Não é muito comum termos produções de ficção científica no Brasil. A Netflix, depois da série “3%”, resolveu apostar agora no filme “Biônicos”, dirigido por Afonso Poyart e estrelado por um elenco talentoso que Jessica Córes, Kagga Jayson, Bruno Gagliasso, Gabz, Christian Malheiros, Nill Marcondes e Guta Ruiz. O longa-metragem aborda o mundo da bioengenharia e dos conflitos éticos, explorando temas interessantes como as fronteiras cada vez mais tênues entre humano e máquina.
Sinopse do filme Biônicos (2024)
A história gira em torno de duas irmãs, Maria (Jessica Córes) e Gabi (Kagga Jayson), ambas atletas que aspiram seguir os passos de sua falecida mãe, uma lendária saltadora. Em um futuro onde as próteses avançadas dominam o esporte, Gabi se destaca com uma perna biônica que a transforma em uma estrela emergente. Enquanto isso, Maria, sem aprimoramentos tecnológicos, luta para competir em um mundo que valoriza cada vez mais as melhorias artificiais.
A frustração de Maria a leva a buscar as próteses por meios ilícitos, envolvendo-se em um submundo criminoso que promete as melhorias necessárias, mas a um custo elevado. A jornada da protagonista é marcada por conflitos internos e um questionamento profundo sobre o verdadeiro significado da excelência e do sacrifício.
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Crítica de Biônicos, da Netflix
“Biônicos” apresenta um enredo intrigante, mesclando elementos clássicos de rivalidade entre irmãos com um cenário futurista inovador. Afonso Poyart dirige com maestria, criando uma estética cyberpunk que prende a atenção do público desde a primeira cena. As paisagens urbanas, luzes neon e ambientes high-tech são visualmente deslumbrantes, evocando comparações com filmes clássicos do gênero.
Jessica Córes entrega uma atuação excepcional como Maria. Sua interpretação é carregada de emoção e complexidade, capturando a determinação e a ambiguidade moral da personagem. A transição da personagem de uma competidora feroz para uma figura envolta em dilemas éticos é feita com competência, tornando-a uma protagonista carismática.
A narrativa de “Biônicos” é sustentada por um roteiro bem escrito que, embora toque em temas familiares como a rivalidade fraterna, o faz com nuance e profundidade emocional. As tensões entre Maria e Gabi são exploradas não apenas no contexto esportivo, mas também no campo ético, à medida que a tecnologia biónica redefine o que significa ser um atleta excepcional.
O filme também aborda questões mais amplas sobre ambição, identidade e o custo do avanço tecnológico. A busca de Maria por aprimoramentos biônicos serve como uma metáfora poderosa para as concessões morais que as pessoas estão dispostas a fazer para alcançar seus sonhos. Essas questões provocam reflexão, aprofundando bastante o enredo.
No entanto, a execução do filme sofre com um ritmo desigual, onde algumas cenas poderiam ter sido reduzidas para manter a fluidez da trama. Além disso, alguns coadjuvantes, como o mentor Heitor e o amigo Gustavo, não recebem desenvolvimento suficiente, deixando lacunas na construção da obra.
Conclusão
“Biônicos” é um thriller de ficção científica que se destaca pelo seu cenário inovador e pelas fortes atuações, especialmente de Jessica Córes. Embora o enredo siga uma trajetória tradicional de rivalidade entre irmãos, a execução e a profundidade emocional do filme o diferenciam. A estética cyberpunk e a exploração de temas éticos proporcionam uma experiência visual e narrativa rica. É o Brasil fazendo bonito em um gênero que poderia ser cada vez mais explorado por aqui.
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Onde assistir ao filme Biônicos (2024)?
O filme está disponível para assinantes da Netflix.
Trailer do filme Biônicos
Elenco de Biônicos, da Netflix
- Jéssica Córes
- Bruno Gagliasso
- Gabz
- Christian Malheiros
- Nill Marcondes
- Guta Ruiz
- Miguel Nader
- Márcio Fecher
- Nicole Cordery
Ficha técnica de Biônicos (2024)
- Direção: Afonso Poyart
- Roteiro: Josefina Trotta
- Gênero: ficção científica, ação, aventura
- País: Brasil
- Duração: 110 minutos
- Classificação: 16 anos
Sobre o autor
2 thoughts on “‘Biônicos’ mostra que o Brasil também faz bonito na ficção científica”