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‘Eric’, uma experiência imperfeita, mas intrigante

Confira a crítica de "Eric", série estrelada por Benedict Cumberbatch que está disponível para assinantes da Netflix.

Foto: Netflix / Divulgação

A série “Eric” é uma joia rara entre as produções originais da Netflix. Esta minissérie dramática em seis episódios, escrita por Abi Morgan (“A Dama de Ferro”, de 2011), é estrelada por Benedict Cumberbatch no papel do brilhante marionetista Vincent. A produção mistura elementos de fantasia, thriller psicológico e drama, explorando temas complexos como saúde mental, desaparecimento de crianças e corrupção.

Sinopse da série Eric

Vincent, um talentoso criador de marionetes, é a mente por trás do programa infantil “Good Day Sunshine”, semelhante ao “Vila Sésamo”. Sua vida vira de cabeça para baixo quando seu filho de nove anos, Edgar (Ivan Morris Howe), desaparece a caminho da escola. Convencido de que trazer à vida o novo boneco que Edgar estava criando para o show trará seu filho de volta, Vincent cria Eric, uma marionete de dois metros de altura, invisível para os outros e que representa suas esperanças, medos e sua saúde mental em declínio.

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Crítica de Eric, da Netflix

A atuação de Cumberbatch como Vincent é hipnotizante, confirmando todo o talento do eterno Doutor Estranho. Ele captura perfeitamente a complexidade de um gênio narcisista que se perde em um mar de desespero e loucura após o desaparecimento de seu filho. Gaby Hoffmann, como Cassie, esposa de Vincent, também oferece uma performance impressionante, embora seu papel seja subutilizado. A série retrata a dissolução do casamento de Vincent e Cassie e o isolamento de Vincent de seus colegas e pais ricos, acrescentando camadas ao seu colapso psicológico.

A série começa com força, estabelecendo o desaparecimento de Edgar e o estado mental precário de Vincent de maneira angustiante. No entanto, a revelação precoce do paradeiro de Edgar dispersa a tensão central, transformando o desaparecimento do garoto em mais uma peculiaridade dentro de uma trama que se expande para incluir corrupção municipal, abuso infantil, crise de drogas e preconceito racial.

O detetive Michael Ledroit (McKinley Belcher III), um homem negro e gay não assumido, se destaca como um personagem crucial. Sua relação com seu parceiro moribundo é esboçada com profundidade e ternura, oferecendo um contraste com a brutalidade do mundo ao seu redor. A interpretação do ator é uma maravilha à parte, equilibrando profissionalismo calmo com raiva latente, tornando-se um dos aspectos mais emocionantes da série.

Embora “Eric” apresente uma série de temas relevantes e uma ambientação detalhada da Nova York dos anos 1980, a multiplicidade de enredos e personagens resulta em uma narrativa fragmentada. A tentativa de abordar questões como racismo sistêmico, crise de AIDS, corrupção policial e preconceito é louvável, mas a execução é superficial e carece de profundidade e coesão. Mesmo Eric, a marionete titular, acaba marginalizado, não acrescentando tanto à história quanto se esperava.

Conclusão

“Eric” é uma série ambiciosa que tenta equilibrar uma trama complexa com atuações poderosas. Apesar de suas falhas em manter uma narrativa coesa e profunda, a minissérie ainda oferece momentos de grande impacto, principalmente graças às atuações de Cumberbatch e Belcher. A mistura de fantasia e realidade, junto com a representação de uma Nova York suja e opressiva, faz da produção uma experiência intrigante, embora imperfeita. Se você busca uma série que desafie as convenções e explore temas pesados com uma pitada de surrealismo, é uma opção a considerar.

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Onde assistir à série Eric?

A série está disponível para assinantes da Netflix.

Trailer de Eric, da Netflix

Elenco da série Eric

Ficha técnica de Eric (2024)

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