[CRÍTICA] 'Do Sul, a Vingança': thriller de ação brasileiro é irregular, com bons e maus momentos

A mistura de comédia, suspense e ação é uma receita que pode desandar caso o cozinheiro, digo, o diretor, exagerar muito em algum ingrediente. Uma cena mais forçada, uma piada mal colocada, e pronto, o sabor desanda. É um pouco do que acontece com “Do Sul, a Vingança”, do diretor estreante Fábio Flecha.

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Sinopse do filme Do Sul, a Vingança

Na trama, em busca de material para seu novo livro, o escritor Lauriano parte para a conturbada fronteira entre Mato Grosso do Sul, Paraguai e Bolívia, onde o crime organizado dita suas próprias leis, em busca de um “Jacaré”.

O que começa como uma simples investigação se transforma em uma jornada inesperada, repleta de ação, conflitos e personagens excêntricos. Em meio ao caos de uma vastidão silenciosa e cheia de contrastes, Lauriano mergulha em uma trama tão perigosa quanto cômica — onde sobreviver é o seu maior desafio.

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Crítica de Do Sul, a Vingança (2025)

A história segue o escritor carioca Lauriano (interpretado por Felipe Lourenço). Acostumado a entrevistar criminosos para seus livros, ele pretende agora ir a um dos lugares mais perigosos do Brasil: a tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia, no Mato Grosso do Sul.

Uma vez nesse ambiente ao qual não está ambientado, Lauriano é manipulado por praticamente todos os outros personagens do longa, alguns com interesses em comum, outros com suas próprias agendas.

Entrega irregular

Porém, como dito no título, a entrega é irregular: uma piada engraçada é seguida por outra que provoca risos de vergonha alheia; uma fala interessante é entregue para no momento seguinte o mesmo ator parecer que nunca teve uma aula de teatro; uma conversa interessante precede uma parte do texto exageradamente expositiva.

Os altos e baixos em todos os aspectos confundem ainda mais a trama propositadamente confusa para o espectador, e no final é desenrolada como num filme de Guy Ritchie. Aliás, o diretor inglês é homenageado (copiado?) numa cena idêntica a um dos seus filmes.

‘Destaque’ para a ação

A ação é um dos pontos a se destacar, mas não de uma forma boa. Se o longa entrega alguns bons momentos no humor, os confrontos não podem ter uma palavra melhor do que “cringe”.

Parece que o diretor ficou na dúvida entre ser realista e trash, e ficou no meio do caminho. É compreensível o baixo orçamento e a luta por fazer cinema no Brasil, mas os tiroteios são no mínimo desleixados e preguiçosos.

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Conclusão

Enfim, “Do Sul, A Vingança” pode ser uma boa distração e tem as suas qualidades. A questão é que, quando o filme erra, exagera de uma forma que quem o assiste fica desconfortável de um jeito que não é o pretendido por uma obra.