Depois do lançamento de Citadel em 2023, as expectativas para a franquia de espionagem do Prime Video eram ambiciosas, mas o retorno foi morno. Agora, com o spin-off italiano “Citadel: Diana”, a saga tenta se reerguer com uma abordagem mais regional e intimista, enquanto mantém suas raízes no gênero de ação e suspense.
Dirigido por Arnaldo Catinari e protagonizado por Matilda De Angelis, a série nos leva às paisagens italianas em um novo capítulo que promete mais drama e mistério. Mas será que essa segunda tentativa traz frescor à franquia?
“Citadel: Diana” se passa em 2030 e acompanha Diana Cavalieri (Matilda De Angelis), uma agente dupla infiltrada na Manticore, organização secreta que disputa poder global com a Citadel. Diana, treinada desde jovem para se infiltrar no inimigo, tem uma missão pessoal: descobrir a verdade por trás da morte de seus pais em um acidente aéreo.
À medida que se envolve nas disputas internas da Manticore, sua lealdade é testada, especialmente quando cruza caminhos com Edo Zani (Lorenzo Cervasio), herdeiro de uma poderosa família italiana e peça-chave na luta pelo controle da organização. A trama combina espionagem, intrigas familiares e dilemas emocionais, enquanto Diana tenta conciliar sua missão com o relacionamento conturbado com sua irmã Sara.
“Citadel: Diana” traz uma perspectiva diferente ao universo da franquia ao focar menos em efeitos grandiosos e mais nas dinâmicas humanas e regionais. A ambientação italiana, com seus cenários deslumbrantes e conflitos internos, oferece um charme que estava ausente na série original.
A atuação de Matilda De Angelis é convincente, especialmente nos momentos em que Diana deixa transparecer suas vulnerabilidades, distanciando-se do estereótipo da espiã fria e calculista. O contraste entre Diana e Edo Zani é um ponto alto da narrativa, criando uma tensão envolvente que vai além da ação tradicional do gênero.
Contudo, a série tropeça ao tentar equilibrar um enredo não linear e pesado em exposição. A necessidade de explicar a política interna da Manticore, com suas divisões europeias, pode cansar o espectador. Além disso, a sofisticação tecnológica apresentada é impressionante, mas, em certos momentos, parece um recurso visual vazio.
Embora o show se esforce para trazer frescor ao gênero de espionagem, ele ainda se apoia em clichês familiares, como a espiã em conflito com sua missão e as traições inevitáveis entre agentes rivais.
Outro problema é a duração da série. Com apenas seis episódios, a trama deveria ser ágil, mas se estende com flashbacks e subtramas que diluem o impacto da narrativa. O relacionamento de Diana com Edo, embora interessante, demora a ganhar força. A falta de um ritmo constante prejudica a imersão, e alguns personagens coadjuvantes são subdesenvolvidos, tornando difícil estabelecer uma conexão emocional com eles.
Conclusão
“Citadel: Diana” é uma tentativa válida de corrigir os erros da série original, apostando em uma abordagem mais íntima e focada na construção de personagens. Embora não seja perfeita, a série apresenta potencial para atrair tanto fãs do gênero quanto novos espectadores, especialmente aqueles que buscam uma narrativa mais voltada para o drama humano e menos para explosões e perseguições.
Com seus cenários belíssimos e uma protagonista complexa, “Citadel: Diana” é uma produção que entretém, mas ainda deixa a sensação de que falta algo. Resta saber se essa nova fase será o impulso necessário para que a franquia encontre seu espaço ou apenas mais uma tentativa mediana de conquistar o público.
Se a franquia conseguir evitar os mesmos tropeços no futuro, especialmente com o aguardado spin-off indiano Citadel: Honey Bunny, pode finalmente encontrar seu equilíbrio.
Navegando nas águas do marketing digital, na gestão de mídias pagas e de conteúdo. Já escrevi críticas de filmes, séries, shows, peças de teatro para o sites Blah Cultural e Ultraverso. Agora, estou aqui em um novo projeto no site Flixlândia.