Final de ‘Grotesquerie’ deixa mais perguntas do que respostas
Wilson Spiler27/11/20243 Mins de Leitura230
Foto: Disney+ / Divulgação
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O episódio 10 de “Grotesquerie”, final da primeira temporada da série criada por Ryan Murphy, Jon Robin Baitz e Joe Baken, prometia mistério, tensão psicológica e reviravoltas marcantes. No entanto, o desfecho não trouxe as respostas esperadas, deixando os espectadores perplexos e, em sua maioria, frustrados. Será que as peças desse quebra-cabeça valem o tempo investido?
Sinopse do episódio 10, final da série Grotesquerie (2024)
Ao longo da temporada, acompanhamos Lois Tryon (Niecy Nash), uma mulher tentando resolver não apenas enigmas de quebra-cabeças físicos, mas também um mistério sombrio envolvendo serial killers e questões religiosas. No episódio final, Lois, ainda lidando com as consequências de sua experiência em um estado de coma liminal, tenta recuperar a noção do que é real e o que é fruto de sua mente fragmentada.
O episódio coloca Marshall (Courtney B. Vance) no centro das atenções, apresentando uma sequência controversa em um clube masculino onde discursos sobre os papéis de gênero dominam. Enquanto isso, Lois confronta sua realidade: estaria ela ainda presa em sua mente?
As mortes de Charlie e May Colsby se misturam à dúvida crescente sobre quem realmente é “Grotesquerie“, mas nenhuma resposta é dada. O episódio termina de forma abrupta, com Lois afirmando saber quem é o culpado, mas deixando o público sem qualquer resolução.
Crítica do final de Grotesquerie (episódio 10), do Disney+
Ryan Murphy construiu “Grotesquerie” com um fascínio inicial, misturando elementos de horror psicológico com toques de surrealismo. Os primeiros episódios, embora não perfeitos, apresentavam uma narrativa promissora e uma protagonista carismática. Contudo, a partir do quarto episódio, a história começou a se perder em subtramas desconexas e personagens subaproveitados.
O sétimo episódio trouxe uma reviravolta ousada, revelando que grande parte dos eventos anteriores era uma projeção do estado de coma de Lois. Apesar de interessante, essa revelação apenas complicou ainda mais a narrativa, fazendo com que os três episódios finais se perdessem em divagações filosóficas e temáticas mal exploradas.
O episódio final, embora visualmente impactante em algumas cenas, sofre de uma falta de ritmo evidente, gastando tempo em discussões excessivamente didáticas e desviando-se do cerne da trama.
A performance de Niecy Nash é um ponto alto da série, assim como a direção estilizada que traz ecos de Hannibal e até mesmo do cinema de David Lynch. No entanto, essas qualidades são insuficientes para compensar uma história que parece evitar respostas deliberadamente. Cenas como a do clube masculino soam forçadas, quase como um manifesto que não se conecta organicamente ao enredo.
“Grotesquerie” deixa os espectadores com mais perguntas do que respostas, e não no bom sentido. O final da temporada é uma metáfora para o próprio quebra-cabeça que Lois tenta resolver: incompleto, frustrante e sem propósito claro.
Para aqueles que acompanharam a temporada até o fim, a sensação predominante é de desperdício de potencial. Caso haja uma segunda temporada, é imprescindível que os criadores entreguem uma narrativa mais coesa e respostas que justifiquem a longa jornada de seus personagens. Por enquanto, “Grotesquerie” é mais um exemplo de uma obra ambiciosa que se perde em sua própria complexidade.
Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.
Perda de tempo. O primeiro e segundo episódios prendem a atenção, mas depois é só bobagem. Narrativa lenta e chata. Reviravolta na história sem noção. Terrivel.
Perda de tempo. O primeiro e segundo episódios prendem a atenção, mas depois é só bobagem. Narrativa lenta e chata. Reviravolta na história sem noção. Terrivel.
Concordo a série se perdeu no meio do caminho.