A Netflix aposta mais uma vez em um drama baseado em fatos reais com “Cidade Tóxica”, uma minissérie que mergulha em um dos mais chocantes escândalos ambientais do Reino Unido.
Escrita por Jack Thorne (Fronteiras do Universo), a produção acompanha a batalha judicial de três mães contra as autoridades locais, após a contaminação tóxica de uma cidade inteira resultar em dezenas de bebês com malformações congênitas.
Com um elenco estrelado por Jodie Whittaker, Aimee Lou Wood, Robert Carlyle e Rory Kinnear, a série promete emocionar e indignar ao mesmo tempo.
Sinopse da série Cidade Tóxica (2025)
Em Corby, Northamptonshire, durante a década de 1990, um projeto de revitalização transforma um antigo complexo siderúrgico em área residencial. No entanto, a remoção inadequada de resíduos tóxicos espalha substâncias perigosas pela cidade, contaminando o solo e o ar.
O resultado? Um aumento alarmante de crianças nascidas com deficiências físicas. Entre as afetadas estão Susan McIntyre (Jodie Whittaker) e Tracey Taylor (Aimee Lou Wood), que se conhecem na maternidade ao darem à luz filhos com sérios problemas de saúde. Determinadas a encontrar respostas, elas se unem a outras mães para enfrentar o sistema e responsabilizar os verdadeiros culpados.
A jornada de justiça, marcada por silenciamentos, ameaças e corrupção, culmina em um histórico julgamento que finalmente expõe a negligência das autoridades locais. Mas a vitória tem um preço alto, e as cicatrizes da tragédia permanecem na cidade e em suas famílias.
Você também pode gostar disso:
+ ‘A Dona da Bola’ até ganha o jogo, mas sem marcar pontos suficientes
+ ‘Pergunte às Estrelas’ tem final trágico e controverso
Crítica de Cidade Tóxica, da Netflix
Desde os primeiros minutos, “Cidade Tóxica” nos transporta para um universo de injustiça e luta. Jack Thorne constrói um roteiro que equilibra perfeitamente o drama humano e o peso do realismo histórico. A narrativa se estrutura através de saltos temporais entre 1995 e 2009, acompanhando o crescimento da batalha legal e as transformações dos personagens ao longo dos anos.
O roteiro acerta ao inserir momentos de leveza entre as cenas mais devastadoras, tornando a experiência menos opressiva sem comprometer a seriedade do tema. Além disso, evita clichês excessivos ao retratar a luta das mães não apenas como uma busca por justiça, mas também como um caminho de aceitação e resiliência.
Atuações impecáveis
Jodie Whittaker brilha como Susan McIntyre, trazendo uma performance visceral e carregada de emoção. Sua personagem é o coração pulsante da série, transitando entre momentos de fúria, vulnerabilidade e determinação com uma naturalidade impressionante.
Aimee Lou Wood, por sua vez, entrega uma atuação sutil, mas igualmente poderosa como Tracey Taylor. Seu papel é fundamental para contrabalançar a intensidade de Susan, oferecendo uma perspectiva mais contida, mas profundamente emocional. O elenco de apoio também merece destaque, com Rory Kinnear, como o advogado Des Collins, e Robert Carlyle, interpretando um político dividido entre a lealdade ao sistema e sua consciência moral.
O realismo brutal da injustiça
A série é um retrato contundente de como a burocracia e a ganância podem transformar vidas em estatísticas descartáveis. A corrupção dentro do conselho municipal de Corby é exposta com crueza, mostrando como os poderosos silenciaram as denúncias com subornos e intimidação.
Um dos aspectos mais impactantes é a forma como a trama revela o descaso das autoridades, que não apenas ignoraram os riscos da contaminação, mas ativamente tentaram encobrir suas falhas. O roteiro acerta ao construir vilões que, apesar de um pouco caricaturais em certos momentos, são assustadoramente reais dentro do contexto político.
Algumas falhas no ritmo narrativo
Apesar de sua força emocional, “Cidade Tóxica” peca em alguns momentos pelo ritmo irregular. Os primeiros episódios demoram a engrenar, dedicando tempo excessivo ao desenvolvimento pessoal das protagonistas, o que, embora relevante, acaba tornando a introdução da trama principal mais lenta do que o necessário.
Da metade para frente, no entanto, a narrativa acelera e ganha um tom de thriller judicial, mantendo a tensão crescente até o desfecho. O julgamento final é um dos pontos altos da série, trazendo uma reconstituição emocionante do momento histórico em que as vítimas finalmente tiveram sua voz ouvida.
Conclusão
“Cidade Tóxica” é uma minissérie poderosa, que vai muito além de um simples drama de tribunal. Ao contar a história de um escândalo ambiental devastador, a produção levanta questões urgentes sobre responsabilidade social, corrupção política e o impacto da negligência governamental na vida das pessoas comuns.
Com atuações memoráveis, uma narrativa envolvente e um tema de extrema relevância, a minissérie merece ser vista e debatida. Apesar de alguns tropeços no ritmo inicial, o impacto emocional e social da trama compensa qualquer deslize.
“Cidade Tóxica” não é apenas uma história sobre justiça, é um lembrete poderoso de que algumas batalhas precisam ser travadas, independentemente do quão intransponíveis pareçam.
Siga o Flixlândia nas redes sociais
+ Instagram
+ Twitter
+ TikTok
+ YouTube
Onde assistir à série Cidade Tóxica?
A série está disponível para assistir na Netflix.
Trailer de Cidade Tóxica (2025)
Elenco de Cidade Tóxica, da Netflix
- Aimee Lou Wood
- Rory Kinnear
- Robert Carlyle
- Jodie Whittaker
- Claudia Jessie
- Joe Dempsie
- Lauren Lyle
- Brendan Coyle
Ficha técnica da série Cidade Tóxica
- Título original: Toxic Town
- Gênero: drama
- País: Reino Unido
- Ano: 2025
- Temporada: 1
- Episódios: 4
- Classificação: 14 anos
Sobre o autor
