'Grandes Hits' acaba como uma nota desafinada

No filme “Grandes Hits” (The Greatest Hits), a diretora e roteirista Ned Benson tenta explorar a capacidade evocativa da música em um romance que literaliza a nostalgia musical como um dispositivo de viagem no tempo. Infelizmente, apesar de uma premissa interessante que promete uma viagem emocionante através da trilha sonora de uma vida, o lançamento do Star+ se perde em uma execução que carece de originalidade e profundidade emocional.

Leia também:

Sinopse de Grandes Hits, do Star Plus

O filme segue a história de Harriet (Lucy Boynton), uma jovem que, após a morte trágica de seu namorado Max (David Corenswet), descobre que pode literalmente viajar no tempo quando ouve músicas que marcaram momentos significativos de seu relacionamento.

Usando fones de ouvido para bloquear o gatilho acidental dessas músicas, Harriet vive num limbo emocional, tentando desesperadamente alterar o passado. Enquanto isso, ela conhece David (Justin H. Min) em um grupo de apoio, que se torna um novo interesse amoroso potencial, embora seu coração permaneça preso a Max.

Crítica filme Grandes Hits (2024)

“Grandes Hits” busca inspiração em filmes conceituais anteriores como “Questão de Tempo” (2013) e “(500) Dias com Ela” (2009), mas falha em capturar a mesma magia ou profundidade desses predecessores. O longa-metragem tenta tecer uma narrativa sobre luto, amor e a dificuldade de seguir em frente, mas o faz de maneira que frequentemente parece forçada e desconexa.

Um dos principais problemas é a construção do mundo e as regras de sua premissa de viagem no tempo, que permanecem vagas e inconsistentes ao longo do filme. A jornada de Harriet através de suas memórias musicais poderia ser uma exploração poderosa de emoção e nostalgia, mas a execução deixa os espectadores mais confusos do que comovidos. A tentativa de Benson de combinar romance com elementos de fantasia resulta em uma narrativa que é, ao mesmo tempo, sobrecarregada e superficial.

Além disso, a química entre os personagens é subdesenvolvida. Max, apesar de ser central para a trama, é pouco mais do que um símbolo. Sua falta de profundidade como personagem faz com que o investimento emocional de Harriet pareça injustificado, enfraquecendo o impacto da premissa. Da mesma forma, a relação emergente entre Harriet e David carece da faísca necessária para engajar o público e compensar a melancolia predominante do filme.

Confira críticas de séries do Star+

Conclusão

“Grandes Hits” tenta capturar a essência da dor e do poder curativo da música, mas acaba como uma nota desafinada no gênero de romance. A direção de Benson, embora visualmente atraente em momentos isolados, luta para dar vida a uma narrativa que exigiria uma mão mais delicada e focada para realmente ressoar.

O filme, mesmo pontuado por uma trilha sonora eclética e atuações competentes, não consegue superar seu roteiro problemático e a falta de desenvolvimento emocional, resultando em uma experiência que é tão esquecível quanto as músicas de fundo que ele tenta celebrar.

Em última análise, “Grandes Hits” serve como um lembrete de que, às vezes, uma boa ideia precisa de uma execução igualmente competente para se transformar em um filme memorável.