“Os Quebra-Nozes” (Nutcrackers), filme dirigido por David Gordon Green, é uma comédia dramática que mistura os clichês familiares de filmes natalinos com uma trama baseada em fatos reais.
Protagonizado por Ben Stiller, o filme tenta explorar a dinâmica de família, reconexão e redenção, ambientado em uma pequena cidade do interior. Mas será que essa produção, com um elenco talentoso e uma premissa promissora, entrega o que promete?
Sinopse do filme Os Quebra-Nozes (2024)
Michael (Ben Stiller) é um corretor de imóveis bem-sucedido de Chicago, focado em fechar o maior negócio de sua carreira. Porém, sua vida toma um rumo inesperado quando ele precisa viajar para Ohio após a trágica morte de sua irmã e cunhado.
Lá, ele descobre que foi nomeado guardião de seus quatro sobrinhos órfãos: Justice, Junior, Simon e Samuel, um grupo de meninos rebeldes e praticamente selvagens. Inicialmente, Michael planeja colocá-los em lares adotivos o mais rápido possível.
No entanto, enquanto o caos se instala – e com o Natal se aproximando -, a relação conturbada entre tio e sobrinhos começa a se transformar em algo mais profundo.
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Crítica de Os Quebra-Nozes, do Disney+
O roteiro, assinado por Leland Douglas, é o maior ponto fraco. Ele segue uma fórmula tão previsível que, nos primeiros minutos, já sabemos exatamente como tudo terminará.
A narrativa do homem urbano que redescobre seu coração no interior é revisitada sem criatividade, deixando o filme refém de clichês que poderiam ser usados de forma mais inventiva. Mesmo os momentos cômicos, como a cena onde Michael tenta ensinar educação sexual aos sobrinhos, soam engraçados, mas aquém do potencial do elenco.
Boas atuações
Ben Stiller é competente no papel de Michael, mas não traz nada de novo. Seu personagem é uma versão diluída de figuras já vistas em filmes como “Entrando Numa Fria”, onde ele equilibra o sarcasmo e a frustração de forma previsível.
O quarteto de irmãos, interpretado pelos verdadeiros irmãos Janson (Homer, Ulysses, Atlas e Arlo), rouba a cena. A química natural entre eles dá autenticidade às interações, e suas travessuras são os momentos mais genuínos do filme.
Linda Cardellini, como Gretchen, a assistente social que tenta ajudar a família, oferece uma presença calorosa, mas seu papel é subaproveitado, servindo mais como um interesse amoroso do que uma personagem de peso.
Direção se perde entre pastelão e drama
Visualmente, Green consegue capturar a essência de uma pequena cidade americana, com cenários aconchegantes que evocam o espírito natalino. No entanto, a direção parece se perder entre momentos de humor pastelão e tentativas de criar profundidade emocional, resultando em um tom inconsistente.
Conclusão
“Os Quebra-Nozes” é um filme que poderia ser muito mais do que realmente é. Apesar de contar com um elenco talentoso e uma premissa emocional, ele acaba preso em uma fórmula previsível e carece de impacto cômico ou emocional para se tornar memorável.
É uma produção que entretém de forma superficial e pode agradar famílias em busca de algo leve para assistir durante as festas, mas não será um título revisitado com entusiasmo nos próximos anos.
2 thoughts on “‘Os Quebra-Nozes’ desperdiça potencial para ser um clássico natalino”