‘Bicho Monstro’: quando a metáfora abraça a realidade

Compartilhe

‘Bicho Monstro’ marca a estreia de Germano de Oliveira na direção de longas e confirma sua ousadia em transitar entre gêneros, criando um suspense extremamente lúdico. A produção aposta no realismo fantástico com pitadas de terror psicológico, revisitando lendas regionais e explorando o imaginário popular do Sul do Brasil.

Com forte presença nos festivais nacionais, o filme busca romper com narrativas convencionais e entrega uma obra fragmentada, repleta de silêncios e metáforas. A fotografia densa e a direção de arte cuidadosa sustentam o projeto, que exige atenção do espectador para decifrar os detalhes escondidos em suas camadas.

➡️ Frete grátis e rápido! Confira o festival de ofertas e promoções com até 80% OFF para tudo o que você precisa: TVs, celulares, livros, roupas, calçados e muito mais! Economize já com descontos imperdíveis!

Sinopse

A trama acompanha duas linhas temporais distintas. No presente, Ana (Kamilly Wagner), uma menina curiosa, assiste a uma peça sobre o enigmático Thiltapes, criatura que aterroriza os moradores de um vilarejo rural. Intrigada, ela começa a investigar estranhos ataques que afetam os animais da região.

Séculos antes, um botânico alemão (Pascal Berten) se lança em uma expedição obsessiva para encontrar o mesmo ser lendário. Seu diário registra descobertas e mistérios, conectando de forma sutil passado e presente em torno do mito que desafia explicações.

➡️ Siga o Flixlândia no WhatsApp e fique por dentro das novidades de filmes, séries e streamings

Crítica

‘Bicho Monstro’ aposta em um terror que se constrói mais no invisível do que no explícito e consegue manter isso satisfatoriamente com uma criança curiosa como protagonista. O medo surge a partir de sons, silêncios, jogos de luz e sombra e movimentos sugeridos, deixando espaço para que o espectador projete sua própria versão do monstro.

O realismo fantástico é o coração da narrativa, transformando a lenda do Thiltapes em metáfora das inquietações humanas. Ao intercalar duas épocas distintas, o filme questiona o que é mito e o que é realidade, sem oferecer respostas definitivas.

➡️ Acompanhe o Flixlândia no Google Notícias e fique por dentro do mundo dos filmes e séries do streaming

Estética sombria e regional

A atmosfera é reforçada pelos cenários do interior gaúcho, que dão autenticidade e profundidade à história. Florestas fechadas são o lar da imaginação e do monstro, vilarejos isolados e o clima enevoado criam um ambiente de tensão constante, explorado pela fotografia poética de Bruno Polidoro.

As atuações sustentam boa parte da experiência e conseguem manter a trama com um tom de intimidade que só se tem ao vivenciar a vida no interior. Kamilly Wagner transmite a curiosidade e o medo de Ana apenas pelo olhar, enquanto Pascal Berten mergulha na obsessão do botânico, revelando como a busca pelo desconhecido pode consumir alguém.

o ‘Bicho Monstro’ nasce no imaginário da pequena Ana após a peça sobre o Thiltapes / Foto: Divulgação

Entre mito e reflexão

Apesar da narrativa interessante, o ritmo lento e a trama fragmentada podem incomodar quem busca sustos imediatos, principalmente durante o ponto de vista que apresenta o botânico. Ainda assim, essa escolha reforça a imersão e estimula um olhar atento, transformando o filme em uma experiência de contemplação e inquietude.

No fim, ‘Bicho Monstro’ não se preocupa em mostrar a criatura de forma clara, mas em provocar reflexões, provando que o terror quase sempre é mero coadjuvante das nossas expectativas e formas de observar o mundo. É uma obra que mistura mito, medo e memória coletiva, deixando o público com mais perguntas do que respostas, mas também com imagens difíceis de esquecer.

➡️ ‘Academia de Vilões’: uma produção conceitual, de grande inovação – se você conseguir chegar até o final
➡️ ‘Zoopocalipse’ é uma introdução perfeita para o terror infantil, com muito neon e carisma
➡️ ‘Ne Zha 2’, animação asiática com maior bilheteria na história, é incrível e um deleite para os olhos

Conclusão

‘Bicho Monstro’ agrada pelo lúdico e subjetividade construída na trama. É uma experiência sensorial, que prefere instigar em vez de responder. O longa propõe um mergulho no desconhecido, deixando espaço para interpretações múltiplas.

Ao transformar lenda em cinema, Germano de Oliveira entrega uma obra atmosférica e ambiciosa. ‘Bicho Monstro’ é, acima de tudo, um convite para enxergar o poder das narrativas regionais como parte essencial da identidade do cinema brasileiro.

➡️ Quer saber mais sobre filmes, séries e  streamings? Então acompanhe o trabalho do Flixlândia nas redes sociais pelo InstagramXTikTok e YouTube, e não perca nenhuma informação sobre o melhor do mundo do audiovisual.

Onde assistir ao filme Bicho Monstro?

O filme estreia nos cinemas na quinta-feira, dia 25 de setembro de 2025.

Veja o trailer de Bicho Monstro (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Bicho Monstro?

  • Kamilly Wagner
  • Araci Mercedes
  • Pascal Berten
  • Alex Pantera
  • Geraldo Souza
  • Décio Worst
  • Daniel Tonin Lorenzon
  • Carlos Alberto Klein


Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas

Procuram-se colaboradores
Procuram-se colaboradores
Artigos relacionados
Leia a crítica do filme French Lover, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘French Lover’, um romance falho, que não oferece o melhor que Paris pode ofertar

O astro da série Lupin, Omar Sy, chegou ao mundo das comédias...

Leia a crítica do filme Rute e Boaz, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Rute e Boaz’ prioriza a mensagem em detrimento da profundidade

O cinema de fé, ou “faith-based movies”, encontrou na Netflix um terreno...

Crítica do filme Coração de Lutador - The Smashing Machine (2025)
Críticas

‘Coração de Lutador’: Dwayne Johnson entrega atuação da vida em cinebiografia de lutador do MMA

Cinebiografias geralmente decepcionam por mostrar uma visão romantizada, e mesmo alguns exemplos...

crítica do filme Mantis da Netflix 2025 - Flixlândia
Críticas

‘Mantis’ não consegue se sustentar sozinho

Em 2023, o filme sul-coreano Kill Boksoon apareceu como um sucesso surpreendente...

Crítica do filme Kygo Back at the Bowl (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Kygo: Back at the Bowl’: show de DJ impressiona pela qualidade técnica, mas é morno e previsível

Os números impressionam: 23 bilhões de streams, turnês esgotadas ao redor do...

Críticas

‘Zoopocalipse’ é uma introdução perfeita para o terror infantil, com muito neon e carisma

Misturar terror e comédia em uma produção voltada ao público infantil é...

Leia a crítica do filme Os Estranhos - Capítulo 2 (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Os Estranhos – Capítulo 2’ melhora o primeiro, mas piora a franquia

Chegando aos cinemas nesta quinta-feira, 25 de setembro, “Os Estranhos – Capítulo...

Crítica do filme Uma Batalha Após a Outra (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Uma Batalha Após a Outra’: caos organizado de Paul Thomas Anderson enche os olhos

Os melhores filmes e diretores não se prendem a gêneros, como comédia,...