
Foto: Netflix / Divulgação
O cinema escandinavo tem uma particularidade marcante: seu realismo melancólico e sua abordagem minimalista de grandes temas existenciais. “O Caminho Errado”, filme dirigido por Hallvar Witzø, não foge à regra e nos entrega uma história de reconstrução pessoal ambientada no rigoroso inverno norueguês.
Recém-lançado na Netflix, o longa-metragem acompanha Emilie, uma mãe solteira em crise, que encontra no esporte uma inesperada via de redenção.
Sinopse do filme O Caminho Errado (2025)
Emilie (Ada Eide) está perdida. Separada, sem perspectivas e com uma relação conflituosa com o pai de sua filha, ela se refugia na casa de seu irmão Gjermund (Trond Fausa), um homem prático e disciplinado que não tem paciência para o caos da irmã.
Cansado de sua inércia, Gjermund desafia Emilie a participar da Birken, uma exigente maratona de esqui cross-country de 54 km, tradicional na Noruega. O que começa como uma aposta descuidada torna-se um catalisador de transformação para Emilie, que descobre em si forças que nunca imaginou ter.
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Crítica de O Caminho Errado, da Netflix
Embora “O Caminho Errado” traga a estrutura de um filme de superação esportiva, sua essência é o drama familiar. Emilie e Gjermund são opostos em tudo: enquanto ela é impulsiva e desorganizada, ele é meticuloso e racional.
O contraste entre os dois gera conflitos que ressoam de forma realista e, ao longo da narrativa, percebemos que o filme não trata apenas da transformação de Emilie, mas também do próprio Gjermund, que precisa aprender a lidar com suas próprias frustrações.
Realismo e minimalismo na narrativa
A direção de Hallvar Witzø opta por um olhar cru e realista, sem exageros melodramáticos. A fotografia fria, característica do cinema nórdico, reflete a jornada interna da protagonista, e o roteiro evita clichês fáceis, apresentando personagens imperfeitos e autênticos. Emilie não se transforma da noite para o dia em uma atleta disciplinada, e o filme acerta ao mostrar os tropeços desse processo, tornando-o mais verossímil e relacionável.
Atuações que elevam o material
Ada Eide brilha como Emilie, trazendo um misto de fragilidade e força que torna a personagem extremamente humana. Sua atuação captura a desesperança de uma mulher que se sente derrotada, ao mesmo tempo em que nos faz torcer por sua redenção. Trond Fausa também entrega uma performance forte como Gjermund, equilibrando dureza e empatia em um personagem que poderia facilmente se tornar unidimensional.
Metáforas e reflexões existenciais
O esporte é usado como uma analogia poderosa para a vida. O percurso da Birken, com seus desafios físicos e mentais, reflete as dificuldades que Emilie enfrenta em sua própria jornada pessoal. O filme sugere que a superação não está apenas no fim da linha, mas no processo de seguir em frente, mesmo quando tudo parece desmoronar.
Conclusão
“O Caminho Errado” é um filme sobre recomeços e a difícil arte de mudar. Com um roteiro contido, atuações convincentes e uma abordagem visual que reforça seu tom introspectivo, o longa entrega uma história emocionante sem cair no sentimentalismo excessivo. É uma excelente opção para quem busca um drama humano e inspirador, mas com os pés fincados na realidade.
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Onde assistir ao filme O Caminho Errado?
O filme está disponível para assistir na Netflix.
Trailer de O Caminho Errado (2025)
Elenco de O Caminho Errado, da Netflix
- Ada Eide
- Trond Fausa Aurvåg
- Marie Blokhus
- Christian Rubeck
- Saga Tuset Meisfjordskar
- Deniz Kaya
- Shana Mathai
- Pia Halvorsen
- Nils Bendik Kvissel
- André Sørum
Ficha técnica do filme O Caminho Errado
- Direção: Hallvar Witzø
- Roteiro: Lars Gudmestad, Maria Karlsson, Vilde Klohs
- Gênero: comédia
- País: Noruega
- Duração: 94 minutos
- Classificação: 14 anos