Confira a crítica do filme "Gladiador 2", com Paul Mescal, Denzel Washington e Pedro Pascal disponível para assistir no Paramount+.

Foto: Paramount+ / Divulgação

Vinte e quatro anos após Gladiador redefinir o cinema épico moderno, Ridley Scott retorna à Roma Antiga com uma missão ambiciosa: criar uma continuação que honre o legado do original, mas que caminhe com passos próprios.

Aos 86 anos, o diretor se lança em uma jornada de 51 dias de filmagens que culminam em um projeto de escala impressionante, recheado de combates grandiosos, críticas políticas e personagens dilacerados por dilemas morais. “Gladiador 2” tenta equilibrar esse espetáculo visual com uma narrativa complexa, ora tocante, ora arrastada, sempre sob a sombra do filme que lhe deu origem.

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Sinopse do filme Gladiador 2 (2024)

No ano 200 d.C., acompanhamos Lucius (Paul Mescal), agora adulto, vivendo sob o nome de Hanno em uma província africana com sua família. Quando sua terra é invadida pelo general romano Marcus Acacius (Pedro Pascal), Lucius é feito prisioneiro e vendido como gladiador em Roma — uma capital agora governada pelos insanos irmãos imperadores Caracalla (Fred Hechinger) e Geta (Joseph Quinn).

Nesse retorno forçado à cidade de sua infância, Lucius reencontra figuras de seu passado, como sua mãe Lucilla (Connie Nielsen), e mergulha em uma espiral de vingança e conflito interno. Enquanto o Coliseu ferve com rinocerontes, tubarões e batalhas teatrais, o império se afunda em caos político e violência. No centro de tudo, está Macrinus (Denzel Washington), um comerciante de gladiadores ardiloso que joga xadrez com a política romana e manipula todos à sua volta.

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Crítica de Gladiador 2, do Paramount+

Diferente do tom estoico e reverente de Gladiador (2000), Scott apresenta aqui uma Roma mais cínica, exagerada e quase satírica. A sobriedade de Maximus dá lugar à energia caótica de uma sociedade em ruínas, comandada por imperadores caricatos e alimentada por um povo sedento por sangue e distrações.

O diretor se distancia do realismo histórico para abraçar um espetáculo estilizado, mais próximo de Napoleão e Casa Gucci do que de seus épicos clássicos. A crítica à decadência dos impérios é clara — e atual.

Lucius não é Maximus, e isso é bom (mas também ruim)

Paul Mescal entrega um Lucius mais introspectivo e tenso do que seu antecessor. Seu herói não busca apenas vingança, mas também entender o papel que deve ocupar em uma Roma apodrecida.

Ainda assim, sua trajetória é menos envolvente: o roteiro o trata mais como símbolo do legado de Maximus do que como personagem com agência própria. Sua transformação de homem comum em figura messiânica é previsível, e enfraquecida por um texto que tropeça nos clichês da jornada do herói.

Macrinus: o império é dele

Denzel Washington é a alma do filme. Seu Macrinus é sedutor, manipulador e ambíguo. Cada aparição sua eleva o nível dramático da cena. É com ele que o roteiro brilha de fato — especialmente ao abordar o jogo sujo da política romana e a facilidade com que se domina uma massa através do ódio.

Washington constrói um personagem que jamais se curva, dominando o filme com a mesma intensidade que o gladiador domina a arena. Sua presença é o maior trunfo do longa.

Pedro Pascal apagado, Connie Nielsen desperdiçada

Pedro Pascal tem bons momentos como o conflituoso Acacius, mas é mal aproveitado em um papel que poderia render mais camadas. Seu personagem deveria espelhar os dilemas morais de Maximus, mas carece de desenvolvimento.

Connie Nielsen, apesar do retorno de Lucilla, continua sendo a mulher com pouco espaço, reduzida a catalisadora emocional do protagonista — uma repetição cansativa do que já vimos em 2000.

Entre a arena e o melodrama

Visualmente, “Gladiador 2” é imponente. As batalhas são grandiosas, os cenários impressionam, e Scott não economiza em efeitos. Há lutas com rinocerontes, babuínos e até tubarões no Coliseu — um exagero que beira o fantástico, mas que também revela certa artificialidade.

O problema é que, fora da arena, o filme fraqueja: o drama político e familiar soa como novela mal escrita, e muitos diálogos escorregam para o piegas. A narrativa perde ritmo após a chegada de Lucius a Roma, diluindo o impacto emocional.

Roma como metáfora de nosso tempo

Apesar de seus tropeços, “Gladiador 2” acerta em suas alegorias. A opulência dos governantes em contraste com a miséria do povo, o uso da violência como espetáculo de controle e o apelo ao ressentimento como forma de manipulação são temas que dialogam fortemente com os tempos atuais.

A cena em que os soldados apontam as flechas para o público revoltado é um dos momentos mais poderosos do filme — simbólico, direto e assustadoramente atual.

Um épico em crise de identidade

“Gladiador 2” quer ser tudo: continuação, reinvenção, espetáculo e crítica. Mas ao tentar manter os pés no passado e os olhos no futuro, acaba tropeçando. A nostalgia do primeiro filme pesa sobre os ombros da nova produção, que replica falas, estrutura e até cenas de maneira que beira o oportunismo. O filme tem ritmo, tem impacto visual, mas falta-lhe a personalidade marcante que tornaria sua existência realmente necessária.

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Conclusão

“Gladiador II” é um épico que brilha em sua ambição, mas sofre por não conseguir escapar da sombra do original. Há muito a ser elogiado: a direção artística, a presença imponente de Denzel Washington, os momentos de crítica política afiada e a tentativa de atualizar certos conceitos ultrapassados do primeiro filme.

No entanto, o roteiro frágil, os personagens mal desenvolvidos e o excesso de referências ao passado impedem que o filme seja verdadeiramente memorável. Como entretenimento, funciona — especialmente para quem busca ação em grande escala. Mas como sucessor espiritual de um clássico? Aí, a arena é mais cruel.

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Onde assistir ao filme Gladiador 2?

O filme está disponível para assistir no Paramount+.

Trailer de Gladiador 2 (2024)

Elenco de Gladiador 2, do Paramount+

  • Paul Mescal
  • Pedro Pascal
  • Joseph Quinn
  • Fred Hechinger
  • Connie Nielsen
  • Denzel Washington

Ficha técnica do filme Gladiador 2

  • Título original: Gladiator 2
  • Direção: Ridley Scott
  • Roteiro: David Franzoni, Peter Craig, David Scarpa
  • Gênero: ação, aventura
  • País: Estados Unidos, Reino Unido, Marrocos, Canadá, Malta
  • Duração: 148 minutos
  • Classificação: 16 anos

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