“It: Bem-Vindos a Derry” chegou ao seu episódio 4 com a difícil missão de recuperar o fôlego depois de um terceiro capítulo moroso e um tanto perdido. É aqui que a série parece encontrar seu ritmo — oferecendo uma mistura intrigante de terror visceral, drama social e até um pouco de mitologia com uma pitada de folclore indígena.
O episódio “O Grande Aparato Giratório do Funcionamento do Nosso Planeta” é um momento decisivo para a narrativa, onde o sobrenatural se choca com as doses duras da realidade e da história da pequena cidade de Derry. A temporada volta a mexer com o espectador tanto pelo susto quanto pela carga emocional e social que carrega.
Sinopse
Neste episódio, o grupo principal de crianças (Lilly, Ronnie, Will e Rich) tenta provar a existência de Pennywise usando fotografias, mas enfrenta a descrença e o cinismo das autoridades locais, especialmente o chefe Bowers, que demonstra total desinteresse em resolver os crimes.
Enquanto isso, Will tem uma assustadora experiência quando é puxado para baixo da água por uma versão demoníaca de seu próprio pai, sinalizando que Pennywise está cada vez mais próximo e manipulando medos pessoais.
Os adultos da cidade também entram em cena com histórias próprias — Charlotte luta para provar a inocência de Hank Grogan, um homem negro injustamente preso, enquanto Leroy, pai de Will, começa a desconfiar da gravidade da situação.
O episódio culmina em uma sequência impactante de horror corporal na escola, quando uma brincadeira cruel contra Lilly sai horrivelmente errada, e em um flashback detalhado da origem de Pennywise e sua prisão pelos ancestrais indígenas, revelando a mitologia do “Galloo” e os pilares que o mantêm preso.
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Resenha crítica do episódio 4 de It: Bem-Vindos a Derry
A retomada do suspense e do terror
Depois de um terceiro episódio lento, o quarto entrega cenas que combinam tensão, sustos criativos e uma narrativa que avança. A presença constante do medo que alimenta o monstro é explorada com doses de horror corporal explícito, especialmente na perturbadora sequência em que Margie sofre a transformação alienígena nos olhos.
Essa cena é um dos momentos mais fortes da temporada até agora, misturando sangue, agonia e um desconforto quase claustrofóbico, remetendo a influências clássicas do horror como “A Morte do Demônio”. O episódio em si encontra sua força na capacidade de equilibrar esses momentos chocantes com uma crescente atmosfera de ameaça e mistério.

Crítica social e mitologia indígena
Um dos grandes acertos do episódio está na ampliação do foco para os adultos, que trazem uma discussão social bem mais densa do que visto no material original de Stephen King. Em particular, a luta de Charlotte para lidar com o racismo institucionalizado e a injustiça no sistema penitenciário de Derry adiciona uma camada de realismo cru à série. O embate dela com as autoridades é tenso, carregado de significados, e reforça que o mal em Derry é multifacetado — não apenas sobrenatural, mas também humano e estrutural.
A maior ousadia do episódio, no entanto, está na inserção da origem cósmica de Pennywise por meio das memórias indígenas, guiadas pela habilidade psíquica de Dick Hallorann. Esse segmento, embora às vezes sofra com o tom narrativo meio didático e visualmente datado, amplia o escopo da série para além do terror adolescente e do folclore americano clássico.
Ao conectar Pennywise a uma presença ancestral e à luta dos povos nativos para mantê-lo preso, a série adiciona uma profundidade inédita, que liga o monstro a uma batalha histórica contra forças do mal, tornando-o mais que um simples predador de crianças.
Limitações e sensação de repetição
Nem tudo é perfeito. O episódio ainda sofre com algumas repetições temáticas e certa lentidão em partes da trama juvenil, que volta a focar em dinâmicas escolares já bastante exploradas em outras versões da história. A ideia das pílulas para controlar o medo, apesar da criatividade, ainda parece um recurso sem desdobramento claro até o momento.
A relação de Lilly com os colegas e as consequências de sua posição como rejeitada da escola também parecem presas em um ciclo que não evolui muito. Além disso, algumas decisões visuais, principalmente no flashback final, perdem o impacto por serem menos bem realizadas do que o terror visceral imposto nas cenas presentes.
Conclusão
O quarto episódio de It: Bem-Vindos a Derry é o ponto de virada que muitos fãs da série esperavam, trazendo à tona o que funciona: o horror direto e chocante, misturado com uma crítica social assertiva e uma ampliação corajosa da mitologia original.
Apesar de algumas limitações narrativas e visuais, o capítulo consegue equilibrar o medo palpável e as questões humanas que subjazem ao terror, preparando o terreno para uma segunda metade de temporada com potencial para ser ainda mais impactante.
Quem espera ver o monstro como um mero vilão encontrará aqui uma criatura envolta em mistérios ancestrais, um símbolo das crueldades passadas e presentes. Para os fãs do gênero, esse episódio é um convite a ficar na beirada da poltrona, mesmo que o caminho até lá nem sempre seja liso.
Onde assistir à série It: Bem-Vindos a Derry?
Veja o trailer de It: Bem-Vindos a Derry (2025)

Quem está no elenco de It: Bem-Vindos a Derry, da HBO?
- Mikkal Karim Fidler
- Bill Skarsgård
- Joshua Odjick
- Jack Molloy Legault
- Amanda Christine
- Jovan Adepo
- Clara Stack
- Miles Ekhardt

















