Taynna Gripp 
Foto: Netflix / Divulgação
Depois de uma estreia decepcionante com La defensa del dragón (2017), Natalia Santa retorna com “Malta”, um filme que explora os anseios de uma jovem bogotana em busca de fuga e autoconhecimento.
A promessa inicial de uma narrativa centrada no sonho de uma viagem à ilha de Malta transforma-se em um relato introspectivo sobre as angústias de uma geração que carrega nas costas o peso de uma sociedade desigual.
Apesar de ter elementos promissores, “Malta” tropeça ao tentar equilibrar suas ambições narrativas com a execução, resultando em um filme que, como sua protagonista, parece não sair do lugar.
Sinopse do filme Malta (2024)
Mariana (Estefanía Piñeres) é uma jovem colombiana que, entre o trabalho desgastante em um call center, aulas noturnas de idiomas e encontros casuais, sonha em escapar para Malta. Para ela, a ilha representa mais que um destino: é uma válvula de escape da vida monótona e das tensões familiares.
Vivendo com uma mãe amargurada (Patricia Tamayo), um avô doente e lidando com a ausência de um irmão desaparecido, Mariana tenta resistir ao peso de suas responsabilidades enquanto busca algum sentido em um cotidiano desolador. Entretanto, seu caminho cruza com Gabriel (Emmanuel Restrepo), um colega de aula que a confronta com a realidade de seus próprios desejos e fraquezas.
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Crítica de Malta, da Max
Atuações e químicas
A atuação de Estefanía Piñeres é, sem dúvida, o ponto alto. Sua Mariana transmite vulnerabilidade e ironia, contrastando brilhantemente com a dureza da mãe, vivida por Patricia Tamayo, que rouba as cenas em que aparece.
A química entre os personagens, porém, é inconsistente, e Gabriel, interpretado por Emmanuel Restrepo, surge como um elemento subaproveitado em um enredo que tenta abarcar muitos temas sem explorar nenhum profundamente.
Buracos narrativos
Visualmente, “Malta” é competente, com iluminação e fotografia que capturam o cinza das paisagens urbanas e a melancolia da protagonista. No entanto, as escolhas simbólicas, como a cena inicial em que Mariana urina na ducha, acabam por parecer mais provocativas do que realmente significativas.
A promessa de um filme que abordaria a busca de uma jovem por realização e liberdade cede lugar a uma trama dispersa e cheia de buracos narrativos. Santa poderia ter criado uma obra marcante ao utilizar elementos do realismo social, mas optou por uma abordagem mais pessoal e catártica, desconectando o espectador da jornada emocional proposta.
Conclusão
“Malta” é uma obra ambiciosa que tenta capturar as angústias de uma geração, mas esbarra em sua execução irregular e narrativa fragmentada. Apesar das marcantes atuações de seu elenco, especialmente de Estefanía Piñeres e Patricia Tamayo, o filme não constrói um arco dramático convincente.
Para Natalia Santa, a direção de “Malta” pode ser vista como um passo intermediário em sua evolução como cineasta. Contudo, para o público, o filme não oferece mais que um vislumbre de potencial não concretizado. Resta torcer para que seu próximo trabalho traga mais clareza, propósito e conexão emocional.
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Onde assistir ao filme Malta?
Trailer de Malta (2024)
Elenco de Malta, da Netflix
Ficha técnica do filme Malta
Sobre o autor
Um drama que mostra o caos de uma família desestruturada, mas com momentos humanos e ternos no cuidado com o familiar idoso e doente, e entre eles a jovem Mariana profundamente carente que busca um lugar para fugir satisfazendo sexualmente qualquer um que ofereça uma cama provisória para dormir longe da família..