Filmes de terror sempre tiveram seu espaço, seja com histórias únicas de fantasmas, casas assombradas ou criaturas que marcaram época. Mas poucas vezes vimos esses enredos se transformarem em franquias sólidas.
De tempos em tempos, Hollywood tenta criar universos conectados, mas quase nenhum realmente sobrevive. Contudo, um deles conseguiu: a saga “Invocação do Mal”, de James Wan (Jogos Mortais).
Nos últimos 10 anos, acompanhamos a construção de uma espécie de MCU do mal, com spin-offs, personagens interligados e, claro, a presença constante de Ed e Lorraine Warren. Essa fórmula rendeu tanto sucesso que ajudou a redefinir o terror moderno no cinema.
Agora, porém, a jornada chega ao fim. “Invocação do Mal 4: O Último Ritual” (The Conjuring: Last Rites) estreia nesta quinta-feira (4) nos cinemas e marca a despedida de uma das franquias mais rentáveis e comentadas do gênero.
Sinopse
O filme é inspirado em uma história real — o caso Smurl ocorrendo em 1986 na Pensilvânia, onde a família Smurl sofreu com manifestações sobrenaturais, ataques físicos e odores estranhos, até onde os Warren foram chamados para investigar
A trama se passa em 1986, com o casal de demonologistas Ed e Lorraine Warren (interpretados por Patrick Wilson e Vera Farmiga) já aposentados, sendo atraídos de volta para o mundo paranormal quando Judy, sua filha, começa a manifestar habilidades mediúnicas semelhantes às da mãe. O casal enfrenta desafios emocionais e espirituais, além do novo caso assustador.
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Crítica
A grande questão era se a conclusão da saga principal faria jus a esse legado. E a resposta é agridoce. O filme entrega um final emocionalmente digno para Ed e Lorraine Warren, mas chega em um momento de claro esgotamento da fórmula.
É preciso ser claro: o melhor filme deste universo continua sendo o primeiro “Invocação do Mal”, de 2013, uma obra-prima do horror moderno. O que temos aqui é um capítulo final que parece ciente de seu próprio cansaço.
Após 10 filmes, que incluem freiras, bonecas e outras entidades, a impressão é que até os demônios devem estar implorando pelo fim da franquia. E ela termina de forma “ok”, sem nada que salte aos olhos, consolidando o Conjuring Universe como uma saga com um ou dois episódios dignos de nota – justamente os que envolvem diretamente o casal Warren –, enquanto o resto mal merece lembrança.
ALERTA DE SPOILERS
O adeus dos Warren
“Invocação do Mal 4: O Último Ritual” abre mostrando Ed e Lorraine em seu primeiro encontro com o sobrenatural. Lorraine, grávida, toca em um espelho amaldiçoado que a leva a um parto prematuro. A bebê nasce sem vida, mas retorna após a oração desesperada da mãe: é assim que Judy (Mia Tomlinson) vem ao mundo, já ligada ao além.
Avançando no tempo, Judy cresce entre visões e o amor dos pais, agora debilitados e afastados dos casos. Mas o mesmo espelho vai parar na casa da família Smurl, na Pensilvânia, e logo desencadeia horrores que chamam a atenção da mídia, vizinhos e da Igreja.
É nesse cenário que Judy, agora noiva de Tony Spera (Ben Hardy), sente a conexão com o demônio. Após resistirem, os Warren aceitam ajudar, e o clímax os leva ao sótão da casa Smurl, onde a filha é possuída pelo espírito do espelho.

Enfrentando o espelho
O momento mais marcante do filme vem quando Lorraine pede à filha que encare o espelho e seus medos. Unidas, elas tocam no objeto e o destroem, aparentemente encerrando a maldição. O espelho é levado para a sala de artefatos, enquanto os Smurl conseguem viver em paz por alguns anos.
O desfecho mostra o casamento de Judy e Tony, em uma cerimônia que reúne personagens dos filmes anteriores, funcionando como um aceno carinhoso aos fãs. A dança final traz uma visão de futuro para a família, seguida de um epílogo que relembra os destinos reais de Ed e Lorraine Warren: ele morreu em 2006, aos 79 anos, e ela em 2019, aos 92.
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Emoção no lugar do medo
“Invocação do Mal 4: O Último Ritual” tem uma falta de medo genuíno e de um verdadeiro senso de pavor notável, o que torna a experiência morna para quem busca o horror prometido pelo título. Está longe do impacto do original de 2013.
Faltam sustos memoráveis, sobram emoções ligadas ao adeus dos personagens. O longa soa como uma despedida do elenco, da equipe e até dos demônios, que, como já citado, parecem cansados e implorando pelo descanso no Inferno de uma vez.
Na real, o Conjuring Universe teve um ou dois episódios dignos, justamente os que envolveram diretamente o casal Warren. O restante – 10 filmes aproximadamente – já nasceu descartável. Este longa reconhece isso e entrega uma despedida “ok”: digna, mas sem brilho.
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Conclusão
No fim, “Invocação do Mal 4: O Último Ritual” é um filme para fãs. É uma carta de amor aos personagens e ao público que os acompanhou por mais de uma década, com direito a um epílogo emocionante que reúne as famílias dos casos anteriores em uma bela celebração. Não é, de forma alguma, um filme ruim, mas simplesmente não é nada demais.
Para fãs da franquia, vale a pena ver — especialmente no cinema, onde a sensação de despedida é mais intensa. Mas para quem nunca acompanhou a saga, a experiência pode ser morna. No streaming, o risco maior é que o sono chegue antes do susto.
Onde assistir ao filme Invocação do Mal 4?
“Invocação do Mal: O Último Ritual” estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (4).
Assista ao trailer de Invocação do Mal 4: O Último Ritual
Quem está no elenco do filme Invocação do Mal 4?
- Vera Farmiga
- Patrick Wilson
- Elliot Cowan
- Ben Hardy
- Beau Gadsdon
- John Brotherton
- Mia Tomlinson
- Madison Lawlor













