O humor se transforma com o passar dos anos e as consequentes mudanças culturais que sempre acontecem. O que era engraçado para pais e avós não faz rir jovens adultos e adolescentes, com algumas exceções que por isso mesmo transformam-se em clássicos. Um desses estilos é o humor de constrangimento, que, por exemplo, sempre renova o público de alguns atores.
O segredo da longevidade é o texto, algo que realmente não aparece em nenhum momento em “Genie”, filme que traz no papel título Melissa McCarthy. A preguiça é a tônica em todo o longa-metragem, começando no título em inglês e também em português: nem a equipe do Prime se dispôs a mudar uma letra e colocar um acento circunflexo para essa bomba no catálogo nacional.
A história é qualquer coisa inspirada nas “1001 noites”: um workaholic interpretado por Paapa Essiedu está a ponto de perder a família por trabalhar demais. Ao mesmo tempo, encontra no trabalho uma caixa de joias que faz as vezes de lâmpada, que após esfregar sai uma gênia que concede não apenas três, mas ilimitados desejos.
Como dito acima, a preguiça incorpora em praticamente todo mundo envolvido neste projeto: o roteirista entrega diálogo expositivo seguido de diálogo expositivo, ditos de forma entediante embaraçosa pelo casal de protagonistas e seguida por todo o restante do elenco.
A direção de Sam Boyd (de O Ditador) tenta usar os silêncios e o choque de realidades para extrair algumas risadas, mas tem que contar com uma boa vontade incrível de quem estiver assistindo.
Para quem estiver disposto a oferecer uma chance à Melissa por alguma memória afetiva de filmes mais antigos, assista por sua conta e risco. Já se você estiver procurando algo para o final de noite na tentativa de dormir mais rápido, “Genie” é uma excelente pedida no streaming.