Com a autoridade de um jornalista experiente que desvenda as complexas tramas do entretenimento moderno, apresentamos uma análise aprofundada do desfecho de “Gatilho” (Trigger), a série sul-coreana da Netflix que estreou em julho.
Dirigida por Kwon Oh-seung, a produção mergulha em uma Coreia do Sul distópica onde armas ilegais inundam as ruas, forçando um policial determinado, Lee Do (Kim Nam-gil), a confrontar não apenas um império de armas, mas também o seu próprio passado sombrio.
Confira a explicação para o final de Gatilho
O duelo de ideologias: Lee Do vs Moon Baek
No coração de “Gatilho” reside um conflito visceral entre duas ideologias opostas, encarnadas pelos protagonistas Lee Do e Moon Baek (Kim Young-kwang). A série explora a questão fundamental sobre se os cidadãos de uma nação devem ter acesso irrestrito a armas de fogo. Em essência, a narrativa é um embate entre o controle de armas e a defesa do porte irrestrito.
Lee Do e Moon Baek, apesar de terem infâncias problemáticas, obsessões por justiça e vingança, e uma relação complexa com armas, chegam a conclusões divergentes: Lee Do percebeu que as armas não são a solução e as abandonou, enquanto Moon Baek acredita que são o único caminho para a verdadeira liberdade. Ele adota uma postura quase “Coringa”, convencido de que, dada a escolha, as pessoas o apoiarão.
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A ascensão do caos: o plano de Moon Baek
A Coreia do Sul de “Gatilho”, um país com leis de controle de armas rigorosas e crimes relacionados a armas muito raros, é retratada como uma “caixa de fósforos” à beira da autoaniquilação. Neste cenário, Moon Baek emerge como o arquiteto da anarquia. Sua história é marcada por traumas: abandonado na infância, traficado para os EUA, moldado pela violência e, eventualmente, diagnosticado com câncer terminal.
Contrariando a busca por riqueza ou poder, sua motivação é a pura raiva – uma vingança contra um país que o falhou e um mundo que o engolfou em traumas. Sua campanha de “armas gratuitas” é um grito distorcido por vingança, visando nivelar o campo de jogo e destruir o país que ele considerava seu maior inimigo.
Baek orquestrou todos os grandes eventos da série para alcançar seu objetivo final de caos entre a população. Ele inunda as ruas com um arsenal ilegal, levando a Coreia ao pandemônio. Após a morte do Sargento Jo e a hospitalização de Lee Do, Baek consegue infiltrar-se profundamente na sociedade coreana.
Ele hackeia o sistema policial e provoca Lee Do a confrontar seu superior, Cho Hyun-sik. Em um reviravolta chocante, Baek invade e atira em Hyun-sik e Lee Do; Lee Do sobrevive, mas a mensagem de Baek é entregue.

O clímax sangrento: o rally e a revolta
O ponto culminante da tensão ocorre em um comício de legalização de armas em frente ao Estádio Gyeongin, um ambiente extremamente volátil com manifestantes pró e contra armas. Moon Baek revela a Lee Do como ele orquestrou os eventos para chegar a este fim de jogo. A multidão está em ebulição quando um caminhão gigante chega, e Baek anuncia que está cheio de armas, precipitando o caos.
Lee Do, apesar de seus ferimentos, mata os capangas de Baek e o persegue. Eles se encontram na multidão, granadas de fumaça explodem, e ambos apontam armas um para o outro em um impasse. Um tiro é disparado na fumaça, e Baek é atingido no peito. Não fica claro quem atirou nele. Enquanto ele sorri e cai, sua tese é comprovada: a Coreia mergulha no caos, e todos começam a atirar uns nos outros.
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A esperança em meio ao caos: o ato heroico de Lee Do
Em meio à carnificina, Lee Do realiza um ato profundamente humano que se torna um divisor de águas. Ele corre para salvar uma criança em pânico, pegando-a e abraçando-a. Este gesto altruísta é capturado pela câmera do jornalista de estimação de Baek. Testemunhando a cena, a enfermeira So-hyeon, que planejava um tiroteio no hospital, desiste de seu intento.
A imagem de Lee Do abraçando o menino se transforma em um poderoso símbolo de paz. Embora o comício resulte em 70 vítimas, a história de seu heroísmo e a disseminação dessa imagem ajudam a acalmar as tensões na Coreia. Pessoas, incluindo So-hyeon, entregam voluntariamente suas armas, percebendo que não precisam delas em sua sociedade.
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As consequências e as sombras remanescentes
Nem todos, porém, concordam com essa pacificação. O jornalista que publicou a história de Lee Do é assassinado, e os “mandantes” acima de Baek continuam operando.
Moon Baek, gravemente ferido e com histórico de câncer, é improvável que sobreviva. Uma assassina misteriosa, enviada por seu fornecedor de armas estrangeiro (Jake), garante sua morte, implicando que ele foi executado para não revelar segredos.
Lee Do, o herói, retoma seu trabalho como patrulheiro, visita a Sra. Oh (que está se recuperando), e o final o encontra caminhando de mãos dadas com o jovem que salvou, um pequeno momento de satisfação em um clímax que alguns críticos consideraram um tanto fraco.
Gatilho: um final aberto e a possibilidade de continuação
“Gatilho” termina com um certo “cliffhanger”, deixando o destino de Moon Baek ambíguo e a paz na Coreia ainda frágil. Embora Netflix tenha classificado a série como limitada, a incerteza sobre a morte definitiva de Baek e a persistência de traficantes de armas internacionais mantêm a trama em aberto. O fornecedor de armas estrangeiro continua de olho no mercado sul-coreano, sugerindo que o perigo não cessou.
Se “Gatilho” retornar para uma segunda temporada, a série poderia explorar um ângulo internacional, aprofundar o vácuo legal em torno de armas na Coreia do Sul e o custo psicológico para os sobreviventes da violência.
Um novo antagonista, possivelmente o fornecedor de armas estrangeiro, ou até mesmo o retorno de Moon Baek, são possibilidades que manteriam a audiência em suspense. Embora a Netflix não tenha confirmado uma segunda temporada até o momento, o desfecho da série indica que uma continuação é não apenas possível, mas provável.
Assista ao trailer de Gatilho (2025)
Elenco da série Gatilho, da Netflix
- Kim Nam-gil
- Kim Young-kwang
- Park Hoon
- Gil Hae-yeon
- Kim Won-hae
- Woo Ji-hyeon
- Lee suk
- Ahn Se-ho
- Yang Seung-lee
- Park Yoon-ho