‘Comando das Criaturas’: um início singular para o novo DCU
Wilson Spiler10/12/20243 Mins de Leitura294
Foto: Max / Divulgação
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A série animada “Comando das Criaturas” (Creature Commandos), lançada recentemente na Max, surge como a primeira peça do novo Universo DC (DCU), com James Gunn à frente.
A animação aposta em uma equipe improvável de monstros encarcerados liderados por Rick Flag Sr. A proposta combina humor ácido, ação caótica e um toque emocional, características marcantes de Gunn. Mas será que os dois primeiros episódios entregam o impacto necessário para inaugurar uma nova era do DCU?
Sinopse da série Comando das Criaturas / Creature Commandos (2024)
A série acompanha Amanda Waller, que recruta um grupo de monstros com habilidades únicas para missões perigosas demais para humanos. Entre os integrantes estão a Noiva de Frankenstein, Dr. Phosphorus, G.I. Robot, Doninha e Nina Mazursky.
Liderados por Rick Flag Sr., os episódios iniciais apresentam uma introdução aos personagens e à missão central: proteger o fictício Pokolistão de uma ameaça mágica liderada por Circe.
Crítica de Comando das Criaturas (Creature Commandos), da Max
Os dois primeiros episódios de “Comando das Criaturas” estabelecem um equilíbrio entre comédia irreverente e histórias de origem com tons trágicos. A animação, vibrante e detalhada, é um dos pontos fortes, destacando o design dos personagens que mistura fidelidade aos quadrinhos com um toque de modernidade.
No entanto, o ritmo apressado prejudica a imersão, especialmente no primeiro episódio, que parece mais preocupado em apresentar personagens e contextos do que em engajar o público. Os diálogos, frequentemente verborrágicos, repetem informações e perdem a oportunidade de criar momentos mais cativantes.
O segundo episódio, por outro lado, mostra o potencial dramático da série. A origem da Noiva de Frankenstein é um destaque, explorando temas complexos como rejeição, obsessão e trauma. A interação entre os personagens começa a ganhar profundidade, com Rick Flag Sr. equilibrando humor e liderança e a Noiva se consolidando como a figura mais interessante da equipe.
James Gunn imprime sua marca, com uma trilha sonora nostálgica e uma abordagem que mescla humor grotesco e emoção sincera. Porém, as piadas nem sempre funcionam e, em alguns momentos, o tom da série parece inconsistente, oscilando entre o exagero e a superficialidade.
“Comando das Criaturas” entrega uma estreia promissora, mas irregular, para o novo DCU. A série acerta ao apostar em personagens excêntricos e uma abordagem ousada, mas tropeça na execução ao introduzir muita informação sem a devida profundidade. Apesar disso, os momentos emocionais e a criatividade visual indicam que a série tem potencial para crescer nos episódios seguintes.
Se você busca algo fora do convencional, “Comando das Criaturas” é uma experiência que vale a pena acompanhar – com a esperança de que encontre seu ritmo ao longo da temporada.
Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.