justiça seja feita, a química entre eles existe. Black traz aquela energia caótica de sempre (ver ele correndo com um javali morto nas costas é um dos poucos momentos de risada genuína), e Rudd faz bem o papel do cara carismático, porém patético. Mas eles parecem limitados por um texto que não decide se quer que eles sejam perdedores adoráveis ou caricaturas irritantes.

Mas quem realmente rouba a cena e parece estar se divertindo mais do que todo mundo é o nosso Selton Mello. Interpretando Santiago, o tutor da cobra Heitor, ele traz uma energia bizarra e improvisada que o filme desesperadamente precisava.

Enquanto o elenco americano parece estar cumprindo tabela, Mello entrega um carisma genuíno, provando que é capaz de brilhar mesmo em meio a uma produção confusa. Já Daniela Melchior é desperdiçada num papel sem sal e misterioso demais, que entra e sai da trama sem muito propósito além de cenas de ação genéricas.

O problema do “terror de massinha”

Se o filme original de 97 tinha um charme especial graças aos efeitos práticos e àquela cobra de borracha tangível, o reboot de 2025 comete o pecado capital dos filmes de monstro modernos: CGI sem alma. A anaconda digital é visualmente desinteressante e, pior, não assusta.

O diretor falha em criar tensão. A abertura do filme, que deveria estabelecer o perigo da criatura, é confusa, mal editada e já mostra que os efeitos visuais não estão à altura. Ficamos num limbo estranho: não é tosco o suficiente para ser engraçado como o original, nem realista o suficiente para dar medo. É apenas… genérico.

Roteiro perdido na selva

Além da falta de sustos, o filme sofre com subtramas desnecessárias. A inclusão de bandidos armados e garimpeiros ilegais perseguindo a personagem de Melchior parece “encheção de linguiça” para justificar cenas de ação com motos, desviando o foco do que realmente importa: a dinâmica do grupo e a cobra gigante. O filme tenta ter coração, falando sobre amizade e sonhos frustrados, mas esses momentos emocionais são atropelados por piadas repetitivas sobre sobriedade e referências nostálgicas que nem sempre funcionam.

Conclusão

Anaconda (2025) é uma oportunidade perdida. O que poderia ser uma desconstrução hilária dos filmes de monstro ou uma carta de amor ao cinema amador acaba sendo apenas mais um produto de estúdio que não sabe o que quer ser.

Tem seus momentos — especialmente quando Selton Mello está em tela ou quando Jack Black abraça o absurdo —, mas falta a “alma” trash e o perigo palpável que tornaram o original memorável. Se você for assistir, vá pela curiosidade de ver o elenco e pelas risadas pontuais, mas não espere que essa nova cobra tenha veneno suficiente para te paralisar.

Onde assistir ao filme Anaconda (2025)?

O filme estreia nesta quinta-feira, 25 de dezembro de 2025, exclusivamente nos cinemas brasileiros.

Trailer de Anaconda, com Selton Mello

YouTube player

Elenco do filme Anaconda (2025)

  • Jack Black
  • Paul Rudd
  • Steve Zahn
  • Thandiwe Newton
  • Daniela Melchior
  • Selton Mello

Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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