Destinos à Deriva crítica do filme da Netflix 2023

Foto: Netflix / Divulgação

Abordando a tragédia dos refugiados pelo mundo, o filme Destinos à Deriva (Nowhere), drama espanhol dirigido por Albert Pintó (responsável por alguns episódios de séries como “La Casa de Papel” e “Sky Rojo”, estreou nesta sexta-feira (29) no catálogo da Netflix.

Na trama, Mia (Anna Castillo) é uma jovem grávida que escapa de um país em guerra se escondendo em um contêiner marítimo a bordo de um navio de carga. Após uma violenta tempestade durante a fuga, ela acaba se separando do marido Nico (Tamar Novas) e precisa lutar para sobreviver enquanto dá à luz a uma criança sozinha e perdida no mar.

Destinos à Deriva não cita exatamente qual o país, portanto, não há como fazer qualquer pré-julgamento de governo X ou Y. Mas o tema vem bem a calhar em tempos de grande fluxo de refugiados para a Europa e de cada vez mais intolerância com quem já sofreu (e sofre) tanto. Em dados recentes da ACNUR, mais de 2,5 mil imigrantes morreram ou desapareceram ao tentar chegar ao Velho Continente pelo Mar Mediterrâneo somente em 2023.

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Tecnicamente falando, Destinos à Deriva não é um filme brilhante, longe disso. É competente, fazendo bem seu feijão com arroz, com um bom trabalho de fotografia, cenografia e figurino, mas deixando um pouco a desejar no que mais precisava: na emoção. Atuando praticamente em um monólogo, Anna Castillo é, certamente, o grande destaque do longa-metragem, mas a força de sua atuação não basta para cativar o cinéfilo mais exigente. Somente o drama pelo drama da personagem não é suficiente para capturar o espectador. Exceto pelo final, acompanhamos o enredo com certa curiosidade, mas sem tanta afeição.

Sabemos que é difícil prender o espectador quando o filme se passa em basicamente um cenário, mas há centenas de exemplos espalhados por aí para nos espelharmos. Posso citar alguns rapidamente: “12 Homens e Uma Sentença” (1957); “Por Um Fio” (2002)”; “Jogos Mortais” (2004); e “127 Horas” (2010). Todos com temas diferentes, que geram tensão e conseguem fazer quem assiste ficar sem piscar os olhos.

No entanto, isso não faz de Destinos à Deriva uma obra ruim, apenas, digamos, esquecível. Uma pena, porque o lançamento corre o risco de não passar a mensagem tão importante que pretendia. Aliás, o nome original, se traduzido, talvez fosse mais chamativo para essa temática. Afinal, “Nowhere”, em português, quer dizer “Em Lugar Nenhum”. Mas em tempos de “marvelização” do cinema, acabariam achando que fosse algum produto relacionado a “Guardiões da Galáxia”. Mas valeu a tentativa.

Destinos à Deriva é uma história real?

No decorrer do filme, muitos espectadores podem se perguntar se Destinos à Deriva pode ter se baseado em uma história real. A resposta é não. A trama é completamente original criada por Indiana Lista, coescrita com Ernest Riera, Seanne Winslow e Teresa de Rosendo.

Em entrevista, o diretor Albert Pintó afirmou os criados se inspiraram em histórias que conheceram de imigrantes mexicanos que tentaram atravessar a fronteira escondidos em contêineres e caminhões atrás de uma vida melhor. O cineasta disse ainda que os roteiristas estudaram rotas de tráfico humano na Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua durante pesquisas para o filme. Por fim, ele também observou que naufrágios são comuns na Espanha.

Onde assistir ao filme Destinos à Deriva (2023)?

O filme espanhol Destinos à Deriva estreou nesta sexta-feira, dia 29 de setembro no catálogo da Netflix.

Trailer do filme Destinos à Deriva, da Netflix (2023)

Destinos à Deriva: elenco do filme da Netflix (2023)

  • Anna Castillo
  • Tamar Novas
  • Tony Corvillo

Ficha técnica de Destinos à Deriva, novo filme da Netflix (2023)

  • Título original do filme: Nowhere
  • Direção: Albert Pintó
  • Roteiro: Indiana Lista, Ernest Riera, Seanne Winslow, Teresa de Rosendo
  • Gênero: drama, suspense
  • País: Espanha
  • Ano: 2023
  • Duração: 109 minutos
  • Classificação: 16 anos

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1 thought on “‘Destinos à Deriva’ traz à tona o drama invisível dos refugiados

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