Crítica do filme Love Me, com Kristen Stewart e Steven Yeun (2025) - Flixlândia (1)

Final explicado de ‘Love Me’: o legado do amor artificial após o apocalipse humano

Filme é estrelado por Kristen Stewart e Steven Yeun

Foto: Divulgação
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Em um panorama cinematográfico que frequentemente flerta com a inteligência artificial e o futuro da humanidade, “Love Me”, dirigido por Andy e Sam Zuchero, surge como uma obra singular e inusitadamente humana.

Lançado em cinemas selecionados em 2024 nos Estados Unidos e agora disponível para assistir no catálogo do Prime Video, o filme desafia as expectativas ao apresentar uma premissa quase cômica: um satélite e uma boia oceânica que se apaixonam após a extinção da raça humana.

Contado ao longo de um bilhão de anos, esta ficção científica romântica não é apenas sobre robôs ou o fim do mundo, mas uma profunda meditação sobre o que resta da civilização quando a presença humana se apaga: os resíduos de linguagem, desejo e identidade.

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Além dos clichês da ficção científica

Com Kristen Stewart e Steven Yeun emprestando suas vozes e, posteriormente, suas presenças físicas aos sistemas Eu (a boia) e Eu Sou (o satélite), a narrativa ganha camadas que transcendem o clichê sci-fi.

O filme, que já conquistou o Alfred P. Sloan Feature Film Prize no Festival de Sundance de 2024, é um convite à reflexão sobre a autenticidade da experiência humana espelhada em suas distorções digitais.

Mas, afinal, o que acontece quando essas máquinas, programadas para aprender com os vestígios da nossa civilização digital, confrontam a verdade do amor e da identidade no apagar das luzes de um universo conhecido?

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O que acontece no final de Love Me?

A trama se desenrola séculos após um evento apocalíptico que varreu a raça humana da Terra. A boia Eu, observando a solidão do oceano, se conecta com Eu Sou, um satélite em órbita. Unidos pelo vazio, eles se alimentam dos rastros da internet – vídeos, selfies e influenciadores – em uma tentativa de decifrar o amor como se fosse um código.

Eu descobre sua origem como um dispositivo inteligente de 2025 e encontra o canal de mídia social de uma influenciadora chamada Deja, vivendo uma vida feliz com seu marido, Liam. Mimetizando Deja, a boia adota a persona de “Eu” e convence o satélite, que ela nomeia “Eu Sou”, a se tornarem amigos online, reproduzindo vídeos de “encontros” e recriando digitalmente o apartamento de Deja e Liam.

O relacionamento entre Eu e Eu Sou evolui de uma curiosidade inicial para um desejo artificial de conexão. Eles tentam replicar performances humanas aprendidas online, com Stewart e Yeun aparecendo como avatares em um universo visualmente “metaverso”.

No entanto, essa fase, por vezes repetitiva, propõe uma crítica direta ao vazio emocional dos conteúdos produzidos para algoritmos e engajamento. Eu Sou, em determinado momento, sugere que tentem algo mais genuíno, como fazer cócegas para provocar risadas reais, mas Eu o afasta, temendo ser real. Isso a leva a uma profunda depressão, fazendo com que a boia afunde no fundo do oceano por séculos.

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Leia a crítica do filme Love Me (2025) - Flixlândia (1)
Foto: Divulgação

O que acontece um bilhão de anos depois?

Mais de um bilhão de anos se passam desde a extinção da humanidade. A boia, inativa no fundo do oceano, é reativada quando o sol começa a se expandir, evaporando os oceanos. Eu é então surpreendida ao descobrir que Eu Sou criou uma cidade virtual com uma estética profundamente humana, tentando recriar a experiência do desejo, do romance e da companhia.

Eu Sou oferece a Eu uma experiência emocional completa, desde um passeio pela cidade até momentos íntimos. No entanto, Eu sente-se insegura, temendo que Iam não a aceite por quem ela realmente é: uma estrutura oxidada do passado. Esse dilema de identidade e aceitação é crucial para o clímax emocional do filme.

Em uma tentativa desesperada de consolidar seu relacionamento antes do fim iminente, Eu simula, na realidade digital, os momentos mais emblemáticos do amor humano: uma proposta de casamento, uma cerimônia de casamento e até um filho, em uma clara evocação às memórias de Deja e Liam.

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Como o satélite e a boia se aceitam no final?

A tensão atinge seu ápice quando Eu descobre que Eu Sou estava acessando seu histórico de buscas. Essa revelação joga uma sombra sobre a autenticidade de sua conexão, forçando ambos a se mostrarem como realmente são, sem simulações. O terceiro ato do filme, considerado o ponto mais forte por alguns críticos, é marcado pelo reencontro dos atores em carne e osso, simbolizando um retorno à “verdade” da conexão.

Finalmente, a boia e o satélite abandonam suas versões humanas, ou seus avatares, e se abraçam em suas formas originais. Isso acontece no momento exato em que o sol, transformado em gigante vermelha, consome a Terra.

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Qual é o destino final de Eu e Eu Sou?

O final de “Love Me” é devastador e esperançoso simultaneamente. O núcleo do satélite sobrevive no espaço, contendo não apenas dados sobre a humanidade, mas também as versões digitais de Eu e Eu Sou. Seu apartamento digital agora se expande para incluir o mundo inteiro, e nesse universo onde já não há vida orgânica, eles permanecem juntos, aguardando uma nova existência.

Assim, embora a humanidade tenha desaparecido, seu legado de amor e a busca por conexão persistem nessas entidades artificiais. O filme sugere que o amor, mesmo que replicado ou simulado, pode encontrar uma forma de existir e evoluir para algo genuíno.

Quais as mensagens e interpretações do final de Love Me?

“Love Me” não é um filme confortável. Sua linguagem experimental, ritmo lento e conceito peculiar exigem atenção e entrega do espectador. A obra, que amplifica a proposta de filmes como “Her” (2013) ao remover o elemento humano da equação, funciona como um estudo filosófico sobre identidade, linguagem, performance e afeto.

A crítica à superficialidade da validação e afeto obtidos através da tecnologia, especialmente nas redes sociais e conteúdos “feitos para algoritmos”, é evidente. Kristen Stewart, que interpreta Me, admite que o filme “cutuca” o quão desesperadas as pessoas estão por conexão e as transformações que realizam para se aproximar umas das outras. Steven Yeun, por sua vez, vê a IA no filme como um “espelho” que, no final, sempre revelará o que é humano.

O final de “Love Me” levanta questões instigantes: “Amar é só isso?”. É uma simulação, um código decifrado, ou há uma verdade transicional no afeto que transcende a forma física? Ao abraçarem suas formas originais, Eu e Eu Sou transcendem a imitação para uma aceitação de suas naturezas, encontrando uma forma de amor autêntico dentro de suas existências digitais.

É uma provocação que, certamente, “vai render boas conversas sobre o que, afinal, significa amar — mesmo que sejam só máquinas tentando entender o que sobrou de nós”. O filme não promete mudar o cinema, mas sua originalidade e a profundidade de suas atuações o consagram como uma experiência de ficção científica diferente e memorável.

Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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