O cinema, em sua essência, muitas vezes nos convida a confrontar os medos mais primitivos do ser humano: a solidão, a vulnerabilidade e a implacável força da natureza. “Perdido na Montanha” (Lost on a Mountain in Maine), lançado em 2024 e estrelado por Luke David Blumm, Paul Sparks e Caitlin FitzGerald, mergulha profundamente nesse abismo emocional e físico.
A obra se propõe a narrar uma história de sobrevivência que vai além do mero relato de incidentes, buscando explorar a resiliência do espírito humano diante da adversidade extrema. Desde seu anúncio, o filme gerou expectativa por prometer uma jornada imersiva e angustiante, e agora, com sua chegada às telas, é hora de desvendar se ele cumpre essa promessa.
Sinopse
Baseado em eventos reais, “Perdido na Montanha” acompanha a angustiante jornada de Donn Fendler, um jovem de apenas doze anos que se perde nas vastas e impiedosas montanhas de Katahdin, no Maine. Separado de sua família durante uma tempestade repentina, Donn se vê sozinho em um ambiente hostil, lutando contra o frio, a fome, a sede e o constante medo do desconhecido.
O filme detalha seus nove dias de calvário, mostrando sua incessante busca por um caminho de volta à civilização, enquanto sua família e equipes de resgate empreendem uma desesperada caçada para encontrá-lo. A narrativa se desenrola entre a perspectiva do menino, que lida com a dor física e o desespero psicológico, e a angústia de seus pais, que enfrentam a incerteza e a esperança de reencontrar o filho.
➡️ Siga o Flixlândia no WhatsApp e fique por dentro das novidades de filmes, séries e streamings
Crítica
“Perdido na Montanha” é um filme que, em sua essência, busca um equilíbrio delicado entre a crueza da sobrevivência e a delicadeza da experiência humana. O grande peso da narrativa recai sobre os ombros do jovem Luke David Blumm, que entrega uma performance surpreendentemente madura e convincente como Donn Fendler. Sua atuação é o coração pulsante do filme, transmitindo com notável realismo a transição de um menino assustado e desorientado para um sobrevivente resiliente.
Blumm consegue expressar a exaustão, a dor e os lampejos de esperança de forma visceral, permitindo que o público se conecte profundamente com seu sofrimento. Paul Sparks e Caitlin FitzGerald, como os pais de Donn, complementam a narrativa com sua representação da angústia e da determinação em meio ao desespero, embora o foco principal permaneça na odisseia do garoto.

A imersão na natureza impiedosa
Um dos pontos mais fortes do filme é a forma como a montanha de Katahdin é retratada não apenas como um cenário, mas como um personagem por si só, implacável e grandioso. A cinematografia capta a beleza hostil do ambiente, desde as densas florestas até os picos rochosos e as tempestades avassaladoras.
Essa representação visual contribui significativamente para a sensação de isolamento e perigo que permeia a história. No entanto, em alguns momentos, a edição pode parecer um pouco fragmentada, alternando entre as perspectivas de Donn e de sua família de forma que, por vezes, quebra um pouco o ritmo da imersão na jornada individual do protagonista.
➡️ ‘Um Maluco no Golfe 2’ é um exercício de fan service bem executado
➡️ ‘Uma Mulher Comum’ e a fragilidade da perfeição
➡️ ‘Quarteto Fantástico: Primeiros Passos’ é a obra-prima que a Marvel precisava
Ritmo e desenvolvimento narrativo
O ritmo de “Perdido na Montanha” é intencionalmente lento, o que permite ao espectador vivenciar a agonia e a monotonia dos dias de Donn na natureza selvagem. Essa cadência, embora eficaz para construir a tensão e o senso de desamparo, pode testar a paciência de alguns. O filme opta por um realismo austero, evitando reviravoltas melodramáticas em favor de uma representação mais crua da luta pela sobrevivência.
Essa escolha, ao mesmo tempo que confere autenticidade à narrativa, pode fazer com que a progressão da história pareça menos dinâmica do que o esperado para um filme de aventura, focando-se mais na psicologia do que na ação desenfreada.
➡️ Quer saber mais sobre filmes, séries e streamings? Então acompanhe o trabalho do Flixlândia nas redes sociais pelo Instagram, X, TikTok e YouTube, e não perca nenhuma informação sobre o melhor do mundo do audiovisual.
Conclusão
“Perdido na Montanha” é um filme corajoso que se aventura por um território familiar, mas com uma abordagem singular. Ele se destaca pela performance notável de Luke David Blumm e pela representação imersiva de uma natureza avassaladora. Embora seu ritmo deliberado e sua busca por um realismo mais sombrio possam não agradar a todos, a obra consegue transmitir a verdadeira essência da perseverança humana.
É um testemunho da fragilidade do homem diante da magnitude da natureza e, ao mesmo tempo, de sua inesgotável capacidade de resistir. O filme não é apenas uma história de sobrevivência física, mas também uma reflexão sobre a força interior que emerge nos momentos de maior adversidade. Para aqueles que buscam uma experiência cinematográfica mais contemplativa e focada na psique humana, “Perdido na Montanha” é uma jornada que vale a pena ser percorrida.
Onde assistir ao filme Perdido na Montanha?
O filme está disponível para assistir na Netflix.
Assista ao trailer de Perdido na Montanha (2025)
Elenco de Perdido na Montanha, da Netflix
- Luke David Blumm
- Paul Sparks
- Caitlin Fitzgerald
- Griffin Wallace Henkel
- Mason Cufari
- Ethan Slater
- Bates Wilder