A primeira temporada de Maxton Hall – O Mundo Entre Nós (Prime Video), baseada na trilogia Save Me, de Mona Kasten, conquistou um público fiel com sua charmosa premissa de enemies-to-lovers e um delicioso equilíbrio entre o drama social (o confronto de classes entre a bolsista Ruby Bell e o bad boy milionário James Beaufort) e a química irresistível de seus protagonistas.
No entanto, o retorno da série para sua segunda temporada – analisada aqui a partir dos três primeiros episódios – opera uma mudança drástica de tom: o drama tomou conta, transformando a leveza juvenil em uma narrativa sombria, intensa e, por vezes, exaustiva. A série tenta amadurecer, mas acaba caindo em um exagero que ameaça sufocar sua própria essência.
Sinopse
A segunda temporada recomeça exatamente após o trágico final da primeira: a morte repentina da mãe de James e Lydia. Este evento serve como catalisador para um arco narrativo mais pesado, centrado no luto dos irmãos Beaufort e no crescente conflito entre James e seu pai, Mortimer.
Enquanto Ruby Bell (Harriet Herbig-Matten) tenta manter o foco em seus sonhos de entrar em Oxford e nos eventos da escola, sua relação com James (Damian Hardung) é posta à prova. O luto e a instabilidade emocional do rapaz levam a uma traição no episódio de abertura, reacendendo o ciclo de brigas e reconciliações.
Para complicar, o patriarca Mortimer (Fedja van Huêt) sai das sombras para se tornar o vilão central e implacável, determinado a arruinar a vida de Ruby e sua família, elevando as apostas da narrativa a níveis quase melodramáticos.
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Resenha crítica
💔 Romance perde o brilho sob o peso do drama
A mágica que definiu a primeira temporada, a tensão e a eletricidade entre Ruby e James, está visivelmente diluída. O que antes era uma química natural e espontânea, agora é interrompido por um ciclo repetitivo de desentendimentos e reconciliações, que soa mais como uma exigência do roteiro do que como o fluxo orgânico de um relacionamento.
A série insiste em reviver a dinâmica de “ódio que vira amor”, mas a repetição da fórmula, com mais eventos estudantis e a heroína voltando ao seu papel de organizadora de eventos, reforça a sensação de que o enredo está rodando em círculos, sem novas ideias criativas para o casal.
Mesmo os momentos íntimos e tocantes, como o encontro no restaurante luxuoso no interior, não são suficientes para resgatar o encanto original, pois logo são eclipsados pela próxima desventura.

👤 Brilho de James e estagnação de Ruby
O grande mérito desta temporada é, inegavelmente, a performance de Damian Hardung. Como James Beaufort, ele entrega uma atuação poderosa, explorando as nuances do luto, da raiva e da vulnerabilidade. O personagem amadurece, confronta seus traumas e se humaniza ao reconhecer a dor da perda e o domínio do pai. A cena em que ele desaba, chorando nos braços de Ruby, é o ápice emocional da temporada, mostrando a dor sincera que a série precisava.
No entanto, o crescimento de James expõe o desequilíbrio narrativo. Ruby Bell, a protagonista vibrante e cheia de personalidade que conquistou os fãs ao desafiar o elitismo de Maxton Hall, se torna uma espectadora passiva da própria vida. Ela é constantemente arrastada pelos acontecimentos e pelas maquinações dos vilões, limitando-se a reagir em vez de agir. Fica a impressão de que o roteiro, ao dar o protagonismo da dor a James, negligenciou o desenvolvimento de Ruby, transformando-a em uma peça de apoio, e não mais no coração pulsante da história.
😈 Mortimer Beaufort: o vilão que sufoca a trama
A mudança mais problemática é a ascensão de Mortimer Beaufort (Fedja van Huêt) ao papel de vilão central e absoluto. Se na primeira temporada ele era uma ameaça sombria, nesta, ele se transforma em um personagem caricato e sem nuances, um autêntico “vilão Disney” movido por um ódio desproporcional. Sua obsessão em destruir Ruby e sua família, sem uma motivação crível que justifique tamanha malevolência, força a barra da verossimilhança.
O resultado é um enredo sufocado por manipulações e ameaças constantes, sem espaço para a leveza, o romance ou até mesmo o desenvolvimento de outros personagens. O drama se torna tão incessante e os vilões tão exagerados — incluindo outras figuras adultas irrealmente nocivas, como o professor que se envolve com uma aluna — que o público se sente exausto. A série perde a chance de explorar conflitos de forma mais adulta e sutil, optando pela intensidade máxima a todo custo.
Conclusão
A temporada 2 de Maxton Hall – O Mundo Entre Nós é um caso clássico de uma série que, ao tentar ser mais “séria” e “adulta”, perde o frescor e o encanto que a tornaram especial. O tom sombrio faz sentido diante do luto, mas a execução desmedida, com vilões que parecem saídos de uma novela mexicana e uma sucessão de desventuras sem pausas, rouba o oxigênio da narrativa.
Ainda assim, a série tem seus méritos: a fotografia é impecável, as locações continuam deslumbrantes e a atuação de Damian Hardung é o grande destaque. Para os fãs mais dedicados de Ruby e James, a série continua sendo um entretenimento rápido e melodramático, capaz de prender a atenção até o inevitável cliffhanger.
No entanto, quem buscava o equilíbrio delicioso da primeira temporada encontrará uma experiência mais exaustiva e menos impactante. O desafio da série para a próxima temporada será encontrar o meio-termo entre a intensidade dramática e o afeto genuíno que, afinal, é a verdadeira razão pela qual nos apaixonamos por essa história.
Onde assistir à temporada 2 de Maxton Hall?
A série está disponível para assistir no Prime Video.
Quantos episódios tem a 2ª temporada de Maxton Hall?
A segunda temporada de Maxton Hall terá seis episódios.
Quando estreiam os próximos episódios da temporada 2 de Maxton Hall?
- Episódios 1 a 3: 7 de novembro
- Episódio 4: 14 de novembro
- Episódio 5: 21 de novembro
- Episódio 6: 28 de novembro
Trailer da segunda temporada de Maxton Hall
Elenco da 2ª temporada de Maxton Hall
- Harriet Herbig-Matten
- Damian Hardung
- Sonja Weißer
- Fedja van Huêt
- Justus Riesner
- Ben Felipe
- Runa Greiner
- Eidin Jalali


















