Feliz Assalto resenha crítica do filme Netflix 2025 Flixlândia

[CRÍTICA] Mais que um roubo, menos que um romance: a divertida inadequação de ‘Feliz Assalto!’

Foto: Netflix / Divulgação
Compartilhe

Em meio à avalanche anual de filmes natalinos da Netflix — que muitas vezes pecam pela preguiça e falta de brilho —, surge “Feliz Assalto!”. Embora não seja uma obra-prima que vá parar na lista dos clássicos instantâneos, este “roubo-comédia romântica” se diferencia de seus “colegas anêmicos” como Um Natal Ex-pecial e Borbulhas de Amor por injetar um pouco mais de substância e charme no gênero.

Ambientado na vibrante Londres durante o Natal de 2023, o filme acerta ao trocar as cidades pequenas de fantasia por um cenário real e envolvente. O que temos aqui é um filme que usa o charme das festas de fim de ano, mas com um toque agridoce de luta de classes e uma dupla de protagonistas cheia de problemas.

➡️ Frete grátis e rápido na AMAZON! Confira o festival de ofertas e promoções com até 80% OFF para tudo o que você precisa: TVs, celulares, livros, roupas, calçados e muito mais! Economize já com descontos imperdíveis!

Sinopse

“Feliz Assalto!” nos apresenta Sophia (Olivia Holt) e Nick (Connor Swindells), um casal improvável de pequenos ladrões forçados a unir forças. Sophia é uma ladra de carteira que trabalha na ilustre Sterling Department Store, e Nick é um ex-detento e ex-consultor de segurança que a pega em flagrante pelas câmeras. O chantageador inepto exige que ela o ajude em um roubo.

O filme, coescrito por Abby McDonald (Bridgerton) e Amy Reed, tem uma estrutura de flashback, começando um pouco antes do grande evento da véspera de Natal e voltando duas semanas para mostrar como a dupla se conheceu.

As motivações para o assalto são pesadas e muito atuais: Sophia precisa de dinheiro para um tratamento médico particular para sua mãe doente, já que o sistema público não é rápido o suficiente; e Nick, um pai tentando se reerguer após a prisão, precisa de estabilidade financeira para garantir que sua filha não se mude com a ex-parceira.

O alvo é Maxwell Sterling (Peter Serafinowicz), o rico e corrupto dono da loja de departamentos, que também está envolvido em fraudes de seguro. O que começa como um roubo de mercadorias logo se transforma em um assalto ao cofre pessoal de Sterling, com direito a reviravoltas surpreendentes no ato final.

➡️ Quer saber mais sobre filmesséries e streamings? Então acompanhe o trabalho do Flixlândia nas redes sociais pelo INSTAGRAMXTIKTOKYOUTUBEWHATSAPP, e GOOGLE NOTÍCIAS, e não perca nenhuma informação sobre o melhor do mundo do audiovisual.

Resenha crítica do filme Feliz Assalto!

Realismo e cenário

Uma das grandes sacadas de “Feliz Assalto” é o uso de Londres como cenário. Em vez da neve falsa em estúdios canadenses, temos pubs, cafés e ruas que dão uma sensação de lugar genuína, o que faz uma diferença enorme para o espectador, tirando o filme da mesmice.

Isso, somado a uma trilha sonora que ousou incluir músicas alternativas de Natal como Low e Run-DMC, em vez de mais um cover de “All I Want for Christmas is You”, já coloca a produção um degrau acima. O diretor Michael Fimognari (que trabalhou em Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre) soube usar essa atmosfera para criar um filme de Natal com iluminação quente, embora alguns sintam falta daquela “magia” clichê da neve e do visual de cartão-postal.

A inevitável (e dispensável?) química romântica

O filme funciona mais como um drama de assalto focado na redenção e nos problemas sociais do que como uma comédia romântica açucarada. Olivia Holt e Connor Swindells (o Adam de Sex Education) formam uma dupla sólida com boa química, mas que, ironicamente, ressoa mais como uma parceria platônica de “colegas de trabalho” do que como um romance ardente.

A parte romântica, no entanto, é o elo mais fraco e soa como uma reflexão tardia, algo que o filme sentiu que precisava ter por estar no gênero, mas que poderia ter sido deixado de lado. No entanto, a forma como a parceria deles se desenvolve, baseada na vulnerabilidade e em objetivos compartilhados, é genuinamente calorosa e essencial.

Feliz Assalto 2025 resenha crítica do filme Netflix Flixlândia
Foto: Netflix / Divulgação

Assalto com um toque de crítica social

Mas o ponto alto de “Feliz Assalto” mesmo é a sua coragem de abordar temas como a desigualdade de riqueza e a luta de classes. Sophia e Nick não são vilões de quadrinhos; são pessoas comuns, pés no chão, esmagadas por um sistema injusto, com problemas familiares sérios e dívidas. A decisão de Sophia de roubar para pagar a saúde de sua mãe, e a de Nick, para se reabilitar como pai, dão uma justificativa moral poderosa para o assalto.

O filme não chega a ser um Parasita natalino, mas ao focar na angústia de classe e colocar como vilão um empresário fraudulento e esnobe (Maxwell Sterling, interpretado pelo excelente Peter Serafinowicz), ele consegue que o público torça desesperadamente pelos “mocinhos” ladrões. É uma mensagem de esperança natalina, mesmo que entregue por meios criminosos.

Humor, ritmo e o charme da incompetência

Apesar da seriedade das motivações, o filme não perde a leveza. A principal fonte de encanto é o fato de Sophia e Nick serem hilariamente ineptos no papel de ladrões. A trama do assalto em si é frequentemente imprecisa e exagerada, com mais furos que um queijo suíço.

No entanto, é exatamente essa imperfeição e a comédia física (como Sophia deslizando para dentro de uma caixa de segurança ou Nick sendo desajeitadamente treinado) que injetam o humor necessário para contrabalançar o clima depressivo da vida deles e o tempo lento da trama. A comediante britânica Lucy Punch (no papel de Cynthia Sterling, a esposa oportunista) também adiciona uma pitada de timing cômico que eleva o material.

Conclusão

“Feliz Assalto” consegue ser uma surpresa agradável nos lançamentos natalinos da Netflix, principalmente por ousar ser diferente. Não é um filme de ritmo alucinante, e sim um drama mais lento, focado na construção dos personagens e na sua jornada emocional. Ele acerta ao trocar o clichê por um cenário realista em Londres, ao usar uma trilha sonora alternativa e, principalmente, ao dar aos seus protagonistas uma motivação profundamente humana e palpável.

Embora o romance não convença e o ritmo se arraste em alguns momentos, a química entre Olivia Holt e Connor Swindells (que se encaixam bem nos papéis), o foco na crítica social e as reviravoltas no final fazem dele uma experiência diferente e, para quem curte um humor mais seco e uma história com alma, genuinamente divertida. Se você começar com as expectativas baixas para um filme de assalto e romance natalino, “Feliz Assalto!” com certeza superará o esperado.

Onde assistir ao filme Feliz Assalto!?

Trailer de Feliz Assalto (2025)

YouTube player

Elenco de Feliz Assalto, da Netflix

  • Olivia Holt
  • Connor Swindells
  • Lucy Punch
  • Peter Serafinowicz
  • Poppy Drayton
  • Natasha Joseph
  • Michael Salami
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Procuram-se colaboradores
Procuram-se colaboradores

Últimas

Artigos relacionados
Fuga Fatal 2025 resenha crítica do filme Flixlândia (1)
Críticas

[CRÍTICA] ‘Fuga Fatal’: o vínculo de sobrevivência que supera o caos

Em meio à vastidão árida do neo-western e à brutalidade inerente ao...

Zootopia 2 resenha crítica do filme 2025
Críticas

[CRÍTICA] ‘Zootopia 2’: uma cobra no paraíso e uma amizade no divã

Zootopia 2 chega aos cinemas quase uma década após o sucesso do...

Morra, Amor resenha crítica do filme com Jennifer Lawrence 2025 Flixlândia
Críticas

[CRÍTICA] ‘Morra, Amor’: um grito visceral sobre a maternidade no limite

Há filmes que assistimos e há filmes que sobrevivemos. “Morra, Amor” (Die,...

A Garota Artificial resenha crítica do filme Filmelier+ 2022
Críticas

[CRÍTICA] ‘A Garota Artificial’ aborda questão das IAs de maneira diferente do convencional

Quando se fala em filmes sobre Inteligência Artificial muito do pensamento popular...

A Natureza das Coisas Invisíveis resenha crítica do filme 2025 Flixlândia
Críticas

[CRÍTICA] ‘A Natureza das Coisas Invisíveis’ (ou: o infinito possui bordas?)

Meu caro leitor, bem-vindo! Em “A Natureza das Coisas Invisíveis”, primeiro longa-metragem...

Bugonia 2025 final explicado do filme com Emma Stone Flixlândia
Críticas

Final explicado de ‘Bugonia’: o significado da profecia viscosa de Yorgos Lanthimos

Há tempos uma pergunta permeia todo o ser humano que resolve fitar...

A Mão que Balança o Berço resenha crítica filme 2025 Disney+ Hulu Flixlândia (1)
Críticas

[CRÍTICA] Nova versão de ‘A Mão que Balança o Berço’ faz você valorizar cada vez mais a antiga

Remakes sempre carregam uma pergunta incômoda: por que refazer algo que já...