“A Informante” (Winner), dirigido por Susanna Fogel e estrelado por Emilia Jones, é um filme biográfico que tenta trazer uma visão peculiar e cativante sobre a vida de Reality Winner, a ex-analista da NSA que vazou informações confidenciais sobre a interferência russa nas eleições presidenciais dos EUA em 2016.
Misturando elementos de comédia leve com drama político, o longa busca humanizar sua protagonista enquanto explora questões éticas e políticas de grande relevância. Mas será que a abordagem escolhida faz jus à complexidade da história de Winner?
Sinopse do filme A Informante (2024)
A narrativa acompanha Reality Winner (Emilia Jones), uma jovem brilhante e inadaptada, cuja trajetória começa no Texas, em uma família de classe trabalhadora, e a leva até a Força Aérea dos Estados Unidos. Motivada por ideais de justiça e uma veia anti-autoritária herdada do pai (Zach Galifianakis), Reality se torna analista da NSA, onde suas convicções entram em conflito com o que testemunha.
Quando decide vazar um relatório confidencial sobre a interferência russa nas eleições de 2016, Reality é presa e acusada de violar o Ato de Espionagem, tornando-se uma figura polarizadora: para alguns, uma heroína; para outros, uma traidora.
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Crítica de A Informante, da Max
Relação com o pai
Um dos pontos altos do longa é a relação de Reality com seu pai, interpretado de forma carismática por Zach Galifianakis. As interações entre os dois ajudam a construir o pano de fundo emocional da personagem, destacando a influência de sua criação em suas escolhas.
Contudo, o filme gasta muito tempo explorando aspectos de sua vida pessoal – como seu amor por animais e o relacionamento com o namorado – enquanto deixa em segundo plano o impacto jurídico e político do vazamento.
Comparações
A comparação com o filme “Reality” (2023), que aborda os mesmos eventos, é inevitável. Enquanto o anterior adota uma abordagem rigorosa e focada no momento do interrogatório de Winner, “A Informante” tenta oferecer um panorama mais amplo e acessível.
O problema é que, ao tentar abraçar demais, acaba entregando uma narrativa superficial, que não consegue explorar questões essenciais, como a moralidade de suas ações e a hipocrisia do sistema judicial americano.
Além disso, a escolha de retratar Reality com um tom “peculiar” e quase caricatural prejudica a seriedade do filme. Momentos que poderiam evocar um senso de urgência ou reflexão são suavizados por uma abordagem excessivamente leve, que dificilmente faz jus à dimensão real das escolhas de Winner.
Conclusão
“A Informante” é uma tentativa válida, mas desigual, de narrar a história de Reality Winner. Com atuações sólidas, especialmente de Emilia Jones, e uma direção competente, o filme entretém, mas tropeça ao não aprofundar a complexidade ética e política de sua protagonista.
Apesar de seus méritos, falta ao longa a ambição e o peso emocional necessários para se destacar em meio a outras produções que tratam do mesmo tema. Para quem busca uma introdução acessível à história de Reality Winner, “A Informante” pode agradar, mas aqueles que esperam uma análise mais profunda ficarão desapontados.
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