O último episódio de O Preço da Confissão, o dorama psicológico da Netflix, fez jus ao título: empilhou reviravoltas que redefiniram absolutamente tudo o que havíamos assistido. Longe de oferecer um final fácil e feliz, a série amarrou a trama do assassinato de Ki-dae, expôs o verdadeiro vilão e definiu um destino agridoce e profundamente humano para as protagonistas.
Se você terminou os episódios e ainda ficou com aquela pulga atrás da orelha sobre quem era quem e o que de fato aconteceu, detalhamos aqui cada ponto do desfecho, focando nas decisões morais e nas estruturas de poder que quase destruíram uma inocente.
O que acontece com Yun-su no final de O Preço da Confissão?
A jornada de Ahn Yun-su (Jeon Do-yeon) começa com a acusação injusta de ter matado o marido, Ki-dae. O promotor Baek Dong-hun (Park Hae-soo) fixou-se na ideia da culpa de Yun-su por causa de seu comportamento sereno e irônico nos interrogatórios, rompendo as expectativas sociais de luto.
Após ser condenada e presa, Yun-su recebe uma soltura provisória, mas com uma condição mortal imposta por Mo Eun: assassinar Se-hun, o filho adolescente de um casal de dentistas que Mo Eun havia envenenado.
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Yun-su consegue a liberdade?
Apesar de a libertação depender do crime, a professora de artes hesita. Ela decide não repetir a violência que devastou sua própria família, reforçando seu caráter e abrindo caminho para que a verdade complexa viesse à tona. A decisão de poupar Se-hun também foi fortemente motivada pelo desejo de preservar o vínculo com sua filha, já que qualquer deslize a afastaria da menina.
No final, Yun-su é absolvida do homicídio do marido (Ki-dae). No entanto, por ter se envolvido no plano que previa a morte de Se-hun, ela recebe uma pena reduzida, geralmente de dois anos suspensos por três (liberdade condicional). O tribunal reconhece que ela foi vítima de manipulação.
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Qual o passado secreto de Mo Eun e por que ela queria vingança?
Mo Eun (Kim Go-eun), a prisioneira enigmática que propôs o pacto chocante, era a peça chave para entender as motivações de vingança.
Descobrimos que a verdadeira identidade de Mo Eun era, na verdade, Kang So-hae, uma médica tailandesa. Sua sede de justiça vinha de um trauma familiar devastador: Se-hun (o jovem que ela queria morto) abusou sexualmente de sua irmã, So-mang, gravou e vazou o vídeo. A tragédia levou So-mang e o pai ao suicídio.
So-hae, presa na Tailândia durante a quarentena de COVID-19, não conseguiu voltar a tempo. Para retornar à Coreia e buscar sua vingança, ela assumiu a identidade de uma amiga coreana moribunda, a verdadeira Mo Eun, encenando seu próprio suicídio. A vingança contra Se-hun e seus pais dentistas (que ela envenenou) era uma forma de reparação pela falha da justiça e pela dor insuportável.

Quem matou Ki-dae e Se-hun? A injustiça das elites exposta
A trama se intensifica ao revelar que os crimes de Ki-dae e Se-hun foram cometidos por pessoas influentes que usaram seu status para manipular a investigação.
O preço da vaidade: a verdadeira assassina de Ki-dae
A reviravolta mais forte do final aponta Choi Su-yeon, violoncelista de elite e esposa do advogado Jin Yeong-in, como a assassina de Ki-dae.
O motivo era a vaidade ferida. Ki-dae, professor na Universidade Hongseo, levantou a hipótese de plágio em um trabalho de Su-yeon (uma pintura doada pelo casal que na verdade era uma obra roubada de Ki-dae por Yeong-in). Diante da recusa de Ki-dae em se retratar, Su-yeon, enfurecida, o golpeou com uma garrafa e finalizou com um canivete no estúdio.
Young-in: o manipulador que matou Se-hun para proteger a esposa
Quem eliminou Se-hun não foi Yun-su, mas sim o advogado Jin Yeong-in (também conhecido como Yeong-in), marido de Su-yeon.
Yeong-in, um advogado influente, usou seus recursos para encobrir o crime da esposa. Ao perceber que Yun-su havia poupado Se-hun, ele mesmo executou o jovem para incriminá-la, plantando provas forjadas — incluindo um vídeo editado e a foto do corpo no freezer — e manipulando a investigação para afastar qualquer suspeita de Su-yeon.
O sacrifício final de Mo Eun: morte e dignidade
O confronto derradeiro ocorre no estúdio de Ki-dae. Yeong-in é confrontado e, após admitir seus crimes (enquanto tentava eliminar as duas), ele domina Mo Eun.
Mo Eun decide interromper o ciclo de injustiça de uma forma trágica e libertadora: ela se autolesiona com a faca no abdômen, ganhando segundos preciosos para cravar a arma no coração de Yeong-in. Yeong-in morre instantaneamente. Mo Eun também é fatalmente ferida e desaba, perdendo a vida no estúdio.
Seu sacrifício garante que a verdade sobre a morte de Se-hun (e a culpa de Yeong-in) viesse à tona e impede que Yun-su volte para a prisão por um crime que não cometeu. Mo Eun, que já havia sido rotulada como “destruidora”, usou sua morte para devolver a si mesma a dignidade que lhe foi tirada anos antes.
Sentença, recomeço e a injustiça que permanece
O desfecho de O Preço da Confissão é inegavelmente agridoce. Embora Yun-su conquiste a liberdade condicional e a chance de recomeçar a vida ao lado da filha, o sistema de justiça coreano não se corrige completamente.
A assassina de Ki-dae escapou?
Su-yeon, a assassina de Ki-dae, permanece livre. A série evidencia como status social e influência política podem distorcer a justiça, permitindo que alguns culpados escapem ilesos. No tribunal, Su-yeon culpou o falecido Yeong-in, e a falta de provas diretas, combinada com o privilégio, a protegeu da punição total.
Para honrar Mo Eun/So-hae, Yun-su leva sua filha à Tailândia, um lugar onde a amiga viveu momentos de felicidade antes da tragédia. Lá, ela abandona o relógio que simbolizava as duas identidades de Mo Eun, encerrando um ciclo doloroso de dor e vingança.
Ao valorizar a coragem e a busca pela verdade em meio a um sistema corrupto, O Preço da Confissão conclui sua narrativa com a mensagem de que a justiça, muitas vezes, é incompleta e tem um preço sequencial, mas a humanidade e a empatia prevalecem.
Se a vida fosse um julgamento, O Preço da Confissão nos mostra que nem sempre a balança é equilibrada. Às vezes, o preço mais alto é pago por quem busca a verdade, e a justiça, como uma sombra, pode se esconder nas brechas da lei.

















