Nada justifica o reboot de 'Confesse, Fletch'

Após mais de três décadas desde a última aparição de Fletch nos cinemas com “Fletch Vive” (1989), o detetive mais irônico da ficção retornou em 2022 com o filme “Confesse, Fletch” (Confess, Fletch). Sob a direção de Greg Mottola e protagonizado por Jon Hamm, o longa-metragem, que está disponível na Netflix, busca revitalizar o personagem que se consagrou nos anos 80 nas mãos de Chevy Chase. No entanto, o resultado parece não apenas falhar em capturar o espírito original, mas também em se sustentar como uma comédia eficaz.

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Sinopse do filme Confesse, Fletch

Em “Confesse, Fletch”, Jon Hamm interpreta Irwin M. Fletcher, ou Fletch, um ex-jornalista que se vê envolvido em uma teia de mistérios e crimes. O filme começa com o protagonista entrando em uma nova relação e rapidamente se complicando com a polícia quando um corpo é encontrado em sua residência temporária.

Enquanto tenta limpar seu nome e resolver o mistério de uma coleção de arte desaparecida, Fletch cruza com uma variedade de personagens excêntricos, de policiais desinteressados a vizinhos instáveis.

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Confesse Fletch crítica do filme Netflix 2022 — Cena do filme “Confesse, Fletch” (Foto: Netflix / Divulgação)

Crítica de Confesse, Fletch (2024)

“Confesse, Fletch” parece caminhar em uma linha tênue entre a tentativa de homenagem e a reinvenção, mas não consegue firmar-se em nenhuma das duas direções. Jon Hamm, embora competente, é subutilizado em um roteiro que falha em definir o tom adequado para o seu protagonista. O filme oscila irregularmente entre o humor sutil e momentos de comédia explícita que raramente atingem seu alvo, resultando em uma experiência que carece de ritmo e coerência.

O elenco de apoio, apesar de estrelado, é relegado a papéis caricatos que não contribuem significativamente para a trama principal. Marcia Gay Harden e John Slattery, por exemplo, ainda que entreguem boas atuações, são pouco aproveitados em uma narrativa que não sabe se quer ser uma comédia de erros ou um mistério intrigante.

A direção de Mottola não consegue esconder a falta de uma visão clara para o projeto. A tentativa de manter a essência descompromissada e irônica de Fletch acaba por tornar o filme superficial e, em muitos momentos, desinteressante. As tentativas de modernização do personagem e de seu universo não são suficientemente convincentes para justificar este reboot.

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Conclusão

“Confesse, Fletch” é uma tentativa frustrada de reviver um clássico, falhando em capturar tanto o charme quanto a inteligência do original. Jon Hamm, apesar de seu carisma, parece perdido em um filme que não sabe ao certo o que quer ser.

Embora possua momentos isolados de humor e uma certa leveza, o longa deixa a sensação de uma oportunidade perdida, tanto para os fãs de longa data quanto para novos espectadores. Pode ser que demore mais algumas décadas até que Hollywood decida dar outra chance a Fletch.