Confira a crítica do episódio 8 da temporada 3 de "The White Lotus", final da série de 2025 disponível para assistir na Max
Críticas

Final de ‘The White Lotus’ faz um mergulho existencial em águas turvas

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A temporada 3 de “The White Lotus” chegou ao fim com o episódio 8, intitulado “Amor Fati”, que sugere aceitar o destino — ainda que esse destino venha envenenado em uma piña colada ou em forma de uma bala perdida.

Mike White, criador da série, optou por encerrar o ciclo com uma mistura de tragédia, desilusão e uma pitada de ironia existencial. Mas será que o episódio final conseguiu dar sentido à jornada dos personagens ou apenas selou o que já era uma temporada desequilibrada?

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Sinopse do episódio 8, final da temporada 3 da série The White Lotus (2025)

Em “Amor Fati”, as tramas que se arrastaram por sete episódios finalmente convergem. Rick (Walton Goggins), em busca de vingança pela morte do pai, descobre tarde demais que Jim Hollinger (Scott Glenn) era, na verdade, o próprio pai.

Em um impulso cego, Rick o mata — e involuntariamente leva também sua companheira, Chelsea (Aimee Lou Wood), à morte. Gaitok (Tayme Thapthimthong), até então símbolo de integridade, vira a chave e atira em Rick, ganhando uma promoção duvidosa.

Enquanto isso, Belinda (Natasha Rothwell) aplica um golpe frio e calculado em Greg/Gary (Jon Gries), conseguindo milhões de dólares em troca de silêncio sobre a morte de Tanya. Ela abandona seu plano de negócios com Pornchai e parte com o filho, Zion, repetindo o abandono que sofreu na primeira temporada.

Já os Ratliff, após quase serem envenenados por Timothy (Jason Isaacs), partem num barco sem saber que seu império financeiro desmoronou. Em meio a isso tudo, Laurie (Carrie Coon) protagoniza um monólogo potente sobre o tempo e a perda de sentido da vida — uma epifania tardia que tenta costurar uma temporada cheia de buracos.

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Mike White parece ter trocado o equilíbrio das temporadas anteriores por um amontoado de reflexões e eventos desconexos. Laurie, Kate e Jaclyn protagonizam um dos raros momentos emocionantes com o monólogo de Carrie Coon — “o tempo dá sentido à vida” — mas a cena surge sem o devido preparo. A amizade entre as três nunca foi suficientemente explorada, o que torna sua catarse final apressada e pouco impactante. Faltou contexto, faltou acúmulo dramático.

Violência sem luz: Rick e Chelsea no centro do caos

O arco de Rick e Chelsea entrega o que talvez seja a única linha narrativa com verdadeiro peso emocional. A atuação de Aimee Lou Wood sustenta sua personagem, mesmo com pouco desenvolvimento. A revelação da verdadeira paternidade de Rick deveria ter sido um choque — mas era óbvia demais para surpreender. Pior: o desfecho trágico, com a morte dos dois, ecoa o pior tipo de clichê. E ainda assim, é o que mais se aproxima de uma resolução temática.

Belinda 2.0 ou vilã em construção?

A reviravolta de Belinda é uma das mais amargas da série. Após ser enganada por Tanya na primeira temporada, ela repete o mesmo ciclo: abandona Pornchai e vende seu silêncio por milhões. A atuação contida de Natasha Rothwell entrega nuances, mas o roteiro parece sugerir que ela pode estar se transformando naquilo que mais desprezava — mais uma ricaça cínica em um resort White Lotus. A personagem merece voltar em temporadas futuras, mas com mais profundidade.

Os Ratliff: quase um grande clímax

A tentativa de envenenamento coletivo por parte de Timothy teria sido um final ousado — e provavelmente memorável. Mas o roteiro recua. O filho, Lochlan, quase morre ao beber a mistura por acidente, em uma das cenas mais ridículas da série. No fim, o patriarca admite o fracasso, mas todos embarcam no barco como se nada tivesse acontecido. As consequências reais? Esquecidas. O impacto dramático? Dissolvido. Saxon e Piper, promissores, são ignorados.

Temas fortes, execução frouxa

A terceira temporada quis tratar de fé, trauma, legado, violência, culpa. Mas os temas se diluem em meio a tramas secundárias desnecessárias (os russos, o muay thai, os turistas sem função narrativa). A citação budista que abre o episódio deveria nortear tudo: não há resolução. Mas uma série de TV precisa de estrutura. O vazio existencial pode ser poético — mas não justifica falta de foco.

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Conclusão

O episódio 8, final da temporada 3 de “The White Lotus”, tentou abraçar demais e acabou deixando tudo escorrer pelos dedos. Em meio a mortes trágicas, revelações previsíveis e despedidas vazias, fica a sensação de que o criador se perdeu na própria ambição. Ainda assim, momentos como o monólogo de Laurie, a virada de Belinda e a tragédia de Rick e Chelsea lembram o potencial que a série tem quando foca nas fragilidades humanas.

Agora, com a quarta temporada já confirmada, resta torcer para que Mike White reencontre o equilíbrio entre sátira, crítica social e drama existencial que marcou as duas primeiras temporadas. Porque, por mais que o destino seja inevitável, o caminho até ele não precisa ser tão tortuoso.

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Onde assistir à série The White Lotus?

A série está disponível para assistir na Max.

Trailer da temporada 3 de The White Lotus (2025)

Elenco de The White Lotus, da Max

  • Natasha Rothwell
  • Jennifer Coolidge
  • Jon Gries
  • Walton Goggins
  • Sarah Catherine Hook
  • Sam Nivola
  • Patrick Schwarzenegger
  • Aimee Lou Wood
  • Leslie Bibb
  • Carrie Coon
  • Jason Isaacs
  • Lalisa Manobal

Ficha técnica da série The White Lotus

  • Título original: The White Lotus
  • Criação: Mike White
  • Gênero: comédia, drama
  • País: Estados Unidos
  • Temporada: 3
  • Episódios: 8
  • Classificação: 16 anos
Escrito por
Giselle Costa Rosa

Navegando nas águas do marketing digital, na gestão de mídias pagas e de conteúdo. Já escrevi críticas de filmes, séries, shows, peças de teatro para o sites Blah Cultural e Ultraverso. Agora, estou aqui em um novo projeto no site Flixlândia.

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