A quarta temporada de “Arcanjo Renegado” chegou ao Globoplay em 6 de novembro, e se consolidou rapidamente como um dos maiores acertos da plataforma em seus 10 anos de história.
Se antes já era reconhecida por sua ação explosiva e crítica social, essa nova fase elevou o nível, prometendo mais tensão e suspense ao tirar o protagonista Mikhael (Marcello Melo Jr) do Rio de Janeiro.
O que se entrega ao público é um mergulho visceral na podridão institucional, mostrando que o campo de batalha do anti-herói agora vai muito além das favelas.
Sinopse
Nesta nova leva de 10 episódios, Mikhael, o ex-policial de elite, é jogado no centro de uma investigação internacional. A trama se expande ambiciosamente para a Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia, iniciando-se com a missão de resgatar um companheiro.
Lá, o protagonista se depara com uma complexa rota de tráfico internacional de drogas e armas que atravessa o país. A investigação o leva a confrontar inimigos de um novo calibre: o empresário “popstar” Wendell (Fernando Pavão), namorado da governadora Manuela, que na verdade comanda essa rede criminosa, e seu braço-direito Lincoln (Marcello Novaes).
Paralelamente à caçada internacional, o Rio de Janeiro é palco de uma guerra civil política e de facções. O aumento da violência nas favelas domina a pré-campanha para o governo do Estado, onde o novo traficante, Poke (Thiago Hypólito), um vilão sem limites e imprevisível, se estabelece como o principal inimigo da segurança pública. A temporada é dividida em duas partes, com seis episódios lançados inicialmente (em 6 de novembro) e os quatro finais (em 13 de novembro).
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Resenha crítica da temporada 4 de Arcanjo Renegado
Mikhael: entre o luto e a expulsão iminente
Marcello Melo Jr. entrega, mais uma vez, um Mikhael exausto e questionador. O personagem, que sempre navegou entre o dever e o caos, agora precisa lidar com perdas profundas. O episódio 4, em particular, é um golpe emocional, marcado pelo luto de Mikhael pela morte de Dona Laura, sua mãe. A volta ao Rio para o velório serve como um momento de silêncio e reflexão, contrastando com o ritmo frenético das missões.
No entanto, a dor pessoal se choca com a traição institucional: a tentativa de Mikhael de alertar a governadora Manuela sobre o envolvimento de seu namorado, Wendell, na rede de tráfico, é recebida com cinismo. Pior, a governadora o acusa de ciúmes e solicita oficialmente sua expulsão da polícia. Esse momento é crucial, pois mostra que o maior inimigo do “Arcanjo” não é mais o traficante da favela, mas sim “o poder”.

O confronto de gerações e o novo vilão caótico
A quarta temporada acerta ao introduzir novos vilões que redefinem a escala do crime na série. No topo da hierarquia criminosa, temos Wendell e Lincoln, representando o crime de colarinho branco, articulando os esquemas de drogas e armas com poder econômico e político. Mikhael logo percebe que a verdadeira guerra está além das favelas.
Mas é Poke (Thiago Hypólito) quem realmente rouba a cena e traz o caos para as ruas. Interpretado com carisma sombrio, ele simboliza a nova geração do crime: mais globalizada, brutal e niilista, sem lealdade a facções ou códigos de honra.
Suas ações são de uma crueldade calculada, como quando seus homens, vestidos de policiais, invadem a favela do Baião, escancarando o colapso das forças de segurança. Poke eclipsa até mesmo os vilões passados, pois liga a violência urbana do Rio à geopolítica da América do Sul.
A tragédia de Raoni: abandono e crítica Social
A maior força da temporada reside nos dramas humanos que a guerra policial gera, ilustrados pela trajetória de Raoni (Renan Monteiro). Após ficar paraplégico em um tiroteio, o personagem entra em uma depressão profunda, culminando no suicídio silencioso do policial.
A cena é devastadora porque Raoni confessa que “a vida dele era ser polícia”, e seu ato final é um grito contra o trauma psicológico e o abandono institucional. A morte dele simboliza o colapso de uma geração de policiais descartada por um sistema que a destrói depois de usá-la. Isso reforça a dimensão humana e a crítica social que Marcello Melo Jr. aponta como o segredo da longevidade da série: o olhar político de protesto.
Conclusão
“Arcanjo Renegado 4” é uma temporada madura que consegue expandir seu universo (incluindo o “Afroverso”, com participações de outras séries de José Junior) sem perder sua “alma social”. A série equilibra o fogo cruzado na fronteira com as intrigas tensas no Palácio Guanabara, provando que o inimigo usa tanto terno e gravata quanto farda falsa.
A produção, com cenas filmadas no Rio e no Paraguai, e uma trilha sonora intensa e urbana assinada por Sany Pitbull, atinge um padrão cinematográfico que deixa muita série gringa no chinelo.
O final da temporada com um cliffhanger impactante (e desesperador, para quem é ansioso), com Mikhael no limite, apenas prepara o terreno para o que promete ser um confronto ainda maior, já que as duas próximas temporadas já estão garantidas – e, a quinta, inclusive, já foi gravada. Portanto, o recado é claro: em Arcanjo Renegado, a guerra é infinita.
Onde assistir à temporada 4 de Arcanjo Renegado?
Trailer da temporada 4 de Arcanjo Renegado
Elenco de Arcanjo Renegado
- Marcello Melo Jr.
- Álamo Facó
- Flávio Bauraqui
- Erika Januza
- Leonardo Brício
- Rita Guedes


















