O cinema polonês tem se destacado nos últimos anos por explorar temas profundos e complexos, muitas vezes ancorados no passado comunista do país. O filme “Assalto Brutal” (Napad), dirigido por Michał Gazda, é mais uma dessas produções que revisita o período de transição da Polônia, da opressão comunista para uma jovem democracia.
O longa-metragem, estrelado por Olaf Lubaszenko e Jedrzej Hycnar, oferece um olhar nostálgico e sombrio sobre os desafios sociais e políticos dos anos 1990, tudo isso embalado em uma narrativa de crime e mistério.
Sinopse do filme Assalto Brutal (2024)
“Assalto Brutal” gira em torno de Tadeusz Gadacz (Olaf Lubaszenko), um ex-policial da era comunista que foi afastado do serviço após a transição para o novo regime democrático. Com sua carreira e reputação em ruínas, Gadacz é convocado de volta para solucionar um assalto brutal a um banco, onde três caixas foram assassinadas.
Ao lado de uma jovem policial, Aleksandra Janicka (Wiktoria Gorodeckaja), Gadacz tem a missão de resolver o caso rapidamente para evitar um escândalo público. O que se desenrola é um jogo de gato e rato entre Gadacz e os suspeitos, liderados por Kacper Surmiak (Jedrzej Hycnar), um jovem desesperado em busca de independência financeira.
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Crítica de Assalto Brutal, da Netflix
Michał Gazda entrega um filme carregado de realismo, remetendo ao clima sombrio dos anos 1990, uma era marcada por incertezas políticas e sociais. A ambientação é impecável: desde as feiras desorganizadas até os objetos de época, como o icônico walkman. Essas escolhas de cenário e figurino contribuem para um sentimento de nostalgia melancólica, especialmente para quem viveu aquela década.
As atuações são outro ponto alto. Olaf Lubaszenko brilha como o cínico Gadacz, um personagem que, apesar de suas falhas, carrega uma complexidade emocional. Ele representa uma geração perdida, incapaz de se adaptar às novas regras da democracia. Por outro lado, Jedrzej Hycnar dá vida ao jovem Kacper, que, por sua vez, reflete a juventude polonesa daquela época, lutando para encontrar um lugar em um novo sistema econômico.
O roteiro, escrito por Bartosz Staszczyszyn, é direto e eficaz. Ele evita floreios excessivos e mergulha nos dilemas morais e éticos dos personagens. O contraste entre Gadacz e Janicka é particularmente interessante, com o filme explorando a tensão entre métodos de investigação antiquados e as práticas mais humanas e legais da nova geração de policiais.
No entanto, “Assalto Brutal” não é um thriller convencional. Não há perseguições espetaculares ou grandes cenas de ação. O foco está nas interações entre os personagens e nas escolhas morais que eles enfrentam. Para alguns, isso pode tornar o ritmo um pouco lento em certos momentos, mas, para aqueles que apreciam histórias baseadas em personagens, o filme entrega uma narrativa envolvente e reflexiva.
Conclusão
“Assalto Brutal” se destaca por seu realismo e pela maneira como explora a complexidade das transições políticas e sociais na Polônia pós-comunista. Embora não seja um filme cheio de ação ou reviravoltas dramáticas, ele conquista pela autenticidade dos personagens e pela ambientação detalhada.
Para os fãs de thrillers mais introspectivos e para aqueles que apreciam uma abordagem nostálgica dos anos 90, este é um longa-metragem imperdível.
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Onde assistir ao filme Assalto Brutal?
O filme está disponível para assinantes da Netflix.
Trailer de Assalto Brutal (2024)
Elenco de Assalto Brutal, da Netflix
- Olaf Lubaszenko
- Jędrzej Hycnar
- Wiktoria Gorodeckaja
- Magdalena Boczarska
- Łukasz Szczepanowski
- Stanisław Linowski
Ficha técnica do filme Assalto Brutal
- Título original: Napad
- Direção: Michal Gazda
- Roteiro: Dana Lukasinska, Bartosz Staszczyszyn
- Gênero: policial, drama
- País: Polônia
- Duração: 115 minutos
- Classificação: 14 anos
2 thoughts on “‘Assalto Brutal’ conquista pela autenticidade”