Crítica da série Agente Butterfly (2025), do Prime Video - Flixlândia (1)

‘Agente Butterfly’ é um thriller em voos rasantes

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Em meio a uma enxurrada de thrillers de espionagem, o Prime Video tenta se destacar com “Agente Butterfly” (Butterfly), uma produção que adapta a graphic novel de Arash Amel e Marguerite Bennett. A série, que tem como protagonista e produtor executivo Daniel Dae Kim, se propõe a ser mais do que apenas tiroteios e perseguições. Ela mergulha em um drama familiar complexo, ambientado na vibrante e perigosa Coreia do Sul.

Apesar de ter todos os ingredientes para ser um thriller emocionante, a série oscila entre o espetáculo visual e a profundidade de sua trama, voando em círculos sem nunca atingir seu potencial máximo.

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Sinopse

A história segue David Jung (Daniel Dae Kim), um ex-agente da CIA que forjou sua própria morte nove anos antes para viver uma vida tranquila e anônima na Coreia do Sul. No entanto, sua paz é quebrada quando ele descobre que sua filha, Rebecca (Reina Hardesty), que o considera morto, se tornou uma assassina habilidosa a serviço da Caddis, a sinistra organização de inteligência privada que David ajudou a fundar.

Liderada por sua ex-parceira, a inescrupulosa Juno (Piper Perabo), a Caddis se torna o pano de fundo para um reencontro explosivo entre pai e filha. O que se segue é uma perseguição frenética, onde David tenta desesperadamente reconquistar a confiança de Rebecca e salvá-la, enquanto ela se divide entre a lealdade à sua “mãe adotiva” e o sentimento de abandono em relação ao pai biológico.

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Crítica

A série se posiciona como um thriller de ação com um coração de melodrama familiar. É uma espécie de “novela de espionagem” com um ritmo frenético, mas é justamente essa dualidade que a impede de decolar completamente.

O elo familiar frágil

O cerne emocional de “Agente Butterfly” reside na relação de David e Rebecca. A série tenta construir essa dinâmica como seu grande diferencial, mas nem sempre consegue. A transição de Rebecca, de uma jovem abandonada para uma assassina fria, é justificada em teoria, mas pouco explorada na prática. Há momentos de emoção forçada, com o pai implorando por uma segunda chance e a filha alternando entre a raiva e a necessidade de afeto.

Embora Daniel Dae Kim e Reina Hardesty tenham uma química que funciona, a série não aprofunda o suficiente as feridas psicológicas da personagem. Rebecca parece uma folha em branco que reage a impulsos, mas não somos levados a entender a extensão de seu trauma ou sua lealdade inabalável a Juno, a ponto de chamá-la de “mãe”. O diálogo, por vezes, soa clichê e pouco autêntico, minando a tensão que deveria emanar desse conflito.

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Cena da série Agente Butterfly (2025), do Prime Video - Flixlândia
Foto: Prime Video / Divulgação

Ação genérica em um cenário exuberante

Quando se trata de ação, “Agente Butterfly” entrega o prometido, com cenas de luta bem coreografadas, perseguições de carro e tiroteios. No entanto, essas sequências, por mais bem executadas, tendem a ser genéricas e repetitivas.

A adrenalina existe, mas a urgência e a criatividade de um “John Wick” ou de outros clássicos do gênero estão ausentes. Os combates parecem ser apenas um meio para mover a trama adiante, em vez de serem uma extensão orgânica da narrativa.

Curiosamente, o ponto mais forte da série nesse aspecto é a ambientação. A decisão de filmar na Coreia do Sul não apenas confere um visual único, mas também adiciona uma camada de autenticidade cultural. Locais menos explorados em produções ocidentais, como mercados movimentados e vilarejos remotos, são capturados com uma fotografia nítida e vibrante.

A série até usa a culinária local como um símbolo de amor e pertencimento, o que é um toque sutil e interessante na narrativa. No entanto, nem mesmo a beleza do cenário é suficiente para preencher o vazio de um roteiro que carece de um senso real de perigo e propósito.

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Personagens e o vazio narrativo

Piper Perabo, como Juno, entrega uma vilã competente, mas que beira o estereótipo. Sua ambição é a única coisa que a move, e sua crueldade é unidimensional. O mesmo vale para outros personagens coadjuvantes, como o filho de Juno, Oliver (Louis Landau), que é um mero peão na trama, ou o assassino Gun (Kim Ji-hoon), que parece existir apenas para servir como um obstáculo final.

O problema de “Agente Butterfly” não é a falta de ideias, mas a falta de substância. A história poderia ter se beneficiado de um formato mais condensado, talvez um filme de duas horas, para eliminar o “espaço vazio” e dar mais peso às suas reviravoltas. O enredo se perde em subtramas políticas que não parecem ter grande impacto e foca demais no espetáculo em detrimento da exploração psicológica.

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Conclusão

Agente Butterfly” é um thriller que cumpre a função de entreter sem, no entanto, deixar uma marca duradoura. Para quem busca uma distração visualmente agradável, com um ritmo acelerado e um elenco carismático, a série pode ser uma boa pedida. Mas para aqueles que esperam uma trama complexa e um desenvolvimento de personagens à altura de seu potencial, a experiência pode ser um tanto decepcionante. No final das contas, o voo da borboleta é bonito, mas carece de um rumo definido.

Onde assistir à série Agente Butterfly?

A série está disponível para assistir no catálogo da Prime Video.

Assista ao trailer de Agente Butterfly (2025)

YouTube player

Confira o elenco de Agente Butterfly, do Prime Video

  • Daniel Dae Kim
  • Reina Hardesty
  • Louis Landau
  • Piper Perabo
  • Kim Tae-Hee
  • Park Hae-Soo
  • Charles Parnell
  • Kim Ji-Hoon
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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