Sabe aquele conselho de “desligue o cérebro e se jogue”? Pois é, ele nunca fez tanto sentido quanto agora. A quinta temporada de Emily em Paris chegou bem a tempo de ser aquele fundo de tela perfeito para curar a ressaca das festas de fim de ano. Se você esperava profundidade, pode esquecer.
A série continua sendo aquele “prazer culposo” que a gente ama odiar, ou odeia amar. Dessa vez, nossa protagonista de franja impecável troca os croissants pelo gelato, levando toda a sua bagagem de drama, roupas extravagantes e falta de noção para a Itália. É escapismo puro, visualmente lindo e narrativamente… bom, é Emily em Paris.
Sinopse
Cansada (ou nem tanto) da Cidade Luz, Emily Cooper (Lily Collins) aterrissa em Roma para liderar a nova filial da Agence Grateau. Mas, claro, não é só trabalho: ela continua misturando negócios e prazer, agora com Marcello (Eugenio Franceschini), o herdeiro de uma marca de cashmere.
A mudança de cenário não significa que ela se livrou do passado: Mindy (Ashley Park), após recusar um emprego na China, se junta à amiga na Itália, trazendo consigo figurinos ainda mais loucos e performances musicais — incluindo cantar “Espresso” dentro de uma taça gigante de martini.
Enquanto Emily tenta “conquistar” Roma com suas estratégias de marketing agressivas, velhos conhecidos como Alfie e um Gabriel arrependido (e meio perdido) também dão as caras, garantindo que o ciclo vicioso de triângulos amorosos continue girando, agora com o Coliseu ao fundo.
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Resenha crítica da temporada 5 de Emily em Paris
Um comercial de luxo de cinco horas
Vamos ser sinceros: assistir à essa temporada é como folhear uma revista de moda de luxo misturada com um catálogo de viagens. A série abraça de vez sua natureza de “fofa” utilitária. É uma sequência interminável de food porn, hotéis cinco estrelas e product placement.
A narrativa muitas vezes parece apenas uma desculpa para mostrar bolsas de grife e cenários romanos saturados. A série funciona quase como uma ode ao capitalismo tardio, onde tudo e todos — até os relacionamentos — são oportunidades de negócio. Emily, com seu sorriso inabalável, chega a ser comparada a um “Nosferatu de Jimmy Choo”, sugando a autenticidade local para transformá-la em conteúdo viral.

Mudam-se as cidades, mantêm-se os erros
Se você esperava evolução da personagem, a notícia não é boa. Estamos na quinta temporada e Emily continua cometendo os mesmos erros imaturos, pulando de um homem para outro e criando desastres profissionais que se resolvem num passe de mágica (ou com um biquinho). A toxicidade dos relacionamentos, tanto dela quanto de Mindy, segue firme e forte.
É exaustivo ver mulheres adultas agindo como adolescentes, presas em loops de indecisão amorosa que poderiam ser resolvidos com uma única conversa honesta. A série tenta vender a ideia de empoderamento, mas na prática, mostra personagens que parecem incapazes de funcionar sem a validação masculina constante.
O brilho do elenco de apoio e o alívio cômico
Apesar de Emily ser, discutivelmente, a vilã da própria história com sua falta de noção, o elenco de apoio traz um frescor necessário. A grande estrela da vez é Minnie Driver, interpretando a Princesa Jane, uma socialite falida que vive de aparências e publis no Instagram. Ela traz uma autoconsciência e um tom exagerado que a série desesperadamente precisava.
Além disso, Sylvie (Philippine Leroy-Beaulieu) continua sendo a rainha da elegância e a personagem mais interessante de assistir, enquanto Luc entrega as melhores linhas cômicas, servindo como um alívio para o drama repetitivo dos protagonistas.
Estereótipos e caçadas a trufas de salto alto
A mudança para a Itália trouxe novos clichês. Se em Paris os franceses eram “maus”, em Roma os italianos são retratados como filhinhos da mamãe obcecados por comida e família, com a profundidade de um comercial de molho de tomate. A cena de Emily caçando trufas na floresta usando saltos impraticáveis resume bem o nível de realismo: zero.
A série não está interessada na cultura real, mas sim na versão “Epcot Center” da Europa. Mas, ei, as roupas da Mindy estão mais barulhentas do que nunca e a fotografia é linda, o que ajuda a manter os olhos na tela enquanto o cérebro descansa.
Conclusão
A temporada 5 de Emily em Paris não reinventa a roda — na verdade, ela apenas a pinta de outra cor e a coloca em uma Vespa. É uma narrativa superficial, cheia de furos e dramas infantis, mas que cumpre exatamente o que promete: entretenimento leve, visualmente deslumbrante e fácil de maratonar.
Se você conseguir ignorar a falta de crescimento da protagonista e o consumismo desenfreado, vai se divertir com o absurdo das situações e a moda extravagante. É a série perfeita para não levar a sério. Abra um vinho, prepare uma tábua de frios e aproveite a viagem, porque, no fim das contas, a gente reclama, mas assiste tudo num fim de semana.
Onde assistir à 5ª temporada de Emily em Paris?
Trailer da temporada 5 de Emily em Paris
Elenco da quinta temporada de Emily em Paris
- Lily Collins
- Philippine Leroy-Beaulieu
- Ashley Park
- Lucas Bravo
- Samuel Arnold
- Bruno Gouery
- Minnie Driver
- Eugenio Franceschini
- Lucien Laviscount
- Camille Razat
















