É muito comum que adaptações hollywoodianas de filmes asiáticos percam o brilho original, mas o mesmo fenômeno parece se repetir no filme “Dias Difíceis” (Saigo made Iku), a versão japonesa do thriller sul-coreano “Um Dia Difícil” (2014).
Embora se destaque entre as adaptações, essa jornada de Michihito Fujii ainda deixa a sensação de que algo se perdeu. Ao revisitar a trama da obra original, somos levados por uma montanha-russa de eventos, mantendo o espectador à beira da cadeira, mas sem o toque de humor que equilibrava a versão sul-coreana.
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Sinopse
Em “Dias Difíceis”, o detetive Yuji Kudo (Junichi Okada) enfrenta a pior noite de sua vida, envolvendo-se em um escândalo de suborno enquanto corre para o leito de morte de sua mãe. O enredo se complica quando um acidente fatal leva Kudo (Junichi Okada) a esconder um cadáver no porta-malas de seu carro. O que começa como uma tentativa desesperada de encobrir um crime rapidamente se transforma em um jogo de gato e rato com um colega policial, Takayuki Yazaki (Go Ayano), e uma rede de conspirações que ameaça destruir tudo.
Vale a pena ver Dias Difíceis?
A narrativa de “Dias Difíceis” segue a tradição do original sul-coreano, mas o roteiro de Kenya Hirata e Michihito Fujii opta por um caminho mais intrincado, repleto de flashbacks e personagens adicionais. Infelizmente, a expansão da trama parece mais como excesso de peso do que um acréscimo substancial. A urgência do enredo original é mantida, mas a lógica por trás das ações do protagonista, Kudo, é muitas vezes obscurecida por reviravoltas desnecessárias.
Okada apresenta uma atuação intensa como Kudo, embora em alguns momentos exagere. Em contraste, Go Ayano brilha como Yazaki, a antagonista psicótica, adicionando uma camada de complexidade à sua personagem. O filme se distancia do original ao dar à personagem um desenvolvimento mais profundo, proporcionando ao público uma visão mais abrangente de suas motivações e vida pessoal.
A trilha sonora pulsante de Takashi Ohmama contribui para a atmosfera frenética, intensificando a experiência visual. Além disso, a violência gráfica e algumas reviravoltas grotescas são acrescentadas, elevando o nível de intensidade em comparação com o filme original. No entanto, a falta de equilíbrio entre os momentos de tensão e alívio cômico, presentes na versão sul-coreana, deixa “Dias Difíceis” com uma seriedade que poderia ter se beneficiado de um toque mais leve.
Conclusão
“Dias Difíceis” oferece uma versão japonesa competente do thriller sul-coreano que o inspirou. Embora mantenha a essência da trama, a complexidade adicional não se traduz necessariamente em aprimoramento. A atuação sólida, especialmente de Go Ayano, e a trilha sonora envolvente conseguem manter o público envolvido em uma trama cheia de reviravoltas.
No entanto, a falta de humor e o desequilíbrio entre os elementos de suspense e drama limitam o potencial do filme. Enquanto “Dias Difíceis” entrega ação e absurdos, deixa a sensação de que a intensidade poderia ter sido temperada com um toque mais sutil para criar uma experiência verdadeiramente memorável.
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Onde assistir ao filme Dias Difíceis (2023)?
O filme japonês “Dias Difíceis” estreou nesta quinta-feira, dia 30 de novembro de 2023, no catálogo da Netflix.
Trailer do filme Dias Difíceis, da Netflix (2023)
Dias Difíceis: elenco do filme da Netflix (2023)
- Junichi Okada
- Go Ayano
- Ryoko Hirosue
- Akira Emoto
- Hayato Isomura
- Ryusuke Komakine
Ficha técnica do filme Dias Difíceis, da Netflix (2023)
- Título original do filme: Saigo made Iku
- Direção: Michihito Fujii
- Roteiro: Michihito Fujii, Kenya Hirata, Seong Hun Kim
- Gênero: suspense, drama, policial
- País: Japão
- Ano: 2023
- Duração: 118 minutos
- Classificação: 14 anos
3 thoughts on “‘Dias Difíceis’ é competente, mas desequilibrado”