O filme “Guerra e Revolta” (Jeon, Ran), que acaba de chegar à Netflix, é um épico histórico que transporta o espectador para a Coreia do século XVI, em plena era da dinastia Joseon, onde antigas amizades se desfazem sob o peso de batalhas internas e externas.
Dirigido por Kim Sang-man e coescrito por Park Chan-wook, o filme mistura ação sangrenta, dilemas morais e uma narrativa complexa sobre lealdade e traição. Embora a marca registrada de Park seja evidente em muitos momentos, a direção de Kim transforma a obra em um espetáculo visual, mas com nuances que acabam sendo ofuscadas pela narrativa arrastada.
Sinopse do filme Guerra e Revolta (2024)
A trama se passa logo após a rebelião de Jeong Yeo-rip em 1589, quando o sistema feudal e a brutalidade da aristocracia coreana enfrentam a crescente insatisfação popular. Cheon-yeong (Gang Dong-won), um escravo forçado a servir como “saco de pancadas” para o filho de um nobre, Jong Ryeo (Park Jeong-min), torna-se líder de um movimento de resistência após uma série de traições e injustiças.
O relacionamento dos dois amigos é testado à medida que Cheon-yeong se envolve em uma rebelião popular, enquanto Jong Ryeo ascende ao posto de conselheiro militar do Rei Seonjo (Cha Seung-won), que governa com mão de ferro e alianças dúbias. O filme acompanha o desenvolvimento desse conflito pessoal em meio a uma guerra devastadora contra os invasores japoneses, repleta de violência gráfica e intrigas políticas.
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Crítica de Guerra e Revolta, da Netflix
“Guerra e Revolta” acerta ao capturar a essência de um período turbulento da história coreana, com batalhas violentas e viscerais que remetem à estética dos filmes de samurais de Takashi Miike. O filme se beneficia da capacidade de Park Chan-wook em criar momentos de humor sombrio e cenas de violência teatral, como a emblemática espada cravada em um pescoço de soldado, segurada por uma mão decepada. No entanto, o longa peca pela falta de coesão emocional em seu núcleo dramático.
A relação entre Cheon-yeong e Jong Ryeo, embora central à narrativa, não é suficientemente explorada para que sua ruptura tenha o impacto desejado. A direção de Kim Sang-man, ainda que visualmente impressionante, não consegue equilibrar as cenas de ação e a profundidade emocional necessária para amarrar a trama com mais firmeza. Em vez disso, a narrativa acaba sendo diluída, recorrendo a flashbacks tardios que pouco acrescentam à complexidade das personagens.
Por outro lado, a fotografia de Ju Sung-lim e as cenas de luta são um espetáculo à parte, com coreografias meticulosas e um banho de sangue que satisfará os fãs de filmes de ação. O ritmo frenético das batalhas é eficaz, mas o roteiro se perde ao tentar cobrir demasiado terreno, o que enfraquece o peso dramático da obra como um todo. A obsessão do filme com detalhes mórbidos, como as inúmeras narizes decepadas, é interessante, mas se torna repetitiva à medida que a narrativa avança.
Conclusão
“Guerra e Revolta” é visualmente deslumbrante e repleto de ação, mas que carece de profundidade emocional para sustentar sua trama central de traição e vingança. A direção de Kim Sang-man, embora competente, não consegue dar o mesmo pulso dramático que os roteiros de Park Chan-wook costumam entregar.
Para os fãs de épicos sangrentos, “Guerra e Revolta” oferece uma diversão momentânea, mas deixa a desejar no desenvolvimento de suas personagens e no impacto emocional de sua conclusão. Um filme que, embora promissor, não consegue alcançar todo o seu potencial.
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Onde assistir ao filme Guerra e Revolta?
O filme está disponível para assinantes da Netflix.
Trailer de Guerra e Revolta (2024)
Elenco de Guerra e Revolta, da Netflix
- Gang Dong-won
- Park Jeong-min
- Cha Seung-won
- Kim Shin-rock
- Jin Sun-kyu
- Jung Sung-il
Ficha técnica do filme Guerra e Revolta
- Título original: Jeon, Ran
- Direção: Sang-man Kim
- Roteiro: Park Chan-wook, Shin Chul, Sang-man Kim
- Gênero: ação, drama, guerra
- País: Coreia do Sul
- Duração: 128 minutos
- Classificação: 16 anos
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