Crítica do filme Springsteen - Salve-me do Desconhecido (2025)

[CRÍTICA] ‘Springsteen: Salve-me do Desconhecido’: recorte da vida do ‘Boss’ mostra período de tempo prolífico e sombrio

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A relação entre depressão e grandes obras artísticas é largamente documentada. Trabalhos acadêmicos podem explicar melhor a relação entre a criatividade e os abismos da alma e da mente, mas dificilmente negar que alguns dos trabalhos mais marcantes da história ocidental foram feitos por pessoas que lutavam com fortes demônios internos. Em “Springsteen: Salve-me do Desconhecido”, temos mais um recorte dessa relação.

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Sinopse

O filme mostra um curto período de tempo da prolífica carreira de Bruce “The Boss” Springsteen, um dos maiores símbolos da cultura estadunidense. A janela compreende os anos entre o fim de sua primeira tour de sucesso nacional, com músicas agitadas e dançantes, e a composição de “Nebraska”, o introspectivo vinil no qual ele colocou a alma e não teve capa, entrevistas ou turnê.

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Crítica

Embora apareçam alguns dos estresses que rodeiam a vida de um rockstar, como a pressão interna e externa por mais sucessos, mais vendas e mais alcance, o longa é introspectivo: a luta interna do ator em não saber lidar com relacionamentos profissionais, amorosos e familiares, com uma carga anterior que ao mesmo tempo que atrapalha em conseguir desenvolver tais relacionamentos, é o combustível para compor seu disco.

Jeremy Allen White interpreta um Boss observador, mas em nenhum momento sem agência: Springsteen não sabe o que quer no início, mas aos poucos, refletindo, vai criando sua obra prima, ao mesmo tempo que compõe “Born in the USA”, a pancada comercial que o levaria ao estrelato no mundo inteiro.

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Direção focada nas mudanças

A câmera e a fotografia que beira o granulado do diretor Scott Cooper levam o espectador direto à mudança dos anos 1970 para os 1980. Nesse tempo, o sonho hippie já havia se espatifado, o punk perdia a força e o hair metal com a cultura yuppie do lado se preparavam para dominar o cenário musical. Reflexão e introspecção não estavam na pauta das grandes gravadoras, que achavam um risco um trabalho como Nebraska, até com certa razão comercial.

Porém, o disco fez um sucesso além do esperado, mostrando que a intuição artística de Springsteen ia além de pesquisas de mercado. O diálogo entre as músicas e as memórias do cantor no longa mostram quase um exorcismo de toda a carga que ele carregava, respingando em outros aspectos além da música.

Cena do filme Springsteen - Salve-me do Desconhecido (2025)
Foto: 20th Century Studios / Divulgação

Conclusão

Tenso e delicado ao mesmo tempo, “Springsteen: Salve-me do Desconhecido” apenas arranha a superfície de tudo que uma mente com tanto a dizer como a do cantor. Ao contrário de outras cinebiografias, concentra-se naquele período que pode não contar tudo que aconteceu antes e depois, mas é um dos mais importantes para o desenvolvimento do Boss, agradando fãs, curiosos e quem busca por um bom filme.

Onde assistir ao filme Springsteen: Salve-me do Desconhecido?

O filme “Springsteen: Salve-me do Desconhecido” estreia nesta quinta-feira, 30 de outubro, exclusivamente nos cinemas brasileiros.

Veja o trailer de Springsteen: Salve-me do Desconhecido (2025)

YouTube player

Quem está no elenco do filme Springsteen: Salve-me do Desconhecido?

  • Jeremy Allen White
  • Jeremy Strong
  • Paul Walter Hauser
  • Stephen Graham
  • Odessa Young
  • David Krumholtz
  • Gaby Hoffmann
  • Harrison Sloan Gilbertson
Escrito por
Marcelo Fernandes

Jornalista, músico diletante, produtor cultural e fã de guitarras distorcidas e bandas obscuras.

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