Crítica do filme Ataque 13, da Netflix (2025) - Flixlândia

‘Ataque 13’: quando o terror não morre, apenas se vinga

Foto: Divulgação
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“Ataque 13”, que chegou recentemente à Netflix, marca a aguardada estreia da produtora 13 Studio, liderada pelo aclamado diretor de horror tailandês Taweewat Wantha, notório pela franquia “Quando a Morte Sussurra”. Posicionado no familiar e sempre relevante subgênero do horror escolar asiático, o filme se propõe a ir além da mera fórmula de fantasmas vingativos.

Ao entrelaçar o drama esportivo com o thriller sobrenatural, a produção busca tecer um comentário social pungente sobre bullying, negligência parental e violência juvenil, tudo isso embalado por um visual sleek e um ritmo alucinante.

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Sinopse

A trama se inicia com a chegada de Jindahra (Korranid Laosubinprasoet), uma estudante transferida e prodígio do vôlei, à nova escola, na esperança de um recomeço após um incidente de bullying anterior. Ela imediatamente entra em conflito com Bussaba (Nichapalak Thongkham), a capitã da equipe e a popular “rainha do gelo” da escola, cuja beleza e status social mascaram uma crueldade implacável.

Bussaba, com a ajuda de seu círculo íntimo—Hong, Orn e Yah—, aterroriza os estudantes mais fracos. A rivalidade atinge um ponto de ruptura quando Gunn, namorado de Bussaba, demonstra interesse em Jindahra, intensificando o ciúme e a tormenta.

O drama se transforma em horror quando Bussaba é encontrada morta, misteriosamente enforcada na trave de basquete do ginásio. No entanto, o hino “Ding dong, a bruxa está morta” é interrompido: seu espírito retorna, não como uma vítima, mas como uma força de vingança descontrolada.

Jindahra e suas amigas se veem em uma corrida contra o tempo, com apenas três dias para desvendar o mistério de quem ousou invocar o espírito de Bussaba, antes que todas se tornem as próximas vítimas de seu furor espectral.

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Crítica

A maior força de “Ataque 13” reside em sua fluidez de gêneros. O filme começa firmemente enraizado no drama de colégio com temática esportiva, expondo a dinâmica de poder e a toxicidade da vida adolescente. Após a morte de Bussaba, Wantha não hesita em virar a chave, mergulhando de cabeça no thriller sobrenatural com elementos slasher. As transições são surpreendentemente suaves, demonstrando uma colaboração afiada entre direção e montagem.

O ritmo é acelerado, o que beneficia a narrativa, tornando-a altamente envolvente e comercial. O diretor utiliza o jumpscare com moderação e inteligência, preferindo construir cenas de ataque mais elaboradas e visualmente impactantes. Um destaque é a sequência de invasão domiciliar, filmada majoritariamente através de um movimento de câmera horizontal, que ilustra a excelência técnica da produção. O filme opera, de fato, como um horror comercial que entrega exatamente o que promete: sustos, ritmo e entretenimento.

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A subversão da vítima e do vilão

Em um subgênero saturado por fantasmas de vítimas que retornam para se vingar de seus algozes, “Ataque 13” propõe uma reviravolta intrigante: a própria bully é quem retorna do além, mais poderosa e mais violenta do que nunca. Essa escolha narrativa complica a moralidade maniqueísta inicial.

Nichapalak Thongkham (Bussaba) entrega uma performance impressionante e matizada, que aos poucos revela a complexidade por trás da vilania. Da mesma forma, Korranid Laosubinprasoet (Jindahra) é o pilar emocional da história, com uma presença de estrela de cinema.

O filme sugere que nem Jindahra nem Bussaba são inteiramente “boas” ou “más”, explorando o conceito de que o poder é relacional e sempre mutável. O ato final, com suas revelações e mortes inesperadas, desafia a expectativa de uma simples vingança da vítima, transformando a história em um mistério de quem invocou o espírito e por quê. Essa abordagem questiona o ciclo vicioso da violência, onde agressores e vítimas podem, em diferentes contextos, trocar de papéis.

Cena do filme Ataque 13, da Netflix (2025) - Flixlândia (1)
Foto: Divulgação

Entre a crítica social e a estética digital

Taweewat Wantha utiliza o cenário do horror para tocar em temas profundos: trauma, negligência institucional e falha adulta. A ausência parental e a cumplicidade silenciosa (ou ativa, como no caso do professor de educação física) dos educadores são sutilmente, mas de forma assertiva, criticadas. O filme é um lembrete sombrio de que os adolescentes são frequentemente falhos por adultos que deveriam zelar por eles.

Em termos de produção, o filme é impecável. Os efeitos visuais e de maquiagem são eficazes, criando imagens macabras de possessão e mutilação espectral. O uso de paletas de cores frias nos interiores da escola e tons mais escuros nas cenas noturnas constrói uma atmosfera opressiva.

No entanto, a estética digital limpa e, em alguns momentos, o uso liberal de CGI, embora coerente com a ambientação contemporânea, pode ocasionalmente conferir um aspecto um pouco “distanciador” ao terror, como se a realidade fosse constantemente filtrada.

Conclusão

“Ataque 13” é, acima de tudo, um entretenimento comercial de horror de alta octanagem. Ele cumpre sua principal missão, oferecendo sustos viscerais, um ritmo implacável e uma estética visual sofisticada, com atuações carismáticas de seu elenco jovem.

No entanto, o filme não é imune a falhas. Sua trama, embora cheia de reviravoltas, não resiste a uma análise mais atenta, e algumas pontas soltas (como a motivação do xamã que invocou Bussaba) permanecem mal resolvidas. Além disso, a mensagem central sobre o bullying pode parecer um tanto confusa: o filme eleva o opressor a uma força sobrenatural ainda maior, deixando o espectador sem uma sensação clara de justiça ou resolução para as vítimas.

Ainda assim, como um passeio interessante e assustador pelos corredores assombrados de uma escola tailandesa, o filme funciona. Ele é um lembrete de que, assim como um fantasma, o bullying é um ciclo que se alimenta do medo e da indiferença, e que, às vezes, o maior horror é a violência que carregamos, mesmo após a morte.

Veja o trailer do filme Ataque 13

YouTube player

Onde assistir Ataque 13 (2025)?

O filme “Ataque 13” está disponível para assistir na Netflix.

Quem está no elenco de Ataque 13, da Netflix?

  • Korranid Laosubinprasoet
  • Ladapa Thongkham
  • Veerinsara Tangkitsuvanich
  • Nuttawat Thanataviepraserth
  • Tarisa Preechatangkit
  • Ramita Rattanapakdee
  • Ongart Cheamcharoenpornkul
  • Watchara Tangkaprasert
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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