crítica do filme Mantis da Netflix 2025 - Flixlândia

‘Mantis’ não consegue se sustentar sozinho

Filme é um spin-off de 'Kill Boksoon'

Foto: Netflix / Divulgação
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Em 2023, o filme sul-coreano Kill Boksoon apareceu como um sucesso surpreendente na Netflix, conquistando a crítica e o público com sua mistura de ação estilizada e um drama humano profundo. A história de Gil Bok-soon, uma assassina de elite em crise de consciência, ressoou com a audiência, explorando a complexa dualidade entre ser uma mãe e a “melhor faca” do mercado.

Agora, o diretor Byun Sung-hyun e o roteirista Lee Tae-sung retornam a este universo com Mantis, um spin-off que se propõe a explorar as consequências do final explosivo de seu predecessor. O filme nos joga de volta a um submundo de assassinos em completo caos, onde a ordem imposta pela lendária M.K. Ent. desmoronou.

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Sinopse

O filme Mantis retoma a narrativa imediatamente após os eventos de Kill Boksoon. Com a queda de Cha Min-kyu e sua irmã, a poderosa M.K. Ent. entra em colapso, deixando um enorme vácuo de poder na indústria de matadores de aluguel.

É nesse cenário de anarquia que Lee Han-ul (Yim Si-wan), o Mantis do título e um agente habilidoso, porém arrogante, retorna de férias. Ele se junta à sua colega de treinamento Jae-yi (Park Gyu-young) e busca a orientação de seu mentor Dok-go (Jo Woo-jin), um ex-assassino lendário.

Juntos, eles se lançam em uma disputa caótica para preencher o vazio deixado pela M.K. e dominar o jogo dos assassinos de aluguel. A trama se desenrola em meio a novas alianças, traições e a luta pela sobrevivência em um mundo sem regras.

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Crítica

Enquanto Kill Boksoon se destacava por sua narrativa focada e rica em construção de personagens, Mantis perde essa qualidade crucial. O filme original era, acima de tudo, uma jornada pessoal de uma assassina, explorando a crise de identidade dela e a relação complexa com sua filha. Os elementos do submundo e as regras da M.K. Ent. serviam como pano de fundo para aprofundar o dilema moral de Boksoon, adicionando mistério e estrutura à sua história.

Em Mantis, esses elementos, que antes eram coadjuvantes, se tornam o foco principal. O filme se dedica a um emaranhado de diálogos sobre estruturas de poder, desemprego entre os assassinos e a criação de novas empresas, mas falha em usar isso para desenvolver seus protagonistas. O resultado é uma trama que parece ter a ambição de ser uma epopeia do submundo, mas que carece da mesma profundidade emocional que fez o primeiro filme um sucesso.

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Protagonistas que lutam para se conectar

A escolha de Mantis como protagonista já era questionável. O personagem, embora talentoso, foi apenas uma menção passageira no filme anterior. E, ironicamente, ele não consegue carregar o peso da trama. Lee Han-ul, o Mantis, começa como um arrogante prodígio, mas essa personalidade desaparece rapidamente, dando lugar a um personagem cuja única motivação parece ser satisfazer as necessidades de sua amiga Jae-yi. O filme falha em justificar suas ações e sacrifícios, deixando o espectador com a sensação de que ele é um protagonista passivo, meramente arrastado pelos eventos.

A personagem de Jae-yi, por sua vez, é muito mais interessante. Ela tem uma motivação clara e uma história de redenção que ecoa a do mentor Dok-go. Sua raiva reprimida e a necessidade de provar seu valor brilham nas cenas de ação e em suas interações. Em muitos momentos, o filme parece ser sobre ela, e seria muito mais envolvente se tivesse seguido sua jornada como líder. A química entre os atores Yim Si-wan e Park Gyu-young é inegável, mas a dinâmica “será que eles ficam juntos?” é superficial e prejudica o desenvolvimento de ambos os personagens.

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Ação e estilo visuais

No que diz respeito à estética e às sequências de luta, Mantis mantém o nível. As cenas de combate são bem coreografadas e estilizadas, capturando a brutalidade e a fluidez do estilo de luta com lâminas. O diretor Lee Tae-sung demonstra um olhar apurado para a estética, com uma cinematografia vibrante e close-ups que buscam expressar a emoção dos personagens.

No entanto, a ação carece da mesma faísca e intensidade do filme anterior. O estilo de luta da nova geração de assassinos, embora habilidoso, parece menos lendário e mais contido. O confronto final, que deveria ser o clímax da tensão, não atinge o mesmo patamar de intensidade do primeiro filme, que tinha sequências de luta impactantes e narrativamente justificadas.

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Conclusão

Mantis é um filme que, apesar de sua promessa, se esforça para se sustentar. Ele oferece entretenimento sólido com coreografias de luta impressionantes e boas atuações de seu elenco principal, especialmente de Park Gyu-young, que rouba a cena.

Contudo, a produção falha em sua tentativa de expandir o universo de Kill Boksoon de forma significativa. Ao trocar a profundidade emocional do original por um enredo previsível e um protagonista sem carisma, Mantis se torna uma história genérica sobre ambição e poder, que não adiciona nada de novo ao já batido gênero de guildas de assassinos.

O filme é uma extensão, ou talvez um epílogo, para os fãs que ficaram curiosos sobre o destino do submundo, mas não uma obra que se sustenta sozinha. Ele nos deixa com a impressão de que, em vez de se tornar um novo capítulo memorável, Mantis é apenas uma sombra de Kill Boksoon, lutando para encontrar seu lugar em um universo que já foi dominado por uma figura muito mais cativante. Se a ideia era iniciar um “universo cinematográfico”, Mantis deu o primeiro passo, mas com a perna errada.

Onde assistir ao filme Mantis?

O filme está disponível para assistir na Netfix.

Veja o trailer de Mantis (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Mantis, da Netflix?

  • Yim Si-wan
  • Park Gyu-young
  • Jo Woo-jin
  • Jeon Bae-soo
  • Bae Gang-hee
  • Hwang Seong-bin
  • Yu Su-bin
  • Choi Hyun-wook
  • Kim Jun-bae
  • Park Kang-sup
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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