Em um primeiro olhar, “GOAT” (HIM), que estreia nesta quinta-feira, 2 de outubro, parece ter todos os ingredientes de uma obra-prima instantânea. Produzido por Jordan Peele, o filme se apropria da iconografia religiosa e da cultura do esporte para criar uma alegoria poderosa sobre masculinidade tóxica, o custo da glória e a natureza monstruosa da idolatria.
A premissa é brilhante, mas sua execução vacilante, nas mãos do diretor novato Justin Tipping, impede que o filme alcance a perfeição de um “Corra!” (2017), tornando-se uma experiência frustrante e irregular.
Sinopse
A trama acompanha Cam Cade (Tyriq Withers), um jovem quarterback prestes a se tornar o maior de todos os tempos. Seu destino se cruza com o de seu ídolo de infância, a lenda viva Isaiah White (Marlon Wayans), que o convida para um retiro de treinamento. O que se segue é uma descida ao inferno, onde Cam descobre que a grandeza no esporte requer sacrifícios.
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Crítica
A ideia de combinar o gênero esportivo com o terror é divertidíssima, mas a história, infelizmente, não explora todo o seu potencial, soando confusa e, por vezes, superficial.
O que impede o filme de desmoronar completamente são as atuações. Tyriq Withers lida de forma impressionante com a intensa fisicalidade do papel, mas a obra pertence a Marlon Wayans. Nós, brasileiros, amamos Wayans por papéis idiotas que se tornaram cult, como em “As Branquelas” (2004), mas quando ele se torna dramático, é ainda melhor.
A intensidade nos olhos que ele traz para Isaiah White é genuinamente assustadora e é a única coisa que mantém o filme unido. Ele entrega um adversário sádico e hipnótico, elevando cada cena em que aparece.

Mais videoclipe, menos filme
Onde o filme realmente tropeça é na direção. “GOAT” tem estilo de sobra, com bons visuais alucinatórios, mas Justin Tipping parece mais interessado em criar um videoclipe de rap do que um filme coeso.
A ótima trilha sonora, composta por Bobby Krlic e com singles de artistas como Denzel Curry e Tierra Whack, é usada de forma tão agressiva que, em vez de complementar, muitas vezes sufoca a narrativa, como se estivesse tocando em caixas de som da JBL no volume máximo.
A impressão que fica é a de um corte açougueiro de imagens, uma mistura exaustiva de “Um Domingo Qualquer” (1999) com “O Advogado do Diabo” (1997).
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Conclusão
Desse modo, quando o filme chega ao seu ato final, verdadeiramente barroco e extremamente sangrento, ele já “saiu dos trilhos” há muito tempo. A conclusão deixará o público dividido: alguns vão gritar de alegria com o caos, outros vão balançar a cabeça pensando que perderam 96 minutos de suas vidas.
No fim das contas, “GOAT” não é um trabalho totalmente ruim, apenas um que poderia ter sido ótimo. É uma obra que pode ou não marcar, mas cuja avaliação, no fim, se resume ao espectador individual.
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Onde assistir ao filme GOAT?
O filme estreia nesta quinta-feira, 2 de outubro de 2025, exclusivamente nos cinemas brasileiros.
Veja o trailer de GOAT (2025)
Quem está no elenco do filme GOAT?
- Marlon Wayans
- Tyriq Withers
- Julia Fox
- Tim Heidecker
- Jim Jefferies
- Maurice Greene
- Indira G. Wilson
- Geron McKinley