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Foto: Max / Divulgação
A tragédia envolvendo Luigi Mangione e o assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, chocou o mundo e alimentou debates acalorados sobre os limites da justiça, os abusos das corporações de saúde e a radicalização de indivíduos em um sistema falho.
Diante da comoção midiática, era apenas questão de tempo para que um filme fosse produzido. O documentário “Luigi Mangione: O Assassino do CEO” chega ao streaming da Max com a promessa de aprofundar o caso e trazer novas perspectivas, mas o que entrega é um conteúdo raso, acelerado e sensacionalista.
Sinopse do documentário Luigi Mangione – O Assassino do CEO (2025)
Com uma hora de duração, o documentário apresenta uma análise do crime ocorrido em 4 de dezembro de 2024, quando Brian Thompson foi morto a tiros em Manhattan. Apresentado por Dan Abrams e contando com especialistas como criminologistas, autoridades e pessoas ligadas ao caso, o especial tenta traçar o perfil de Mangione e compreender as motivações por trás do crime.
O programa revisita a caçada policial que levou à captura de Mangione em Altoona, Pensilvânia, e explora desde seu manifesto até seus históricos de saúde e interações online. Entretanto, o que poderia ser uma investigação séria se torna uma repetição de conjecturas e superficialidade.
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Crítica do filme Luigi Mangione – O Assassino do CEO, da Max
O primeiro problema do documentário é sua velocidade de produção. Com pouco tempo para pesquisas aprofundadas, o material se apoia em opiniões de especialistas que não tiveram acesso direto ao acusado, reduzindo o especial a um show de especulações e lugares-comuns. Dan Abrams, conhecido por sua abordagem sensacionalista, conduz a narrativa de forma dramática, mas sem acrescentar informações realmente reveladoras.
Outro ponto fraco é o uso excessivo de “talking heads”, ou seja, entrevistas com comentaristas que apenas repetem o que já foi noticiado amplamente. A tentativa de contextualizar Mangione como uma figura radicalizada se perde em análises superficiais, sem uma investigação detalhada de suas motivações reais.
O documentário também falha ao ignorar aspectos mais profundos, como a crise do sistema de saúde nos EUA, que poderia oferecer um pano de fundo mais rico para a compreensão do caso.
‘Copaganda’
O especial promete respostas, mas entrega apenas um compilado de informações já conhecidas, intercaladas com um tom de “copaganda” – favorecendo uma narrativa que justifica ações das autoridades sem questionar o impacto de um sistema falho que gera indivíduos como Mangione.
A presença do prefeito de Nova York, Eric Adams, e de oficiais do NYPD reforça essa abordagem, transformando o documentário em um veículo de reafirmação da ordem estabelecida, ao invés de um debate honesto sobre o caso.
Conclusão
“Luigi Mangione: O Assassino do CEO” desperdiça uma oportunidade de criar um documentário relevante ao optar pelo sensacionalismo e pela velocidade em detrimento da profundidade. Se o objetivo era entender o que levou um jovem engenheiro a cometer um crime tão brutal, a produção falha miseravelmente.
O que temos é uma análise vazia, carregada de especulações, que não responde à pergunta central: quem é Luigi Mangione? Para aqueles que buscam uma abordagem séria sobre o caso, talvez seja melhor esperar por um documentário mais bem elaborado no futuro.
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Onde assistir ao documentário Luigi Mangione – O Assassino do CEO?
O filme está disponível para assistir na Max.
Trailer de Luigi Mangione – O Assassino do CEO (2025)
Elenco de Luigi Mangione – O Assassino do CEO, da Max
- Dan Abrams
- Luigi Mangione
Ficha técnica do filme Luigi Mangione – O Assassino do CEO
- Título original: Lazareth
- Direção: Brian Ross, Rhonda Schwartz
- Roteiro: Brian Ross
- Gênero: documentário, policial
- País: Estados Unidos
- Duração: 42 minutos
- Classificação: 16 anos