Crítica do filme Doente de Amor da Netflix (2025) - Flixlândia

A doce melancolia de ‘Doente de Amor’

Filme taiwanês promete emocionar os assinantes

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O cinema asiático, e em particular o taiwanês, tem uma habilidade ímpar de traduzir as complexidades da adolescência e do primeiro amor em narrativas que, embora familiarizadas, soam profundamente autênticas e emocionantes. “Doente de Amor” (2025), filme dirigido por Fu-Hsiang Hsu, insere-se com maestria nesse universo, misturando clichês de romances colegiais com uma sensibilidade rara, que ressoa em cada cena.

O filme não se limita a ser apenas mais uma história sobre “a garota boa e o garoto mau”; ele se aprofunda nos meandros das emoções juvenis, explorando a transitoriedade da vida e o impacto duradouro das conexões que moldam quem somos.

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Sinopse

Ye Zijie, um adolescente problemático e rebelde conhecido como Jay, vive à sombra de um passado doloroso que o faz desacreditar no futuro. Após um acidente, ele é acidentalmente diagnosticado com câncer terminal, uma mentira que ele decide manter para evitar ser expulso da escola.

Aproveitando-se da simpatia e da liberdade que a suposta doença lhe confere, sua farsa toma um rumo inesperado quando ele é obrigado a conviver com a monitora da classe, uma aluna exemplar e dedicada que, por coincidência, tem o mesmo nome que ele, Ye Zijie, ou Jade.

Acontece que Jade, por trás de sua aparência de saúde perfeita, é a única que está de fato lutando contra uma doença terminal. À medida que seus mundos colidem, o impostor e a verdadeira paciente criam uma conexão improvável, embarcando juntos em uma jornada agridoce para completar a lista de desejos um do outro antes que o tempo acabe.

A trama se adensa com a presença de Chen Li, um amigo de Jade com epilepsia, que também compartilha um segredo com a garota, e com a descoberta da verdadeira identidade da doença de cada um.

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Crítica

A crítica mais profunda e tocante que se pode fazer a Doente de Amor reside na sua capacidade de transformar clichês em uma experiência única e palpável. Assim como um ecótono, a zona de transição entre dois biomas, o filme captura o momento em que a infância e a vida adulta se encontram, gerando uma explosão de emoções e descobertas.

Jay e Jade são esse ecótono personificado. Ele, vivendo o presente de forma imprudente e sem pensar nas consequências, como uma forma de protesto contra a incerteza de seu passado. Ela, obcecada com o futuro, pois o seu próprio tempo está se esgotando rapidamente.

O encontro entre esses dois polos opostos não é sobre um “consertar o outro”, mas sim sobre uma troca mútua de perspectivas. Eles se tornam, gradualmente, um reflexo do outro, aprendendo a valorizar tanto o presente quanto a ter esperança no futuro. Essa troca é o coração do filme e o que o diferencia de outras histórias semelhantes.

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Cena do filme Doente de Amor da Netflix (2025) - Flixlândia
Foto: Netflix / Divulgação

Simbolismo e metáforas

O filme é visualmente deslumbrante, e a direção de Fu-Hsiang Hsu faz uso de metáforas visuais para aprofundar a narrativa. A água, em suas diferentes formas, assume um papel central. Desde o aquário que acalma Jay em momentos de estresse até o oceano vasto e profundo onde reside a caixa de correio submersa, a água simboliza emoções, a vastidão do primeiro amor e a profundidade das conexões humanas.

A cena em que Jay mergulha para postar uma carta na caixa de correio submersa, um desejo de Chen Li para Jade, é um momento de pura poesia visual, que transcende a dor da perda e se torna um gesto de carinho e esperança.

A água limpa e purifica, servindo de testemunha para os segredos e os desejos mais profundos dos personagens, e a cena final, onde Jay mergulha novamente, assume uma dimensão ainda mais simbólica, como se a profundidade do oceano fosse a única capaz de guardar a imensidão de sua saudade.

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Química incontestável

Um dos maiores acertos de Doente de Amor é a escolha de seu elenco. Zhan Huai-Yun, com seu carisma natural, traz a dose exata de charme e vulnerabilidade para Jay, enquanto a novata Victoria Chiang emprega uma sinceridade e força que tornam sua personagem, Jade, inesquecível. A química entre os dois é palpável, transformando o que poderia ser um drama arrastado em uma jornada emocionante e envolvente.

A atuação do elenco, aliada a um roteiro sensível, eleva a narrativa a um patamar superior, fazendo com que o público se conecte profundamente com as dores e alegrias de cada personagem. O filme nos lembra da ternura e da pureza do primeiro amor, da amizade leal e da forma como essas emoções, mesmo que transitórias, deixam marcas permanentes em nossas vidas.

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Conclusão

Doente de Amor é mais do que um simples drama adolescente. É uma ode à juventude, à amizade e à capacidade de o ser humano se transformar por amor. Embora a história possa parecer triste, e o final, de fato, parta o coração, o filme ressoa com uma energia vital e esperançosa. Ele nos lembra que mesmo as relações que não duram para sempre nos ensinam algo sobre nós mesmos e sobre como viver.

A forma como a trama inverte as expectativas, mostrando que a menina forte e resiliente é a que está doente, e que o menino “ruim” é o que muda para melhor, é um toque de genialidade. Em suma, é um filme que entrega sorrisos e lágrimas na mesma medida, deixando uma marca duradoura no coração de quem o assiste. É uma experiência cinematográfica que, embora dolorosa, é profundamente gratificante e, sem dúvida, merece ser vista.

Onde assistir ao filme Doente de Amor?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Assista ao trailer de Doente de Amor (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Doente de Amor, da Netflix?

  • Zhan Huai-yun
  • Chiang Chi
  • Liu Hsiu-fu
  • Akira Huang
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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