Confira a crítica do filme "A Cozinha", coprodução de 2024 entre México e EUA disponível para assistir na Max.

‘A Cozinha’ e a fúria nos bastidores do sonho americano

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No filme “A Cozinha”, que chega ao catálogo da Max, o diretor mexicano Alonso Ruizpalacios nos conduz a um universo frenético e claustrofóbico dentro da cozinha de um restaurante em Nova York.

Baseado na peça teatral de Arnold Wesker, o longa transforma o espaço apertado de “The Grill” em um microcosmo de uma sociedade capitalista implacável, onde imigrantes enfrentam jornadas extenuantes em busca do tão sonhado “sonho americano”. Com uma abordagem estilística audaciosa e uma narrativa pulsante, Ruizpalacios entrega uma obra provocadora e visualmente marcante.

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Sinopse do filme A Cozinha (2024)

Estela (Anna Díaz), uma jovem mexicana recém-chegada aos Estados Unidos, consegue um emprego na cozinha do restaurante The Grill, localizado em Times Square. Sua entrada é marcada por uma entrevista frenética e sua imediata imersão no mundo caótico da cozinha, onde encontra Pedro (Raúl Briones), seu parente e amigo, que a ajuda a se adaptar.

Em meio à pressão constante, os trabalhadores enfrentam tensões diárias exacerbadas pela suspeita de um roubo de 832 dólares do caixa, lançando uma sombra de desconfiança sobre todos. Ao mesmo tempo, Pedro luta por um relacionamento complicado com Julia (Rooney Mara), uma camareira que deseja interromper uma gravidez, enquanto ele enxerga a oportunidade de regularizar sua situação migratória.

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Crítica de A Cozinha, da Max

“A Cozinha” é uma obra que se destaca tanto por sua densidade narrativa quanto por sua abordagem estética ousada. Ruizpalacios utiliza o preto e branco para enfatizar a dureza e a impessoalidade do ambiente de trabalho, evocando um estilo reminiscentes de “Tempos Modernos”, de Chaplin. Em momentos estratégicos, pinceladas de cor surgem para sublinhar emoções e viradas cruciais da trama, um recurso que lembra “A Lista de Schindler”, de Spielberg.

A narrativa coral, com um elenco diverso e multicultural, evidencia a precariedade e a constante pressão que recai sobre os trabalhadores imigrantes. A cozinha é apresentada não como um templo gastronômico, mas como uma linha de produção industrializada, onde a desumanização impera.

As influências de obras como “O Urso” e “O Chef” são perceptíveis, mas Ruizpalacios confere uma camada a mais de crítica social através do olhar dos imigrantes, reforçando a sensação de exclusão e exploração.

Os destaques do elenco ficam por conta de Raúl Briones, que entrega uma atuação visceral e cheia de nuances como Pedro, e Rooney Mara, que se distancia de seus papéis habituais e assume uma personagem vulnerável e pragmática. Anna Díaz, como Estela, também impressiona, conduzindo a narrativa com uma presença cativante.

Contudo, o filme peca por sua duração excessiva. Com 139 minutos, algumas sequências se tornam repetitivas e a narrativa por vezes se perde em discursos retóricos. O ritmo irregular pode cansar o espectador, especialmente nos momentos em que a trama se afasta da cozinha e perde a intensidade visceral que a caracteriza.

Conclusão

“A Cozinha” é um filme poderoso que escancara as realidades cruas do trabalho imigrante em um dos epicentros do capitalismo global. Apesar de alguns excessos narrativos, a direção arrojada de Ruizpalacios, aliada a um elenco talentoso e uma fotografia impactante, fazem desta uma das produções mais relevantes do ano. Uma história de sonhos despedaçados e esperanças resilientes, ambientada no coração pulsante de Nova York.

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Onde assistir ao filme A Cozinha?

O filme está disponível para assistir na Max.

Trailer de A Cozinha (2024)

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Elenco de A Cozinha, da Max

  • Raúl Briones
  • Rooney Mara
  • Anna Díaz
  • Motell Gyn Foster
  • Laura Gomez
  • Oded Fehr
  • Eduardo Olmos
  • James Waterston

Ficha técnica do filme A Cozinha

  • Título original: La Cocina
  • Direção: Alonso Ruizpalacios
  • Roteiro: Alonso Ruizpalacios, Arnold Wesker
  • Gênero: drama, romance, suspense
  • País: México, Estados Unidos
  • Duração: 139 minutos
  • Classificação: 16 anos
Escrito por
Giselle Costa Rosa

Navegando nas águas do marketing digital, na gestão de mídias pagas e de conteúdo. Já escrevi críticas de filmes, séries, shows, peças de teatro para o sites Blah Cultural e Ultraverso. Agora, estou aqui em um novo projeto no site Flixlândia.

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