'Nosso Eterno Verão' traz um visão sensível e honesta da juventude diante de uma tragédia

Vencedor do Prêmio Especial do Júri na mostra Cineastas do Presente no tradicional Festival de Locarno, o filme “Nosso Eterno Verão” (L’été l’éternité), o primeiro longa-metragem de Émilie Aussel, se debruça nas tormentas da adolescência, explorando a difícil transição para a idade adulta. Ambientado em Marselha, a obra acompanha um grupo de jovens lidando com um trauma que parece impossível de superar, enquanto desfrutam os últimos momentos de sua infância em um verão aparentemente interminável.

Sinopse de Nosso Eterno Verão (2021)

As inseparáveis Lise (Agathe Talrich) e Lola (Marcia Feugeas) passam os dias e as noites de verão despreocupadas, vivendo e amando junto dos amigos em uma praia em Marselha. Comemorando o início do resto de suas vidas, logo percebem que nada dura para sempre. E que este é um momento de encontros decisivos para renascer.

Crítica do filme Nosso Eterno Verão

Aussel se junta ao subgênero do cinema francês que retrata a juventude tentando moldar suas vidas, especialmente durante o verão. No entanto, em “Nosso Eterno Verão”, a morte interrompe brutalmente os planos e sonhos dos personagens, adicionando uma camada sombria à trama. A perda inesperada de uma amiga marca um ponto de virada para o grupo, levando-os da inocência à vulnerabilidade, enquanto suas vidas escapam como areia entre os dedos.

A fotografia etérea e misteriosa do filme, aliada à boa trilha sonora, transporta os espectadores para um mundo misterioso e irreal, onde a tragédia assume dimensões desproporcionais. “Nosso Eterno Verão” é um filme para ser apreciado sem pressa, assim como a adolescência: uma experiência pessoal e coletiva, marcada pela solidão, amizade, amor, crueldade e instinto. A curta duração ajuda bastante nessa concepção.

Apesar de alguns diálogos fracos e uma história que se arrasta em certos momentos, o filme consegue capturar a essência da juventude contemporânea e sua luta para encontrar significado em meio à dor e à perda. Dessa forma, “Nosso Eterno Verão” se torna um retrato sensível e honesto da transição para a vida adulta, destacando a efemeridade da juventude e a eternidade das lembranças deixadas para trás.

Conclusão

Em “Nosso Eterno Verão”, Émilie Aussel oferece uma visão sensível e honesta da juventude lidando com a tragédia e a perda, enquanto tentam navegar pela transição para a vida adulta. Graças à bela fotografia e uma trilha sonora cativante, o filme captura a efemeridade da juventude e a eternidade das lembranças deixadas para trás.