
Foto: Netflix / Divulgação
A Netflix lançou, nesta sexta-feira (28), “A Dama de Companhia”, sua nova aposta em dramas de época com uma proposta que mistura elegância visual, carisma narrativo e um toque de irreverência. A produção promete conquistar fãs de séries como Bridgerton e As Telefonistas —, mas com personalidade própria.
Criada por Gema R. Neira e María José Rustarazo, e protagonizada por Nadia de Santiago, a série se passa em 1880 e acompanha uma “carabina” moderna antes do tempo: uma casamenteira sagaz, sarcástica e cheia de camadas que fala diretamente com o espectador e o convida a quebrar as regras — do amor, da sociedade e, claro, do manual para senhoritas.
Ao longo de oito episódios, a produção espanhola flerta com o romance, a comédia e o drama, criando um universo vibrante e deliciosamente subversivo, pronto para conquistar o público em múltiplas temporadas.
Sinopse da série A Dama de Companhia (2025)
Madrid, 1880. Elena Bianda é uma dama de companhia renomada e requisitada entre a elite espanhola. Jovem, perspicaz e discreta, ela é especialista em conduzir moças da alta sociedade ao altar, equilibrando exigências familiares e desejos individuais. Após ajudar mais de vinte jovens a se casarem com “bons partidos”, Elena acredita já ter visto de tudo — até ser contratada para orientar as irmãs Mencía, três jovens tão encantadoras quanto problemáticas.
O desafio profissional, no entanto, se transforma em uma jornada pessoal inesperada: entre os desdobramentos amorosos, confissões íntimas e triângulos sentimentais, Elena se vê envolvida em um jogo que mistura estratégia, emoção e, talvez, o início do seu próprio romance.
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Crítica de A Dama de Companhia, da Netflix
Carismática e segura de si, Nadia de Santiago constrói uma Elena irresistível. Com um olhar malicioso, uma fala afiada e um timing cômico apurado, ela se comunica diretamente com o público, rompendo a quarta parede de forma envolvente — um recurso que lembra Fleabag, mas com charme próprio. Esse vínculo imediato com quem assiste transforma a série numa experiência mais íntima e divertida.
E mais do que dar vida à protagonista, Nadia carrega a trama com leveza e firmeza, mesmo nos momentos em que o roteiro flerta com o melodrama.
Triângulo amoroso e dilemas femininos
A série apresenta um triângulo clássico, mas eficaz: Elena se aproxima de Santiago (Álvaro Mel), o homem que deveria unir à irmã mais velha, Cristina (Isa Montalbán). O roteiro, porém, vai além da previsibilidade ao explorar os conflitos internos dessas personagens, especialmente entre Cristina e Elena, cuja relação evolui de missão profissional para amizade verdadeira — ou algo ainda mais complexo.
Enquanto isso, as outras duas irmãs, Sara e Carlota, ampliam o escopo emocional da narrativa, com histórias paralelas que enriquecem o universo da série sem parecerem meros preenchimentos.
Estética vibrante e ambientação inventiva
Visualmente, “A Dama de Companhia” é um deleite: paleta de cores pastel, fotografia hiperluminosa e figurinos luxuosos transformam cada cena em um quadro vivo. O cenário recriado no centro de produção de Tres Cantos (Espanha) mistura fidelidade histórica e criatividade visual, lembrando o estilo exuberante de Bridgerton, mas sem copiá-lo.
A trilha sonora também ousa — e acerta. Músicas modernas como “I Will Always Love You” e até “Locomía” aparecem sem disfarces, criando um contraste proposital com o ambiente de época. Essa escolha reforça o tom irreverente da série e agrada por fugir do convencional.
Um manual cheio de regras que ninguém segue
Cada episódio traz como título uma “lição” do suposto manual de conduta feminina — como “Proibido se apaixonar” ou “Não contar mentiras”. Naturalmente, são exatamente essas regras que as personagens ignoram. Essa ironia estrutura boa parte do humor da série, que acerta ao tratar temas como amor, independência feminina e convenções sociais com leveza e perspicácia.
Há também toques de crítica social sutis, que surgem em comentários pontuais ou em atitudes das personagens, principalmente Elena. A série não se aprofunda historicamente, mas deixa espaço para leituras mais feministas e inclusivas sem perder o espírito lúdico.
Um tom próprio entre referências
É verdade que “A Dama de Companhia” será comparada a Bridgerton, As Telefonistas e até a obras como Orgulho e Preconceito, mas a série espanhola encontra sua própria voz — muito por mérito das criadoras Gema R. Neira e María José Rustarazo. O roteiro é afiado, bem humorado e ousado, e não tem medo de brincar com anacronismos, clichês de comédia romântica e até com a própria linguagem narrativa.
Conclusão
“A Dama de Companhia” é tudo aquilo que uma boa série de época pode ser quando decide se divertir com seus próprios códigos. Inteligente, visualmente arrebatadora e recheada de diálogos sagazes, ela conquista ao subverter expectativas sem perder o encanto da comédia romântica.
Ao mesmo tempo em que entrega entretenimento de qualidade, a série abre espaço para reflexões sobre o papel da mulher, as aparências sociais e os sentimentos que escapam aos manuais. Com oito episódios envolventes e um final com gosto de quero mais, já deixa claro que veio para ficar — e, quem sabe, se tornar o próximo vício histórico da Netflix.
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Onde assistir à série A Dama de Companhia?
A série está disponível para assistir na Netflix.
Trailer de A Dama de Companhia (2025)
Elenco de A Dama de Companhia, da Netflix
- Nadia de Santiago
- Álvaro Mel
- Isa Montalbán
- Zoe Bonafonte
- Iratxe Emparán
- Tristán Ulloa
- Gracia Olayo
- María Barranco
- Carloto Cotta
- Paula Usero
- Candela Pradas
- Itziar Manero
- María Caballero
Ficha técnica da série A Dama de Companhia
- Título original: Manual para señoritas
- Criação: Gema R. Neira, Maria José Rustarazo
- Gênero: comédia
- País: Espanha
- Temporada: 1
- Episódios: 8
- Classificação: 16 anos
Maravilhosa !!
Muito boa de ver , engraçada , leve .