[CRÍTICA] Temporada 2 de 'Além da Margem' continua impressionando

“Além da Margem” (Outer Range) é uma das séries mais intrigantes do Prime Video, misturando elementos de faroeste, ficção científica e mistério de assassinato. A série, que estreou em 2022, oferece uma combinação única de drama familiar e enigmas temporais, lembrando uma mistura de “Yellowstone” com “Twin Peaks” e “Dark”, da Netflix.

A primeira temporada foi um pequeno milagre, com duas famílias em conflito batalhando pelo controle de um buraco misterioso em um rancho em Wyoming. Já a temporada 2 de “Além da Margem”, embora com alguns tropeços, aprofunda ainda mais a estranheza da série, o que está longe de ser uma crítica negativa.

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Sinopse da temporada 2 de Além da Margem

A segunda temporada começa exatamente onde a primeira terminou, com a família Abbott emocionalmente e temporariamente espalhada após uma debandada de búfalos. Amy (Olive Abercrombie), a neta, está desaparecida; Cecilia (Lili Taylor), a matriarca, sente sua fé escorregar; e Royal (Josh Brolin) assiste horrorizado enquanto seus segredos ameaçam destruir sua família.

Outros personagens estão em coma, como Billy Tillerson (Noah Reid), ou deslocados no tempo, como Perry (Tom Pelphrey) e a xerife nativa Joy (Tamara Podemski). Rhett (Lewis Pullman) parece ser o único relativamente ileso, contemplando deixar a cidade com sua nova namorada Maria (Isabel Arraza).

O buraco, entretanto, não terminou com eles. As forças que desejam controlar, entender ou lucrar com ele continuam agindo. Os Tillersons, os inimigos dos Abbott, ainda planejam sua vingança. Luke (Shaun Sipos) ouve vozes vindas de uma parede de cabeças de veados no rancho, enquanto Wayne (Will Patton) continua sua dinâmica excêntrica. No meio de tudo isso está Autumn (Imogen Poots), a misteriosa andarilha que a temporada anterior implicou ser Amy, já adulta.

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Crítica da temporada 2 de Além da Margem

“Além da Margem” usa o conceito de viagem no tempo e suas possibilidades labirínticas para explorar os vazios interiores de seus personagens. Royal, tentando manter sua família unida apesar de ser revelado que ele é do século 19, e Perry, encontrando cura ao conhecer versões mais jovens de seus pais, são exemplos de personagens com feridas emocionais profundas. Para alguns, o buraco representa a chance de corrigir erros do passado; para outros, significa lucro ou fuga. No entanto, é menos um recurso e mais um crisol pelo qual todos devem passar para entender melhor a si mesmos.

O roteiro da série mantém o mesmo nível de filosofia profunda e enredo convoluto da primeira temporada. A diferença é que agora parece mais relaxada e bem estruturada, ansiosa por explorar mais as histórias de cada personagem através da lente do buraco. O episódio quatro, “Ode a Joy”, destaca-se ao seguir a estadia de anos da xerife Joy nos anos 1880, vivendo entre as tribos indígenas antes de serem expulsas pelos colonos. A visão de uma mulher nativa moderna vivendo entre seus ancestrais é poderosamente impactante, especialmente quando ela testemunha e participa de um momento formativo na vida de um personagem familiar.

No entanto, o enredo tem seus problemas (ainda que pequenos), e o texto luta para encaixar algumas peças deixadas por Brian Watkins. Rhett e Maria são os maiores prejudicados, passando metade da temporada pensando em partir e a outra metade sem impactar a história de forma significativa. Os Tillersons também parecem dispersos, com apenas Patton se destacando na segunda metade da temporada.

Apesar disso, personagens como Royal, Autumn e Joy são bem desenvolvidos, permitindo-nos ver o confronto entre o que poderia ter sido e o que ainda pode ser, explorando questões metafísicas sobre a natureza da existência. A série mantém um tom surpreendentemente equilibrado entre o niilismo e a calorosa sinceridade, com momentos de humor absurdo que aliviam a tensão.

Conclusão

Em sua temporada 2, “Além da Margem” continua a impressionar com seu domínio de tom e narrativa, misturando faroeste, ficção científica e drama familiar de forma única. A série explora profundamente seus personagens, suas motivações e os efeitos de um misterioso buraco que desafia o tempo e a realidade.

Com uma promessa de mistérios ainda mais surpreendentes na terceira temporada, “Além da Margem” se consolida como uma série que vale a pena acompanhar, desafiando as convenções e oferecendo uma experiência televisiva singular.

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Onde assistir à série Além da Margem?

A série está disponível para assinantes do Prime Video.

Trailer da temporada 2 de Além da Margem

Elenco de Além da Margem, do Prime Video

Josh Brolin
Tamara Podemski
Imogen Poots
Lili Taylor
Tom Pelphrey
Lewis Pullman
Shaun Sipos
Noah Reid
Isabel Arraiza
Olive Abercrombie
Will Patton
Morningstar Angeline

Ficha técnica de Além da Margem (2024)

Título original: Outer Range
Criação: Brian Watkins
Direção: Gwyneth Horder-Payton, Deborah Kampmeier, Josh Brolin, Blackhorse Lowe, Catriona McKenzie
Roteiro: Brian Watkins, Randy Redroad, Marilyn Thomas, Jenna Westover, Aïda Mashaka Croal, Cameron Litvack, Dagny Looper, Glenise Mullins, Douglas Petrie
Gênero: drama, suspense
País: Estados Unidos
Ano: 2024
Temporada: 2
Episódios: 7
Duração: de 45 a 61 minutos
Classificação: 14 anos

Sobre o autor

Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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