Depois do Acidente, a série mexicana de suspense da Netflix, conquistou o público global com sua primeira temporada, que usou um evento central – o tal “acidente” do título – como ponto de partida para um thriller caótico e cheio de violência. A tragédia de um balão inflável que levou a vida de crianças era, ao mesmo tempo, horrível e bizarra, o que dava um certo charme estranho ao enredo.
No entanto, a segunda temporada chega um ano depois e, pelo que parece, deixou o drama emocional no retrovisor. O criador, Leonardo Padrón, e a equipe de roteiristas continuam mestres em transformar a tragédia inicial em uma imensidão de caos, mas a pergunta que fica é: será que vale a pena assistir a este novo festival de melodrama e tiros? Vamos mergulhar no que essa continuação nos entrega.
Sinopse
A segunda temporada de Depois do Acidente retoma um ano após o evento catastrófico que destruiu quatro famílias. As cicatrizes emocionais estão mais do que frescas, mas o foco da ação se desloca. Emiliano (Sebastián Martínez) está cumprindo pena por homicídio involuntário. No entanto, sua vida na prisão fica turbulenta quando Charro (Alberto Guerra), um dos pais das vítimas – e que foi incriminado pelo assassinato do faz-tudo de Emiliano –, manipula seu caminho para a mesma penitenciária, sedento por vingança.
Enquanto Charro (que clama inocência) escapa após uma condenação de 60 anos e jura vingança, a esposa de Emiliano, Daniela (Ana Claudia Talancón), tenta fugir da dor trabalhando como policial e mudando de casa. A trama se aprofunda no jogo de gato e rato entre Charro e Emiliano, com a revelação de que a esposa de Charro, Lupita (Eréndira Ibarra), é a verdadeira mente por trás dos assassinatos, manipulando tudo nas sombras. O que tudo isso tem a ver com o “acidente” do título? Bem, esse é o mistério que a série nos propõe.
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Resenha crítica da temporada 2 de Depois do Acidente
Foco desviado: o acidente que não importa mais
O maior problema da 2ª temporada de Depois do Acidente é que ela se distancia completamente do evento que a define. Se a primeira temporada usou o acidente como um trampolim para o suspense, a segunda o trata apenas como uma desculpa para gerar violência e melodrama genéricos. O luto e o trauma que deveriam ser o motor da história se transformam em meros subprodutos para justificar um monte de gente com ego inflado atirando uns nos outros.
Há quem diga que “pessoas feridas ferem pessoas”, mas aqui, isso é uma grande e desnecessária hipérbole. A série se torna um thriller genérico de vingança. O enredo é tão lotado — motim na prisão, fuga ousada, esfaqueamento, chantagem, múltiplos assassinatos, casos extraconjugais — que acabamos esquecendo a tragédia que iniciou toda essa bagunça. Para a maioria dos personagens, o acidente é apenas um detalhe, ou um “sistema de entrega para gerar caos”.

🥊 Rivalidade de gibi e Exagero inacreditável
A rivalidade entre Emiliano e Charro, que deveria ser o cerne do suspense, parece saída de um filme de super-herói de quinta categoria, não de um drama. Charro, em particular, é tão exagerado que consegue esfaquear alguém na prisão, escapar e ficar desaparecido por dias a fio. Não há tensão genuína. A temporada toda é toda de conversas grandiosas sem que nada de crível ou marcante aconteça. Em vez de um suspense afiado, temos uma colcha de retalhos de clichês.
Ainda que a série se esforce para dar profundidade, como no caso de Daniela e seu parceiro ou de Fabián, o terapeuta, o grande número de personagens acaba diluindo o drama. É difícil se importar com a dor de alguns quando coisas muito mais absurdas estão rolando em outros núcleos. Parece apenas muito drama desnecessário que não tem razão de existir.
✨ Brilho no elenco e pontos positivos
Felizmente, nem tudo é um caos sem propósito. As atuações continuam fortes, com o elenco retornando com a mesma profundidade. Ana Claudia Talancón, Alberto Guerra, Sebastián Martínez e, principalmente, Eréndira Ibarra (como a ardilosa Lupita) entregam performances convincentes.
O destaque fica para a adição de Bárbara de Regil como a nova personagem Tamara “La Pantera”. Sua presença forte e intensa e a injeção de mistério que a temporada precisava. Essa nova dinâmica e a evolução emocional mais madura de certos arcos são alguns dos pontos positivos. Além disso, vale destacar a fotografia polida e atmosférica, com efeitos visuais estratégicos e realistas, que conferem um ar cinematográfico à série.
Conclusão
A temporada 2 de Depois do Acidente se perde na tentativa de ser um thriller de ação com um drama aprofundado. O que começa como um drama de luto se transforma em uma telenovela de vingança genérica.
Se você está esperando pelo suspense emocional da primeira temporada, pode se decepcionar. A série é apenas OK e, para continuar da forma que fizeram, definitivamente, este mistério não precisava de uma segunda chance.
Onde assistir à segunda temporada de Depois do Acidente?
Trailer da temporada 2 de Depois do Acidente (2025)
Elenco da 2ª temporada de Depois do Acidente, da Netflix
- Ana Claudia Talancón
- Sebastián Martínez
- Alberto Guerra
- Eréndira Ibarra
- Erick Elías
- Bárbara de Regil
- Macarena García
- Sebastián Dante
- Regina Blandón
- Luis Ernesto Franco
















