'Jade' é só um rostinho bonito

James Bamford é um experiente coreógrafo de cenas de ação, responsável por produções como “Arrow”, “Elysium” (2013) e “Watchmen” (2009), por exemplo. No entanto, atuando de fato como diretor, a experiência do cineasta é relativamente pequena, se resumindo a um ou outro episódio de séries da CW. Em longas-metragens, ele estreou mesmo apenas agora em 2024, com o fraco “Air Force One Down” e o igualmente medíocre “Jade”, filme de ação que acaba de chegar ao catálogo da Netflix.

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Jade-crítica-do-filme-Netflix-2024 — Cena do filme “Jade” (Foto: Netflix / Divulgação)

Crítica de Jade (2024)

A experiência de Bamford como coreógrafo de cenas de luta é visível em “Jade”, entretanto, isso não é suficiente para torná-lo um grande destaque como diretor. Usando claras referências de Chad Stahelski (da franquia “John Wick”), Quentin Tarantino e Robert Rodriguez (seja na estética ou na porradaria) falta ao novato cineasta algo que lhe torne singular sem necessariamente tentar copiar suas influências.

O filme inteiro parece um grande videoclipe mal recortado ancorado apenas pelas boas cenas de ação. Contudo, o roteiro de Lynn Colliar e Glenn Ennis, com a colaboração de Bamford, é extremamente superficial e com diálogos até vergonhosos, apresentando respostas do tipo “porque eu quis” ou algo do gênero.

Shaina West até se esforça para dar mais autenticidade à trama, mas as falas proferidas pela sua personagem são risíveis. Nem a presença do experiente Mickey Rourke (canastrão como sempre) salva a obra do fracasso retumbante. Bamford pode se sair com a desculpa de que ainda está iniciando uma nova carreira. Mas é preciso ter a consciência de que nem só de beleza estética ou pancadaria se faz um bom filme. É necessário buscar sua própria trajetória e não tentar emular o que outros cineastas já consagraram e obtiveram suas próprias assinaturas.

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Conclusão

“Jade” é raso, mal montado e pessimamente escrito. Contar apenas que cenas de luta bem coreografadas serão suficientes para produzir uma obra minimamente interessante é um erro de principiante, algo que Bamford ainda terá tempo para aprender. Mas que esse “estágio” seja relativamente rápido, até para que sua carreira na direção não seja abreviada.