Início » K.O. mistura socos e redenção, mas falta fôlego entre os rounds

Lançado pela Netflix, “K.O.” é o mais recente título de ação vindo da França que aposta pesado na fisicalidade de seu protagonista, o lutador de MMA Ciryl Gane. O filme, dirigido por Antoine Blossier, parece seguir uma fórmula já conhecida: herói atormentado, inocente em perigo e uma gangue violenta como obstáculo. Porém, por trás dessa fachada genérica, o longa tenta esboçar comentários sobre culpa, perdão e a corrupção que se esconde onde menos se espera.

Com apenas 85 minutos de duração, “K.O.” não perde tempo. Seu foco é claro: entregar sequências de ação bem coreografadas, manter o ritmo acelerado e, sempre que possível, empregar uma estética crua e realista. A questão é se isso basta para sustentar o interesse de um público cada vez mais exigente em meio ao oceano de thrillers similares disponíveis no streaming.

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Sinopse do filme K.O.

A trama acompanha Bastien, um ex-lutador que vive recluso após matar acidentalmente Enzo, seu oponente, durante uma luta. Dois anos depois, é procurado por Emma, viúva de Enzo, que pede ajuda para resgatar o filho Léo, agora alvo de uma gangue criminosa em Marselha.

Para cumprir essa missão, Bastien une forças com a policial Alaoui, que também busca Léo — seu informante — antes que ele seja silenciado pelos Manchours, um grupo criminoso envolvido em tráfico e corrupção. Enquanto a tensão aumenta, o trio enfrenta perigos externos e internos, culminando em um violento cerco à delegacia, onde a verdade sobre um traidor dentro da corporação vem à tona.

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cena do filme K.O. da Netflix 2025
Foto: Netflix / Divulgação

Crítica de K.O., da Netflix

A grande força de “K.O.” está, sem dúvida, em suas cenas de combate. A luta no clube noturno é uma explosão visual de neon, câmera trêmula e coreografia inspirada em filmes como John Wick e no cinema de ação indonésio.

Blossier filma com planos abertos, sem cortes excessivos, permitindo que a fisicalidade de Ciryl Gane brilhe. A sequência final, inspirada em Assalto à 13ª DP, transforma a delegacia em um campo de guerra urbano — com cassetetes, tiros e estilhaços voando para todos os lados.

Apesar de toda a pancadaria, o filme é esperto o suficiente para não tratar Bastien como um super-herói invencível. Ele apanha, se cansa, hesita. E isso o humaniza. Em especial, há uma cena em que ele se prepara para enfrentar um corredor cheio de capangas, mas a chegada de reforço policial o livra da surra. A reação dele, aliviada, diz mais que mil diálogos sobre a fragilidade por trás da brutalidade.

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Personagens funcionais, mas rasos

O trio central — Bastien, Alaoui e Léo — cumpre bem seu papel narrativo, mas carece de profundidade emocional. Bastien é o típico protagonista atormentado, com o arco de redenção traçado desde o primeiro minuto.

Alaoui, vivida com intensidade por Alice Belaïdi, oferece uma presença forte e determinada, embora sua motivação pessoal seja pouco desenvolvida. Já Léo, interpretado por Meleaume Paquin, é peça-chave no enredo, mas sua relação com Bastien carece de tempo de tela para realmente emocionar.

O vilão Abdel (Foued Nabba) é ameaçador, e seu irmão Driss (Ibrahima Keita) protagoniza um duelo impactante com Gane. No entanto, ambos caem no estereótipo do antagonista cruel e sem nuances. A revelação de Vasseur como traidor interno, embora eficiente para elevar a tensão, é apressada e carece de justificativas mais sólidas.

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Ritmo instável e narrativa previsível

“K.O.” sofre com um primeiro ato moroso, dedicado à investigação e ao desenvolvimento mínimo dos personagens. O roteiro, que flerta com o thriller policial, não apresenta surpresas reais: o herói relutante, o informante em perigo, a policial incorruptível e a corrupção interna são ingredientes já vistos inúmeras vezes.

Além disso, a ausência de um conflito emocional mais elaborado entre Bastien e Léo — ou mesmo entre Bastien e Emma — enfraquece o peso moral da narrativa. O filme prefere manter os sentimentos nas entrelinhas, priorizando o conflito físico ao invés do psicológico. Com um pouco mais de tempo, a história poderia ter explorado melhor o impacto da violência sobre todos os envolvidos.

Vale a pena assistir ao filme K.O.?

“K.O.” é um thriller de ação eficiente, mas não revolucionário. Seu ponto alto está nas cenas de luta bem executadas e na presença imponente de Ciryl Gane, que surpreende com carisma e intensidade física. A direção segura de Antoine Blossier e a performance energética de Alice Belaïdi ajudam a manter o interesse, mesmo quando o roteiro entrega mais do mesmo.

Para fãs do gênero, especialmente aqueles que buscam pancadaria com um mínimo de contexto emocional, “K.O.” pode ser um bom passatempo. Ainda que falte originalidade, sobra energia. No fim, é como um round bem disputado: não leva o cinturão, mas garante alguns bons momentos na memória.

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Onde assistir a K.O. (2025)?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de K.O.

Elenco de K.O., da Netflix

  • Ciryl Gane
  • Alice Belaïdi
  • Foued Nabba
  • Maleaume Paquin
  • Ibrahima Keita
  • Anne Azoulay
  • Samuel Jouy
  • Virgile Bramly
  • Malone Ettori
  • Nafy Souare

Sobre o autor

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