A aguardada série Tremembé chega ao catálogo do Prime Video nesta sexta-feira, 31 de outubro, mergulhando o público nos controversos casos reais que marcaram a história criminal brasileira. Esta produção original Amazon, que mistura drama e true crime com elementos ficcionais, rapidamente se tornou um dos títulos mais antecipados do streaming.
Com cinco episódios, a atração se inspira nas histórias de detentos célebres da Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, conhecida popularmente como o presídio de Tremembé. O enredo começa com a chegada de Suzane von Richthofen ao local, desencadeando uma profunda análise das dinâmicas de poder e das relações entre os criminosos de alta notoriedade.
O que torna Tremembé o “presídio dos famosos”?
O município de Tremembé, situado a 172 quilômetros da capital paulista, abriga um complexo prisional com cinco penitenciárias. Duas dessas unidades são reservadas para abrigar os chamados “presos famosos”, condenados por crimes que geraram uma enorme repercussão midiática no país.
Essa política de concentrar detentos de alto perfil foi estabelecida pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) após a desativação do Carandiru em 2002. O principal objetivo é garantir a integridade física desses presos, que correriam risco em unidades carcerárias comuns, muitas vezes dominadas por facções.
Dessa forma, a penitenciária se tornou o destino de figuras notórias, protegidas de detentos que pudessem tentar fazer justiça com as próprias mãos. A reputação do complexo é sustentada pela longa lista de criminosos que passaram por suas celas ao longo dos anos.
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Quem são os detentos e quais casos reais inspiraram ‘Tremembé’?
A série foca em histórias que chocaram o país e que foram amplamente divulgadas pela imprensa, baseando-se em obras de true crime do jornalista Ulisses Campbell. Ele assina o roteiro da produção ao lado da diretora geral Vera Egito e outros escritores.
A trama é protagonizada por Marina Ruy Barbosa, que interpreta Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais no início dos anos 2000. Sua chegada à penitenciária causa comoção e a força a buscar a confiança de Sandrão, peça-chave na hierarquia prisional, interpretada por Letícia Rodrigues.
Outro caso central é o de Elize Matsunaga, vivida por Carol Garcia, condenada por matar e esquartejar o marido em 2012. Além disso, a série retrata o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, interpretados por Lucas Oradovschi e Bianca Comparato, condenados pela morte da menina Isabella Nardoni em 2008.
Sandrão, condenada por sequestro e assassinato, é uma figura de destaque por seu envolvimento romântico com Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga. O elenco conta ainda com Anselmo Vasconcelos, no papel do ex-médico Roger Abdelmassih, condenado por abusar sexualmente de pacientes.
A trama ficcional e a dinâmica interna
A série acompanha o cotidiano desses detentos, reconstruindo os crimes e a tensão da vida dentro da Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado. Um dos focos narrativos é a necessidade de Suzane de desvendar as dinâmicas de poder nas celas para conseguir se proteger.
Em meio a essa realidade intensa, a série também aborda o triângulo amoroso envolvendo Suzane, Sandrão e Elize Matsunaga. A atriz Carol Garcia comentou que interpretar Elize Matsunaga foi o maior desafio de sua carreira, um trabalho “intenso, longo e profundo”.
Marina Ruy Barbosa, que também atua como produtora associada, frisou a importância de manter a objetividade na interpretação. A atriz afirmou que os “nossos julgamentos ficam do lado de fora” ao abordar uma personagem tão complexa quanto Suzane von Richthofen.
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Criminosos receberam dinheiro ou royalties pela série ‘Tremembé’?
Uma das maiores controvérsias geradas pela produção é se os criminosos retratados receberam algum tipo de compensação financeira por terem suas histórias expostas. Tanto a produtora Paranoid quanto o Prime Video negaram veementemente que qualquer condenado tenha sido consultado ou remunerado.
A diretora Vera Egito foi categórica ao afirmar que não houve “zero envolvimento” com nenhum dos criminosos. A produção é classificada como ficcional e se baseia em arquivos públicos, como os autos do processo do Ministério Público, além de relatos e pesquisas.
Especialistas jurídicos endossam essa posição, explicando que obras biográficas baseadas em processos penais públicos não precisam de autorização prévia do biografado. Por se tratarem de casos notórios, amplamente divulgados, eles são considerados “fatos históricos”, relativizando o direito à imagem dos envolvidos.
Portanto, a série Tremembé segue a legislação brasileira, utilizando o caráter público dos processos para construir sua narrativa ficcional dramática. Os condenados não receberam cachê e não possuem direito a royalties, que cabem apenas ao autor da obra audiovisual.
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