[CRÍTICA] 'Aqui' vai emocionar quem estiver disposto a assistir de coração aberto

Um dos maiores erros do senso comum é a ideia de que quadrinhos servem apenas para contar histórias sobre pessoas super poderosas, tramas espaciais ameaçando a destruição do universo e pessoas fantasiadas saltando de prédios. Como qualquer mídia, as HQs são capazes de mostrar situações sutis, humanas e retratar o cotidiano com suas nuances e profundidades.

O mundano, que é a realidade de 99% das pessoas, é retratado em “Aqui”, filme de Robert Zemeckis, adaptação da graphic novel homônima de Richard McGuire. O diretor conta com a dupla por ele comandada em “Forrest Gump”, Tom Hanks (Richard) e Robin Wright (Margareth), além da qualidade de Kelly Reilly e Paul Bettany.

Tentando replicar a linguagem do original, toda a história é contada com apenas um enquadramento, passando por séculos, culturas e até espécies diferentes, como os dinossauros do início.

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Sinopse de Aqui (2025)

Ambientado em um único lugar, o filme acompanha diversas famílias ao longo de gerações, todas conectadas por este espaço que um dia chamaram de lar. Estrelado por Tom Hanks e Robin Wright, é uma jornada de amor, perdas, risos e memórias, que nos transporta desde o passado mais distante até um futuro próximo. Uma viagem pela linha do tempo da humanidade.

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Crítica do filme Aqui

Por ser não-convencional, “Aqui” talvez não conquiste o público esperado, mesmo com os nomes envolvidos. A narrativa vem e vai, mesclando as diferentes histórias, momentos culturais e a forma como pessoas em contextos tão díspares enxergam o mundo. A transição entre as épocas acontece utilizando quadros surgidos na tela, passando uma sensação de continuidade e que todos pertencem a um mesmo conto.

Boa parte do filme retrata o relacionamento do casal principal, passando por todas as fases de namoro, casamento, filhos e terceira idade. A ideia é mostrar como momentos fugazes tem uma marca em nossas vidas, de forma similar ao clássico do trio principal “Forrest Gump”.

Zemeckis também fala sobre política, assunto tão polêmicos nos últimos anos, ao mesmo tempo com um toque de crítica, repetição de situações e preconceitos: muitas situações são, de propósito, repetidas do passado, mostrando como nós, como sociedade, não evoluímos tanto quanto em termos tecnológicos, embora seu olhar estadunidense, obviamente, se sobressaia.

As atuações são leves ou tensas conforme o momento pede. A polêmica do rejuvenescimento de Hanks e Wright poderia ser resolvida com a contratação de atores jovens em ascensão para interpretar o casal no qual a história se amarra, mas a escolha de Zemeckis, embora soe estranha e seja alvo de debates sobre o futuro do ofício de atuar, pode ser acertada para alguns.

Conclusão

Seguindo uma linhagem de filmes de quadrinhos que realmente buscam mostrar a excepcionalidade do mundano como como “Ghost World” e “American Esplendor”, “Aqui” é uma viagem pela quarta dimensão em um único espaço, e irá emocionar quem estiver disposto a assistir de coração aberto.