Crítica da segunda temporada de Wandinha (2025) - Flixlândia

Parte 1 da 2ª segunda temporada de ‘Wandinha’ dobra a aposta no macabro

Compartilhe

Em 2022, “Wandinha” não foi apenas mais uma série da Netflix; foi um fenômeno cultural. Com a direção e produção de Tim Burton, a série se tornou o título em língua inglesa mais visto da história do streaming e transformou Jenna Ortega em um ícone global.

No entanto, o sucesso estrondoso não veio sem críticas. Muitos apontaram que a série, em sua primeira temporada, se dobrou a clichês de dramas adolescentes, diluindo a essência sombria e macabra da Família Addams. Agora, com a chegada da parte 1 da segunda temporada, a questão que paira é: “Wandinha” seria capaz de manter o frescor e o apelo viral enquanto resgatava suas raízes góticas?

A resposta, surpreendentemente, é um sonoro “sim”. A nova temporada, ou pelo menos a sua primeira metade, é uma ousada correção de rota que aprofunda a protagonista, expande o seu universo familiar e entrega uma narrativa muito mais alinhada com o espírito original de Charles Addams.

➡️ Frete grátis e rápido! Confira o festival de ofertas e promoções com até 80% OFF para tudo o que você precisa: TVs, celulares, livros, roupas, calçados e muito mais! Economize já com descontos imperdíveis!

Sinopse

A trama retoma com uma Wandinha (Jenna Ortega) que, após ter salvo a Academia Nunca Mais de Marilyn Thornhill (Christina Ricci) e do Hyde Tyler (Hunter Doohan), retorna ao colégio como uma espécie de heroína indesejada. Longe de gostar da fama, ela se depara com novas e incômodas realidades: seu irmão, Feioso (Isaac Ordonez), agora é seu colega de classe e o novo diretor, Barry Dort (Steve Buscemi), parece ter ideias que desvirtuam a filosofia da escola.

Enquanto luta para manter sua misantropia intacta, Wandinha precisa lidar com um stalker insistente e com uma visão aterrorizante sobre a morte iminente de sua colega de quarto e melhor amiga, Enid (Emma Myers). Este novo mistério a coloca em uma corrida contra o tempo, ao mesmo tempo que desenterra segredos sombrios de sua própria família.

A presença ampliada dos Addams, com Mortícia (Catherine Zeta-Jones) e Gomez (Luís Guzmán) se envolvendo com a administração da escola, e a chegada inesperada da Vovó Frump (Joanna Lumley), intensificam os conflitos internos e revelam o porquê da relação tão tensa entre mãe e filha. A série, agora sem a necessidade de explorar triângulos amorosos, foca na resolução de assassinatos em Jericho e no desenvolvimento de tramas paralelas que engrandecem o mundo gótico.

➡️ Siga o Flixlândia no WhatsApp e fique por dentro das novidades de filmes, séries e streamings

Crítica da segunda temporada de Wandinha

A parte 1 da segunda temporada de “Wandinha” é uma declaração de intenções. Se a primeira temporada buscou um equilíbrio entre o familiar e o esquisito, esta nova leva de episódios mergulha de cabeça no bizarro.

Os criadores Alfred Gough e Miles Millar parecem ter ouvido as críticas e, mais importante, as declarações de Jenna Ortega, que já havia manifestado seu desconforto com a infantilização da personagem. O resultado é uma série mais afiada, com um humor mais ácido e uma atmosfera de terror mais palpável, que lembra a energia sobrenatural das obras de Tim Burton.

➡️ Acompanhe o Flixlândia no Google Notícias e fique por dentro do mundo dos filmes e séries do streaming

Cena da segunda temporada de Wandinha (2025) - Flixlândia
Foto: Netflix / Divulgação

A evolução da protagonista e a força do elenco

Jenna Ortega continua sendo a força gravitacional da série. Sua interpretação de Wandinha é milimetricamente precisa, combinando uma inexpressividade calculada com um timing cômico impecável. A ausência de tramas românticas permite que a série explore outras facetas da personagem, especialmente sua amizade com Enid e o desenvolvimento de suas habilidades psíquicas, que agora vêm acompanhadas de lágrimas negras, um toque visualmente impactante.

A dinâmica entre as duas personagens, que já era um ponto alto, ganha ainda mais profundidade. Além de Ortega, o elenco de apoio também brilha, com a série dando mais tempo de tela para personagens como Bianca (Joy Sunday) e introduzindo figuras intrigantes, como o novo diretor Barry Dort (Steve Buscemi) e a professora de artes ocultas, supostamente interpretada por Lady Gaga, enriquecendo o universo de Nunca Mais.

➡️ ‘A Fada e o Pastor’ traz amor e misticismo em um final comovente
➡️ ‘Além do Direito’, a sutileza da justiça e o drama humano nos dois primeiros episódios
➡️ Sangue e marés: a odisseia cultural de ‘Chefe de Guerra’

Mais Addams, mais Burton, mais acertos

Um dos maiores acertos desta temporada é a maior presença da família Addams. Longe de serem meros coadjuvantes, eles se tornam peças-chave na trama, com seus conflitos e segredos servindo de motor para a jornada de Wandinha. A complexa relação entre Wandinha e Mortícia é explorada com profundidade, conectando-a diretamente às visões e poderes da protagonista.

A decisão de aumentar o tempo de tela da família Addams não apenas corrige um dos pontos criticados na temporada anterior, mas também permite que a série se aproprie de uma atmosfera mais genuinamente Burtoniana. A estética gótica, os contrastes entre o sombrio e o vibrante e as referências a obras como “O Estranho Mundo de Jack” e “Coraline” estão mais evidentes, transformando cada cena em um deleite visual.

➡️ Quer saber mais sobre filmes, séries e  streamings? Então acompanhe o trabalho do Flixlândia nas redes sociais pelo InstagramXTikTok e YouTube, e não perca nenhuma informação sobre o melhor do mundo do audiovisual.

A estrutura da temporada e o riscos do exagero

A decisão de dividir a temporada em duas partes é, sem dúvida, uma das maiores críticas. Embora os quatro episódios funcionem como uma miniaventura coesa, com um começo, meio e um final em suspense, a espera pela conclusão pode quebrar o ritmo da narrativa.

Além disso, a série corre o risco de se perder em subtramas irrelevantes, com personagens e enredos que surgem e desaparecem rapidamente. A quantidade de histórias paralelas, embora enriqueça o mundo, por vezes, pesa mais do que deveria. Contudo, o ritmo acelerado e a capacidade de entregar reviravoltas fazem com que a série se sustente, mantendo o espectador engajado do início ao fim.

Conclusão

A parte 1 da segunda temporada de “Wandinha” é um trabalho de amadurecimento. Ao se afastar dos triângulos amorosos e se aproximar de sua essência sombria e familiar, a série não apenas se torna um retrato mais fidedigno da Família Addams, mas também se consolida como uma produção com identidade própria.

Visualmente deslumbrante e com uma performance central que continua a impressionar, “Wandinha” prova que ainda há muito a ser explorado em seu universo gótico e excêntrico. Apesar da crítica pontual sobre a divisão da temporada, a série acerta em quase tudo o que se propõe.

A parte 1 é um prato cheio para os fãs, oferecendo um mistério instigante, personagens mais profundos e, acima de tudo, uma protagonista que, finalmente, se parece mais com a Wandinha que o mundo todo aprendeu a amar.

Onde assistir à temporada 2 de Wandinha?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Trailer da segunda temporada de Wandinha

YouTube player

Elenco de Wandinha, da Netflix

  • Jenna Ortega
  • Gwendoline Christie
  • Catherine Zeta-Jones
  • Emma Myers
  • Luis Guzmán
  • Christina Ricci
  • Steve Buscemi
  • Hunter Doohan
  • Joy Sunday
  • Riki Lindhome
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas

Procuram-se colaboradores
Procuram-se colaboradores
Artigos relacionados
Crítica da série Desobedientes, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

‘Desobedientes’: o labirinto da rebeldia e da manipulação

Após um hiato de mais de dois anos, a aclamada atriz Toni...

Crítica da temporada 3, final da série Alice in Borderland, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

A queda do mundo perfeito na 3ª temporada de ‘Alice in Borderland’

Com a terceira temporada de Alice in Borderland, os fãs foram transportados...

Crítica do episódio 8, final da série Alien - Earth, do Disney+ (2025) - Flixlândia
Críticas

Um grito de guerra: a escolha corajosa de ‘Alien: Earth’

A primeira temporada de “Alien: Earth”, série da FX criada por Noah...

Crítica da série animada Marvel Zumbis, do Disney+ - Flixlândia
Críticas

‘Marvel Zumbis’ entrega mais do que gore: é uma crítica ao próprio MCU

Após três temporadas da elogiada antologia What If…?, a Marvel Animation dá...

Leia a crítica da série A Hóspede, da Netflix (2025) - Flixlândia
Críticas

A longa – e exagerada – vingança de ‘A Hóspede’

Em um cenário saturado de séries de suspense psicológico, a Netflix apresenta...

Crítica do dorama Derretendo Pouco a Pouco (2019) - Flixlândia
Críticas

Mesmo com alguns problemas, ‘Derretendo Pouco a Pouco’ é um dorama leve e charmoso

No vasto universo dos doramas, é comum que a recepção do público...

Crítica da temporada 4 de The Morning Show (episódio 1), série da Apple TV+ - Flixlândia
Críticas

‘The Morning Show’ continua um espetáculo em sua 4ª temporada

Desde sua estreia em 2019, “The Morning Show” prometeu ser um drama...

Crítica do episódio 9, final da série Chefe de Guerra, da Apple TV+ - Flixlândia
Críticas

Final de ‘Chefe de Guerra’ traz visão ambiciosa de Jason Momoa

Em meio à crescente oferta de séries históricas e épicas, “Chefe de...